Neste Dia dos Pais, conheça cinco mulheres que são mães solo

No Brasil, mais de 11 milhões de mulheres são as chefes de família e se desdobram para conciliar trabalho, filhos e falta de dinheiro
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Lucas ao lado da mãe Mariana. (Foto: Arquivo pessoal)

A administradora Mariana Marques, hoje com 39 anos, estava na Argentina e tinha apenas 18 anos quando descobriu que estava grávida. Embora algumas mulheres considerem a notícia da gravidez como um sonho realizado, para Mariana foi uma surpresa que a deixou assustada. Na época, ela contou ao pai do seu filho sobre o bebê que esperava, mas nunca houve suporte, nem emocional ou financeiro. 

Ela nasceu no Brasil, mas estava na Argentina desde os 12 anos ao lado da mãe, que havia acabado de se divorciar do pai. No país vizinho, concluiu o ensino médio e depois engravidou. Com o abandono do pai da criança, precisou voltar ao seu país de origem para criar o seu filho, o Lucas, que hoje tem 20 anos. 

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“Eu nunca tive nenhum tipo de suporte do pai dele, o criei sozinha. Nasci em uma família simples, sempre estudei em escola pública e minha mãe não tinha recursos, então precisei morar muito tempo no Brasil com a minha tia e minha avó, que me deram o primeiro amparo. Eu precisava trabalhar porque tinha que sustentar a criança e ao mesmo tempo precisava estudar para me formar. Foi uma luta”, lembra Mariana. 

Neste Dia dos Pais, é importante lembrar que a trajetória da administradora é uma entre as mais de 11 milhões de mães solo no Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

São mulheres que precisaram ser mães e pais ao mesmo tempo e correspondem a 15,3% dos lares no país, segundo dados do Censo de 2010. Em comparação, o número de pais solteiros no Brasil representa apenas 3,6% dos genitores.

Se educar não é fácil, imagina ter esse papel sozinha. E muitas vezes, sem recursos financeiros suficientes. Mariana lembra que nunca recebeu nenhum dinheiro do pai do seu filho. Ele apenas registrou a criança. “Eu não entrei com nenhuma ação judicial porque era nova, estava em outro país e eu não sabia se conseguiria exigir um tipo de pensão de um pai argentino. Decidi criá-lo sozinha. E o meu esforço foi dobrado”, conta. 

Já no Brasil, os desafios foram formando filas. Era difícil ter tempo para trabalhar, estudar e criar o filho. “Mãe solteira com 18 anos, sem oportunidade de ter a minha liberdade da adolescência em que você sai com amigos para festas. Isso nunca fez parte do meu dia a dia porque eu tinha uma criança pequena para criar. O meu grande foco era conseguir dar para ele o melhor. Uma das grandes emoções que tive na vida foi quando coloquei ele em uma escola particular, eu sabia que era uma missão que eu tinha cumprido.”

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva mostrou que 57% das mães solos vivem abaixo da linha da pobreza. Com a pandemia de Covid-19, em 31% das casas sustentadas por elas, já faltou dinheiro para comprar produtos de limpeza e em 35% faltou comida.

Para conseguir alimentar ela e seu filho recém-nascido, Mariana começou a trabalhar como vendedora enquanto o criança estava na escola. “Muitas vezes nas entrevistas de emprego me falavam que eu era muito jovem, e eu respondia: ‘tudo bem mas eu não tenho vício e tenho um filho que depende de mim e eu vou te provar que sou a profissional que você precisa contratar'”, detalha Mariana. 

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A sobrecarga financeira e psicológica em torno das mulheres que são mães solo é ainda pior no mercado de trabalho. Um estudo do IBGE, de março deste ano, mostrou que apenas 54,6% das mães de 25 a 49 anos que têm crianças de até três anos em casa estão empregadas.

“Na época, eu não tinha condição de comprar os brinquedos que ele queria ou colocá-lo em uma escola que gostaria. Tinha que fazer o meu melhor para conseguir prosperar e eu acho que essa força de alguma forma eu consegui compartilhar com as empresas que passei”, lembra.  

“Mesmo com tantas dificuldades que nós vivemos, eu falo que ele foi a grande benção na minha vida para eu chegar onde eu cheguei. Ele foi quem me impulsionou a ser essa mulher empoderada, executiva e que quer mudar o mundo”, acrescenta.

Hoje, Mariana Marques é CEO da Amarq Consultoria em Benefícios e diz que sente muito orgulho de toda educação e amor que deu ao filho. “Minha relação com o Lucas é intensa, de amizade e respeito. O Lucas transformou a minha vida. As pessoas até acham esquisito como a gente é próximo, passamos por muitas coisas juntos e hoje triunfamos. Ele diz que não precisa de pai, tem a mãe, a tia e a avó.” 

