Como as redes sociais estão influenciando a sua maneira de consumir e as suas finanças?

Aprenda como evitar comprar compulsivamente e de forma desproporcional, mesmo com toda oferta que a internet oferece nos dias de hoje
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Comprar pela internet já é uma prática comum na nossa rotina. Seja para fazer aquisição de bens, como roupas, perfumes, maquiagem e eletrônicos, ou para itens de uso no dia a dia, como compras de supermercado e farmácia. 

A facilidade e disponibilidade está nas nossas mãos, pela tela do celular ou computador. E em alguns cliques você pode fazer compras de poucos ou muitos reais, não é mesmo? 

Essa popularização do digital e a nova maneira que as marcas encontraram de se comunicar com os seus clientes potencializa esse poder de consumo. Nas redes sociais, entre uma foto ou vídeo da sua rede de contatos, sempre aparece a divulgação de um produto ou serviço, isso sem contar a propaganda produzida por influenciadores digitais. 

Então, afinal, como as redes sociais facilitam o consumo e a compra por impulso? E como você pode agir para fazer as suas aquisições com mais consciência, sem prejudicar tanto o seu orçamento. 

Por que as mulheres compram mais? 

Essa pergunta não é o início de uma conversa machista ou tendenciosa de nos colocar em um papel infantilizado ou superficial. São apenas fatores interessantes, a partir de dados, que podem te ajudar a refletir nas suas motivações de consumo e que irão esclarecer algumas evoluções históricas.  

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Em 2021, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgaram um estudo que mostrou que as mulheres estão mais motivadas a fazer compras por impulso por razões emocionais. 

49% delas admitem que razões como baixa autoestima, questões sobre a própria vaidade e insegurança com a aparência, são fatores decisivos. E isso faz bastante sentido uma vez que vemos uma cobrança social de aparência e aceitação muito forte, e ainda mais agressiva entre e para mulheres. Homens também estão inseridos nesse contexto, porém ainda de forma menos invasiva. 

Em seguida, 38% das mulheres entrevistadas afirmam que problemas relacionados ao trabalho são outro fator, e 32% revelam que a tensão pré-menstrual também as levam a consumir.  

Por outro lado, também podemos observar essa questão do aumento no consumo entre as mulheres, por fatores positivos. Cada vez mais mulheres estão inseridas no mercado de trabalho ou cuidando da sua carreira, seja empreendendo ou não, e, dessa forma, tendo mais formas de criar a sua própria renda, o que significa que temos mais autonomia para decidir como usar o nosso dinheiro. 

Essa ótica de um consumo mais autônomo é importante, pois não podemos esquecer que a presença feminina como protagonista neste papel financeiro é algo recente. 

Ainda de acordo com o estudo, comparando os dados entre o público masculino também vemos uma reflexão por situações no trabalho e carreira, e 45% afirmam comprar por ansiedade relacionada a ida a um evento, proximidade de uma viagem, festas ou férias.  

Quem influencia quem?

Um dos aspectos importantes nessa discussão sobre consumo é também olharmos o comportamento do mercado. 

Sim, a forma como as marcas se comunicam com os seus públicos mudou. O que antes era feito em poucos segundos no intervalo de um programa de TV ou rádio, ou pelo outdoor nas ruas, praticamente se multiplicou em diferentes oportunidades novas. 

Com essa facilidade de atingir as pessoas com tantas informações, é natural que a gente tenha mais impulsos para comprar. Isso sem contar outros fatores como ampliação das formas de pagamento, cartão de crédito e pix, por exemplo, acesso a essas novas modalidades, tecnologia dos sites e aplicativos, entre outros. 

As redes sociais, que norteiam esse artigo, são o meio que podemos considerar mais próximos da nossa rotina. Criamos quase que uma relação íntima com essas plataformas e diariamente passamos alguns minutos, muitas vezes horas, consumindo o conteúdo que está ali.

Essa aproximação se deu quase que de forma natural, pois, no início, as redes eram canais de compartilhar as suas experiências e de saber como os seus amigos e conhecidos estavam vivendo as suas vidas. Um novo jeito de se conectar socialmente.   

