Investidor não anda levando risco pra cama

Por dois pregões seguidos, o Ibovespa “devolve” ganhos perto do fim dos negócios em uma demonstração de medo dos investidores num ambiente econômico e político imprevisível no país
Foto Luciene avatar v1

Desde a semana passada tem sido assim: se o índice da bolsa brasileira cai, a queda é pra valer. Se sobe, não sustenta os ganhos. A exceção foi a última segunda-feira (25) num típico pregão de “caça às pechinchas”, quando o Ibovespa fechou com alta de 2,28%.

O que acontece é que um dos principais inimigos do investidor é a falta de previsibilidade. Estamos falando aqui daquele investidor que estuda, se prepara, ou tem até uma equipe de análise à disposição para deixar as operações bem fundamentadas, bem “calçadas”.

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Mas, de que adianta se preparar tanto antes de aplicar um capital se o ambiente de negócios não oferece garantias? Onde as regras não são claras e mudam de uma hora para outra de acordo com interesses políticos? Assim está o Brasil.

O mercado está sem norte. Perdeu totalmente a confiança no compromisso do governo com a responsabilidade fiscal, ou seja, de gastar dentro do orçamento. E a gente sabe que, na vida, confiança em algo ou alguém quando perdida, nunca mais se restabelece.

O esforço do governo em furar o teto de gastos para emplacar o Auxílio Brasil de R$ 400 mensais até o fim de 2022 em uma manobra evidente para buscar a reeleição, terá um custo enorme para a população.

O mercado financeiro, que antecipa todos os movimentos da economia real, só está avisando que o caminho está errado. Não está apenas “nervosinho”. Está, sim, muito bem informado sobre a armadilha inflacionária que está sendo preparada de maneira leviana no Brasil.

Está com o Banco Central a difícil missão de usar do remédio amargo e cheio de efeitos colaterais que é o forte aumento da taxa básica de juros, a Taxa Selic. É importante saber que a vida vai ficar muito difícil, tudo estará muito mais caro, os impostos mais elevados e as contas da água e luz ainda mais extorsivas em 2022.

É por isso que a bolsa não tem sustentado ganhos. O investidor não quer ser surpreendido fora do horário do pregão com alguma medida ou sinalização do governo que o faça perder dinheiro. Sabe que está no Brasil onde estabilidade não é palavra de ordem. Depois de um dia de operações, ele vai mesmo sair da bolsa pouco antes do fechamento para ter um sono tranquilo. Com a turbulência atual no país, ele não anda levando risco para a cama.

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