As realidades são diversas, mas as histórias parecem se repetir

Danuza e Lara. (Foto: Arquivo pessoal)

As realidades das mães solo são diversas, e se diferenciam por questões regionais, econômicas e de classe. Mas, apesar disso, as histórias parecem se repetir. O homem descobre a gravidez, opta por não apoiar a mulher, vai embora. Já outros fingem que não são os pais e a sobrecarga recai sempre sobre a mulher. 

A pernambucana Danuza Morais, 37, geógrafa e mestre em Urbanismo, conviveu com o pai de sua filha Lara até os dois anos de vida da criança. Mas sempre se considerou uma mãe solo, pela carga financeira e emocional ter sido toda dela desde o parto.

“Tive Lara com 27 anos, hoje, mais madura e aos 37, percebo o quanto me dediquei puramente à maternidade, levando-a comigo muitas vezes às aulas do mestrado para alimentá-la e pelo pai não se ver responsável igualmente. Muitas vezes me pego pensando e me cobrando, no sentido de não estar tão bem financeiramente, apesar de me sentir super potente no que faço”, conta.

Ela trabalha na mesma escola que a filha estuda, o que considera um conforto porque ficam mais juntas, mas reconhece que acaba deixando de lado sua individualidade. “Ser mãe solo traz uma carga infinita que tolhe, pela demanda que é cuidar bem de outro ser, de ter que dividir o tempo para nos dedicarmos a nós mesmas, seja no autocuidado, nos sonhos ou na vida profissional. Muitas vezes me vi julgada em entrevistas de emprego por ser mãe solo, com perguntas como ‘quem vai ficar com sua filha pra você vir trabalhar?'”, lamenta.

Danuza destaca que o Dia dos Pais nunca foi uma data exaltada por elas. “Minha filha é muito compreensiva, não temos grandes problemas de relacionamento. Isso me deixa tranquila, pois vejo que apesar de várias faltas no quesito de uma referência masculina digna na sua vida, estamos bem e somos muito leais uma com a outra. Ela se vê potente, feminista e corajosa.”

Além da sobrecarga e das dificuldades financeiras, um dos impactos da pandemia de Covid-19 é na saúde mental das mães solo. “Na pandemia, com redução salarial, morando sozinha com Lara e com todas as atividades fora de casa interrompidas, sem redes de apoio, amigas que vez por outra ficavam com ela para eu ir resolver coisas relacionadas a trabalho, médico ou mesmo lazer, senti todo o peso da responsabilidade novamente centrado só em mim. Nem minha mãe, que é grupo de risco, podia me ajudar. Foi bem difícil.”

“Contudo, me sinto vitoriosa por todo aprendizado e inúmeras batalhas vencidas durante esses dez anos, por Lara ter um caráter justo e amoroso e por não eu ter desistido, apesar do cansaço e das outras mil batalhas que virão”, afirma Danuza.

Neste dia dos pais, conheça 5 mulheres que são mãe solo
Zara e a mãe, Rúbia (Foto: Arquivo Pessoal)

Rúbia Galante Colber, de 29 anos, se tornou mãe solo há pouco tempo. Sua filha com o ex-marido, Zara, nasceu em 2018 e em dezembro de 2020 o casal se separou. “Foi uma separação amigável no início, tínhamos feito esse acordo porque nossa relação não estava indo bem e não queríamos que isso afetasse ela. Mas, depois da separação, começamos a brigar mais por causa da pensão alimentícia”, ela conta. 

Rúbia trabalhava como modelo desde os dez anos de idade, mas com a gravidez os trabalhos foram diminuindo. “Fiz algumas fotos como modelo gestante, mas era bem menos.” Seu companheiro sugeriu que ela parasse de trabalhar quando a neném nasceu, para que a menina não ficasse sozinha. Ela queria voltar a trabalhar, mas acabou aceitando a condição. Nesse meio tempo, foi desenvolvendo sua carreira de influencer na internet, mas seu trabalho principal ficou de lado e toda a renda da casa vinha do homem. 

“Quando nos separamos, fiquei sem renda. Ele dava R$ 200 por mês para comprar a comida dela e ainda achava que estava bom. Levei o caso para a Justiça em dezembro mesmo, mas o resultado da ação não saiu e até hoje ele não paga a pensão. Ao mesmo tempo, dizia que fazia questão de ser presente e ver ela, mas é só da boca para fora, via ela só quando ele queria, não era bem uma presença. Eu que tinha que ir atrás para ele ter contato com a filha, porque não ligava para saber como ela estava ou marcar encontros, nada disso.” 