Em seguida, as marcas passaram a viver esse papel, como comentamos aqui. E, logo depois, as pessoas viraram também a voz dessa tendência, a partir do uso das redes como fonte de recomendação e reputação, e divulgação por meio dos influenciadores. 

Nesse sentido, um estudo interessante divulgado no Global Annual Marketing Report, feito pela Nielsen, em 2022, mostra que 70% das empresas da América Latina pretendem aumentar os investimentos em redes sociais e 71% dos consumidores disseram que confiam na opinião de influencers sobre produtos e serviços.

Para Alineh Bittencourt, carioca especialista em plataformas de e-commerce, temos um projeto de consumo digital pautado na cocriação.  

“A cultura de prosumers (termo utilizado para definir esse novo consumidor) foi intensificada ao longo do tempo e, agora, além de participarem da cocriação, os consumidores também se tornaram parte do processo de venda. Há a possibilidade de se assumir, inclusive, um papel de vendedor e/ou embaixador da marca”, explica.

Ela nos conta ainda que o processo de incentivo das marcas para aproveitar o momento pessoal do consumidor, e dessa forma facilitar a compra por impulso também faz parte da estratégia do mercado. 

“O e-commerce se utiliza de táticas que são gatilhos mentais, como ofertas do dia, contador de tempo para adquirir rapidamente um produto ou serviço, quantidade de itens vendidos de forma limitada, entre outros.”, afirma.  

Ou seja, não é somente uma ansiedade interna e particular que nos faz acessar, buscar, desejar e comprar tantas coisas por impulso, há uma contribuição significativa do mercado em provocar isso.

Como evitar as compras por impulso?

Apostamos que se você abrir o seu e-mail agora, você vai ver diversas mensagens de marcas diferentes que um dia você comprou ou só se inscreveu para receber as novidades. 

Essa situação quer dizer muita coisa e pode atrapalhar o seu processo de tentar se controlar nas compras digitais. Vamos organizar isso melhor, veja as nossas dicas: 

Atualize os e-mails que são verdadeiramente úteis

Como comentamos, sem dúvidas, você recebe mais e-mails promocionais, os chamados e-mail marketing, do que deveria, e até mesmo gostaria. 

Que tal começar fazendo uma limpa, cancelando a inscrição daquilo que não serve tanto para você ou restringindo o tipo de conteúdo que você quer receber de cada marca que você gosta? 

Assim, você evita que algo que não está na sua prioridade no momento, chame a sua atenção e vire uma compra por impulso. 

“Utilize as estratégias de marketing das empresas a seu favor para minimizar os gastos. Mantenha um alerta de preços nos itens que você deseja comprar e um máximo que deseja pagar. Acompanhe perfis que compartilham descontos e, antes de comprar, verifique a participação em programas de pontos e cashbacks.”, finaliza Alineh. 

Quais influenciadores você confia?

É comum seguirmos artistas ou simplesmente apenas influenciadores digitais, para ver quais são as novidades e o que eles estão usando. 

Mas, será que as indicações deles são mesmo proveitosas ou servem para o seu perfil? Saiba que muitos desses profissionais, fazem algumas publicidades apenas para ter mais visibilidade, nem sempre porque são consumidores da marca. 

Seja esperta e faça um filtro de quem você confia e deseja ouvir. 

Faça listas de compras

Assim como quando vamos ao supermercado e tentamos otimizar o nosso dinheiro e o tempo, fazemos listas dos itens que precisamos, uma forma de você controlar os seus gastos é criando a sua relação de interesses.

Separe por aquilo que é mais urgente, como itens que você usa muito e já estão acabando, por exemplo, outra lista com os seus desejos, que podem ser de diferentes valores e necessidades, e outra com itens que você sabe que pode aguardar uma boa promoção para adquirir, como a Black Friday, tradicional data do comércio que vende produtos a preços baixos. 

Organize o seu orçamento 

Ter noção do seu dinheiro e o quanto você tem na conta é muito importante para manter uma saúde financeira. Mas, sabemos que culturalmente nem todo mundo tem o conhecimento e a organização ideal para isso. 

Você fará compras mais inteligentes e com menos culpa, quando você tiver o seu orçamento organizado, e os gastos da sua fatura do cartão de crédito em consciência. 

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