Não há mais como negar que a inflação está fora de controle. Hoje, o próprio Ministério da Economia admitiu o problema e revisou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice de inflação oficial no Brasil, de 7,90% para 9,70% este ano.
Para 2022, o governo elevou a projeção de 3,75% para 4,70%.
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Para o órgão técnico do ministério, a Secretaria de Política Econômica (SPE), a inflação só volta à meta, ou seja, será domada, em 2023, a 3,25%.
A estimativa do governo ainda está abaixo do que o mercado espera para a inflação. Segundo o último Boletim Focus – relatório semanal do Banco Central com um compilado de projeções obtidas junto a participantes do mercado de diferentes instituições financeiras – o IPCA será de 9,77% este ano e de 4,79% em 2022.
Falamos de meta de inflação? Então, vale a pena detalhar um pouco mais o conceito.
O Banco Central estabelece uma meta de inflação a ser perseguida e que deve nortear todas as suas decisões de política monetária, como o aumento da taxa básica de juros (Taxa Selic). A meta definida para 2021 é de 3,75% e, para o ano que vem, de 3,50%. Estamos falando aqui do “centro da meta” do governo. Por quê?
Para este centro da meta, existe uma margem de tolerância que é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, para este ano, a inflação “aceitável” poderia ser de 2,25% até 5,25%. Uma faixa bem fora da realidade no país.
Coincidência ou não, a bolsa zerou ganhos após o anúncio de revisão da inflação pelo Ministério da Economia depois de uma abertura em alta nesta terça-feira (17).
Embora o mercado já tivesse assimilado todas as projeções de inflação previamente divulgadas, para muitos crédulos, faltava ainda o reconhecimento oficial do governo de que teremos que lidar com o descontrole de preços no longo prazo. Um pesadelo inflacionário até 2023.
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