Hoje, o pai da menina se mudou para a Bahia e, segundo Rubia, o ex-marido arca apenas com a mensalidade da escolinha.  “Quando foi para outro estado, me disse: ‘venho ver uma vez por mês e está bom’. Não entendo muito bem como ele consegue, eu não conseguiria ficar um dia longe da minha filha”, comenta a mãe.

As dívidas acumuladas do casal e o aluguel da casa em que moravam em Atibaia, interior de São Paulo, também ficaram para Rúbia. Assim, ela veio para a capital paulista com a menina e, atualmente, moram na casa da avó de Rúbia. “Agora, estou me virando como posso para retomar minha vida financeira. Peguei mais trabalhos como modelo, comecei a trabalhar mais como influencer e estou conseguindo dividir as contas com a minha avó.”

A modelo se mudou para São Paulo para ter a ajuda da avó. Ela queria abrir uma hamburgueria delivery com uma amiga, mas brigou com a sócia por causa da filha. “Íamos usar a cozinha dela, mas ela não quis que minha filha ficasse lá enquanto trabalhávamos, porque a Zara é muito agitada e acabou que minha amiga ficou estressada”. Agora ela diz que pretende juntar dinheiro para investir em um negócio sozinha. “Gosto muito de gastronomia e quero abrir um empreendimento de molhos artesanais.” 

“Quanto ao pai da Zara, eu larguei mão de cobrar a presença dele na vida dela. Nos separamos porque os problemas pessoais dele estavam afetando nossa vida como casal, mas queria que ele fosse um pai presente, como ele mesmo idealizou que seria depois da separação. Só quero o que é de direito dela [a pensão].  Eu não me arrependo nem um pouco da separação. Sempre corri atrás para me virar sozinha e já me desapeguei da ideia de ele ser presente. Só tento mostrar para ela que tem outras pessoas que a amam e que não vão deixá-la sozinha”, afirma a mãe.

Rosana e o filho, Odenir (Foto: Arquivo Pessoal)

Assim como Rúbia, a assessora de imprensa Rosana Pinto também desistiu de cobrar a presença do pai de seu filho, Odenir, após a separação. “Nos separamos antes do meu filho ter um ano de idade. Ele até tentou ser um pai presente no começo, mas pai que passa só para perguntar se está tudo bem, não é um pai.” Ela conta que moraram por muito tempo no mesmo bairro, mas, mesmo com a proximidade, a presença do pai era pouca.

A história se repete e Rosana entrou na Justiça para tentar conseguir a pensão alimentícia do menino. “Acabei desistindo, porque queria ser autossuficiente, dar conta de tudo sem a ajuda dele. E eu consegui, mas não é certo.  Não é porque você tem condições de manter a criança, que não vai cobrar do pai. Acho que tem que cobrar a pensão porque é direito do filho.”

E, de fato, Rosana conseguiu manter os dois. Denir, como gosta de ser chamado, está com 22 anos, cursa Tecnologia da Informação no Instituto Federal de São Paulo e trabalha na área, o que ajuda nas despesas da casa. O orgulho da mãe é enorme “meu filho é muito carinhoso e tenho muito orgulho do homem que criei e como fui criando.” Mas nem tudo foi fácil. 

Como não podia parar de trabalhar, a jornalista precisou contar com o apoio de outras duas grandes mulheres: sua mãe e sua cunhada. Elas ficavam com o menino pequeno enquanto ela estava fora. Mas, ao mesmo tempo, Rosana se esforçava para sempre estar presente. “Sempre tivemos uma relação muito sincera, nunca teve um assunto que não falássemos um com o outro. Hoje, quando ele faz uma entrevista de trabalho, pede minha opinião, eu ouço e construímos juntos soluções e alternativas.” 

Ela admite que nem sempre foi fácil. Cada fase do crescimento de Denir teve seus desafios, sejam na vida pessoal ou profissional, mas o amor de Rosana era o que a motivava para continuar. “Era o que me dava coragem para enfrentar todas as dificuldades. Sempre tive em mente o objetivo de estar presente nos momentos mais complicados da vida dele. Em todas essas fases difíceis, sempre coloquei em mente onde eu queria chegar e pensava ‘quero que ele seja feliz e quero estar feliz ao lado dele’.”

“Quem está começando nessa jornada de ser mãe solo precisa ter coragem para enfrentar tudo isso e saber que é capaz, porque muitas vezes vão duvidar de você.  Eu sou negra, periférica e meu filho é negro, então parece que as pessoas torcem para que você erre e duvidam o tempo todo da sua capacidade. A gente precisa se unir e ter força”, recomenda ela, após ter certeza que criou um homem bom e comprometido com o futuro dos dois. 

