Dia da Mulher: queremos igualdade e respeito

Neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, quais são as lutas que ainda nos esperam?
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Todo dia 8 de março é a mesma coisa: somos inundadas por mensagens de “Feliz Dia das Mulheres”, enaltecendo a “força” e a “guerreira” que todas são, sem perder a “doçura”. Ao contrário do que os homens pensam, uma rosa ou uma caixa de chocolate não é o que buscamos nesse dia. Podemos, e devemos, usar o Dia Internacional das Mulheres para trazer visibilidade para o que verdadeiramente importa.

Celebração ou protesto?

Iniciado em 1910, sua semente foi plantada em 1908, na cidade de Nova York, quando 15 mil mulheres marcharam pela cidade exigindo salários melhores, redução das jornadas de trabalho e direito ao voto (sim, graças a elas você pode votar hoje). Voto, aliás, que já havia sido reivindicado pelo movimento das sufragistas em 1890, na Nova Zelândia, primeiro país a ceder o direito do voto às mulheres.

Em 1909, o Partido Socialista da América declarou o primeiro Dia Nacional das Mulheres. A ideia de tornar a data internacional foi dada por Clara Zetkin, ativista comunista e defensora dos direitos das mulheres em 1910, durante uma Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, que foi aprovada por unanimidade.

Porém, o Dia Internacional das Mulheres só foi oficializado pela ONU em 1975.

A data escolhida foi o dia 8 de março, em homenagem à greve das mulheres Russas durante a guerra de 1917, chamada de “pão e paz”.

Conquistas e avanços

A história por trás do Dia Internacional da Mulher é um testemunho de celebração e protesto. Iniciado com a luta das mulheres por direitos básicos, como melhores condições de trabalho, direito ao voto e igualdade, o dia marca tanto as conquistas alcançadas quanto os desafios persistentes que as mulheres enfrentam em todo o mundo.

Ao longo dos anos, as mulheres têm alcançado importantes marcos legislativos e sociais que promovem a igualdade de gênero e combatem a discriminação e a violência. Desde o direito ao voto até as leis mais recentes de proteção contra a violência doméstica e o assédio, o Dia Internacional da Mulher celebra esses avanços e lembra a importância contínua da luta pelos direitos das mulheres.Parte superior do formulário

Não me venha com flores, venha com igualdade

“Por trás do discurso de ‘mulheres guerreiras’, há um perigo,” alerta a psicóloga Bruna Silva. “Colocar a mulher como ‘super’, é querer sobrecarregá-la sem que ela possa reclamar, é colocá-la no lugar de cuidadora, que tudo suporta”, explica.

De acordo com o levantamento da ONG Think Olga Esgotadas, 86% das brasileiras consideram ter muita responsabilidade, 48% sofrem com dificuldades econômicas em um universo no qual 28% se declaram como única fonte de renda do lar e cerca de seis em cada dez mulheres, entre 36 e 55 anos, são responsáveis pelo cuidado direto de alguém.

Além disso, os salários continuam desiguais. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese), mulheres ganham 21% menos que os homens em um mesmo cargo.

Não me venha com chocolate, venha com respeito

De acordo com a 10ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, feita pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), 3 a cada dez brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. Quanto menor a renda, maior a chance de a mulher sofrer violência doméstica, diz o estudo.

A violência está dentro de casa: 74% das brasileiras perceberam um aumento da violência doméstica e familiar em 2023. As violências sofridas foram de forma física, psicológica e/ou moral.

Muitas mulheres não contam com apoio emocional da família, ou ainda de um suporte financeiro.

O que elas querem?

A EQL ouviu mulheres de diversas idades para saber o que elas realmente querem neste dia 8 de março.

“Quero poder andar com quem, quando e onde quiser. Vejo meus amigos homens indo para todo lado, o tempo todo, de bicicleta, a pé, de carro de aplicativo. Enquanto isso, eu e minhas amigas dependemos dos pais e de estarmos sempre acompanhadas para estarmos seguras. Quero liberdade para andar pela cidade em segurança, sempre que quiser.” – Luíse Perrenoud, 16 anos, estudante.

“Poder conversar com um homem em pé de igualdade, com seriedade, sem ser acusada de não entender de tal assunto, ou de ser histérica quando precisar ser firme. Poder caminhar no meu bairro sem me sentir insegura, olhando para os lados o tempo todo”. Júlia Souza, 44 anos, jornalista.

“Ter um emprego que me pague decentemente, para poder ter independência financeira. Hoje sou dependente de um relacionamento, o que me faz aceitar algumas situações abusivas. Os empregos que me oferecem são ‘complementos’ de renda, não consigo pagar um aluguel ou me manter sozinha.” Elly Leal, 43 anos, designer de interiores.

Portanto, neste Dia Internacional da Mulher, o que as mulheres realmente desejam não são apenas presentes simbólicos, mas sim igualdade, respeito e segurança. Queremos poder andar pelas ruas sem medo, ter voz e ser levadas a sério em todos os espaços, e ter oportunidades justas e remuneração digna em nossas carreiras.

Enquanto celebramos as conquistas alcançadas até agora, devemos reafirmar nosso compromisso com a luta contínua pelos direitos das mulheres em todas as esferas da sociedade. Não podemos nos contentar com gestos superficiais; é hora de nos unirmos em solidariedade e agir em prol de um mundo onde todas as mulheres sejam verdadeiramente livres e respeitadas.

Segurança para (re)começar

Para sair do ciclo de violência, há hoje no mercado seguros de vida que são específicos para mulheres, que oferecem proteção contra diferentes formas de violência. Eles refletem uma abordagem importante para lidar com os desafios enfrentados por muitas mulheres em relação à segurança e bem-estar.

Esses seguros não apenas fornecem assistência prática imediata, como transporte para delegacias e hospedagem em hotéis seguros, mas também reconhecem a importância do suporte emocional e psicológico para as vítimas de violência. A orientação psicológica oferecida é fundamental para ajudar as mulheres a lidar com os impactos traumáticos da violência e cuidar de sua saúde mental, aspectos essenciais para romper o ciclo de violência.

Além disso, os benefícios do seguro de vida para mulheres também incluem orientação financeira abrangente, o que pode ser crucial para capacitar as mulheres a tomar controle de suas finanças e independência financeira, aspectos importantes para sair do ciclo de violência e construir uma vida autônoma e segura.

Isso os torna uma ferramenta valiosa na luta contra a violência de gênero e na promoção do bem-estar das mulheres.

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