Os custos de refino de petróleo e de alimentos pesaram e os preços ao produtor no Brasil aceleraram com força a alta a 3,13% em março, de acordo com os dados de hoje (28) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em fevereiro, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) havia subido 0,54% sobre o mês anterior. O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma alta de 18,31% até março, embora o avanço tenha enfraquecido ante 20,02% em fevereiro.
Os preços de petróleo e fertilizantes vêm sendo fortemente impactados no exterior pela guerra entre Rússia e Ucrânia, o que pressiona a inflação ao consumidor no Brasil, já bem acima do teto da meta do Banco Central e provocando alta da taxa de juros.
Entre as 24 atividades analisadas no IPP, o IBGE apontou que as maiores influências vieram de refino de petróleo e biocombustíveis (1,23%), alimentos (0,71%), indústrias extrativas (0,61%) e outros produtos químicos (0,57%).
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“Essas quatro atividades responderam por 3,12%, praticamente todo o índice”, disse o gerente do IPP, Manuel Campos, explicando que o resultado de março do índice teve forte influência do movimento internacional do petróleo.
“Quando aumenta o preço do barril, aumenta o preço dos derivados. Os preços do setor de refino de petróleo e biocombustíveis aumentaram… em março, com destaque para o óleo diesel e gasolina”, completou.
Os custos de refino de petróleo e biocombustíveis dispararam 10,84% em março, variação mais intensa desde novembro de 2021 (7,45%). As indústrias extrativas registraram alta de 10,69% e outros produtos químicos subiram 5,75% no mês.
“Os resultados observados estão ligados principalmente aos preços internacionais, com impacto nos custos de aquisição das matérias-primas, especialmente dos produtos ligados a adubos e herbicidas, que foram responsáveis por mais de 90% do aumento do setor”, disse Campos.
Já os preços dos alimentos subiram 3,01%, no resultado mais alto desde outubro de 2020 (4,67%).
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
(Com Reuters)
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