Neste dia dos pais, conheça 5 mulheres que são mãe solo
Daniela e o filho, Guilherme (Foto: Arquivo Pessoal)

Esse é também o objetivo de Daniela dos Santos, 38 anos, auxiliar administrativa de uma oficina mecânica em Porto Alegre e mãe do pequeno Guilherme, de 6 anos. Diferentemente de Rúbia e Rosana, o pai da criança não participou nem da gravidez do menino. “Eu tive um relacionamento rápido com um colega de trabalho e engravidei. Quando contei que estava grávida, ele me pediu para tirar a criança. Nunca pensei nessa possibilidade.”

Antes de se relacionar com este colega, Daniela tinha sido casada com outro homem e chegou a ficar grávida dele, mas o casal perdeu a criança. Ainda assim, mesmo após a separação, ela tinha o sonho de ser mãe e decidiu manter a segunda gravidez, mesmo sem o apoio do pai. 

“Ele nunca me ajudou em nada, nem na pensão. Não registrei ele como pai e nunca pedi nada. Pensei que se eu entrasse com o pedido de registrar ele como pai, ele teria o direito de ver a criança. Fiquei com medo dele depois que me pediu para interromper a gravidez, achei que poderia fazer algum mal para o meu filho. Troquei de trabalho e de cidade um ano depois e nunca mais tive contato com ele.”

Ela continuou trabalhando com o homem que a havia engravidado durante toda a gestação, sem dizer nada. “Foi complicado ver todos os dias a pessoa que só olha na sua cara para dizer que não quer assumir. Eu não fiz a criança sozinha, mas se ele não quis e eu achei melhor não forçar.  Então levei minha gravidez adiante sozinha, com ajuda de amigos e dos meus pais. Quando o Guilherme nasceu, o pai foi uma ou duas vezes visitar ele,  só ‘olhar’ até uns três meses de idade”, ela comenta.

Após o parto, Daniela foi morar na casa dos pais em Guaíba, cidade próxima de Porto Alegre, até acabar sua licença-maternidade. Mas, depois, colocou o menino com cinco meses de idade na creche para poder voltar a trabalhar. O dinheiro é curto, mas a mãe nunca desistiu. “Às vezes dá vontade de se trancar no quarto e chorar, mas tem que respirar fundo e seguir em frente porque a gente tem que sempre pensar no melhor para a criança. A mãe solo tem que assumir essa responsabilidade para si.”

“Hoje, eu me sinto tranquila porque acho que não deixei nada a desejar. Sempre tento estar presente e dar o que ele precisa. Ele é tudo na minha vida, ele é muito amoroso e carinhoso, não me vejo mais sem o afeto dele. É a melhor coisa que existe. É um amor verdadeiro mesmo.”

Enquanto trabalhava, o menino ia para a escola e depois ficava na casa de uma vizinha, cujo trabalho era cuidar de outras crianças do bairro. Mas, durante a pandemia da Covid-19, a situação se tornou mais difícil, pois a escolinha de Guilherme fechou e a mãe não conseguia pagar os cuidados da vizinha em tempo integral. Daniela teve redução de jornada de trabalho e, consequentemente, seu salário caiu drasticamente.

Assim, Guilherme passou a morar com os avós, na mesma cidade, mas Daniela não consegue visitá-lo todos os dias. “Vou às quartas-feiras ver ele, durmo lá e depois vou para o trabalho, em Porto Alegre. Nos finais de semana, busco ele. Hoje, eu chego em casa sabendo que ele não está e é triste, mas eu sei que ele está bem. A gente se fala todos os dias e sei que ele pergunta por mim.” 

“Ficamos muito tempo sem poder fazer nada juntos porque tudo gasta um pouco. Tinha dias que o estresse era demais, mas a gente sabe que precisa dar um jeito na situação, fazer algo, então respira fundo e faz.”

Para complementar sua renda e ajudar a estadia do menino na casa dos avós, Daniela passou a vender trufas de chocolate na cidade. “Aprendi bastante com vídeos na internet e pesquisas. Deu um bom retorno e continuo fazendo algumas, mas menos que antes, pois voltei a trabalhar todos os dias da semana.” Com o avanço da vacinação e a reabertura do comércio, Guilherme está cada vez mais perto de voltar a morar com a mãe. 

Ela conta que na época do Dia dos Pais o filho ainda pergunta sobre o pai dele.

“Nunca menti. Ele me pergunta: ‘mas não tem whatsapp?’ E eu digo que não tenho número e ele esquece. Esse pai meu filho não tem, mas ele tem outras pessoas. Se ele vai começar a perguntar mais sobre o pai no futuro, só o tempo vai dizer, mas eu não vou mentir. Eu quero que a gente continue juntos, que ele seja uma boa pessoa, estude e que saiba que pode contar comigo. Ele sempre vai estar envolvido em tudo na minha vida.”

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