Rede Mulher Empreendedora, de Ana Fontes, impacta a vida de 500 mil mulheres em 2021

Neste ano, entidade teve como foco a recuperação dos pequenos negócios afetados pela pandemia
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Divulgação
Ana Fontes começou a empreender aos 40 anos, criando a Rede Mulher Empreendedora (Foto: Divulgação)

Algumas publicações de redes sociais são tão compartilhadas que é quase impossível não ter tido contato com elas alguma vez na vida. O post que fala sobre cada um ter o seu próprio tempo, por exemplo, provavelmente já foi apreciado por pessoas de todas as idades ao redor do país. Nele, destaca-se que figuras icônicas como Walt Disney, Barack Obama e Oprah Winfrey ainda não eram conhecidos aos 25 anos. Foi apenas na maturidade, após muito trabalho e dificuldades, que eles ganharam prestígio por seus feitos. A lição do post é clara: ainda há tempo. Para Ana Fontes, que começou a empreender aos 40 anos, é fácil relacionar a clássica postagem com sua própria trajetória. 

Após cerca de 20 anos de atuação no setor de marketing, Ana decidiu procurar um ambiente de trabalho mais flexível e acolhedor para estar próxima do desenvolvimento de suas duas filhas. Foi a partir desse momento que sua saga empreendedora começou. Inicialmente, com uma empresa de avaliação de serviços chamada Elogie Aqui. Depois, com um espaço de coworking – que durou pouco, até a criação da Rede Mulher Empreendedora, em 2010. Pensada para capacitar empresárias, a rede foi a grande sacada da carreira da empreendedora. Desde então, a iniciativa já impactou mais de 9 milhões de vidas, provando que sempre há tempo para grandes conquistas. 

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A rede nasceu depois que Ana se deu conta das dificuldades do mundo dos negócios, principalmente para mulheres e mães. Com mentorias, cursos, feiras, palestras e programas de capacitação, a empreitada foi crescendo aos poucos, até ganhar o prestígio que tem hoje, com 18 projetos em andamento e financiamento de grandes empresas. “Até o sexto ano, não tínhamos a parceria de outras organizações. Foi só em 2016 que começamos a ganhar reconhecimento e crescer junto às marcas”, lembra. “Ser reconhecido leva tempo, mas é fruto de muito trabalho. Mesmo sem financiamento, nós ajudamos muitas mulheres, o que mudou foi a escala de impacto. Agora, temos a capacidade de atuar no Brasil inteiro.”

São 35 funcionários na equipe interna, 80 especialistas no desenvolvimento dos projetos e 1 mil voluntárias parceiras da rede. Uma estrutura que ajuda a levar a capacitação para os quatro cantos do Brasil – e que foi essencial durante a pandemia de Covid-19. Após 11 anos de trajetória, Ana assistiu de camarote um dos momentos mais difíceis para o empreendedorismo do país. “A crise sanitária foi especialmente difícil para os pequenos negócios e ainda mais para as mulheres, já que quase 70% das empreendedoras atuam nas áreas de moda, beleza, alimentação fora de casa, serviços e estética, ou seja, os setores mais afetados”, explica. 

Para ajudar neste período, a Rede Mulher Empreendedora precisou impulsionar ainda mais os seus projetos. “Criamos muitos conteúdos e cursos de capacitação no sentido de inclusão e letramento digital.” Além disso, 2020 foi um dos anos de maior captação de recursos da história da organização: quase R$ 50 milhões movimentados pelas empresas e direcionados para projetos de geração de renda e aceleração de negócios. “As empresas olharam para a causa das mulheres e entenderam o nosso chamado, nos ajudando a construir ações. Em 2020 fomos sacudidos pela pandemia”, destaca Ana. Este ano, no entanto, não foi menos movimentado. Ao contrário do famoso ditado, depois da tempestade não vem a calmaria. Na realidade, após uma grande destruição, é hora de tentar se restabelecer – algo tão difícil quanto a própria tempestade. 

Em 2021, foram mais de R$ 40 milhões movimentados em programas de capacitação e 500 mil mulheres impactadas. Em entrevista para a Elas Que Lucrem, Ana Fontes fez um clássico exercício de final de ano e lembrou dos momentos e projetos mais marcantes dos últimos 12 meses. “É bastante coisa”, diz, rindo. Mesmo assim, ela separou três ações que representaram seu trabalho em 2021: 

  • Heróis usam máscara 

Embora o projeto Heróis Usam Máscara tenha começado em 2020, foi apenas em 2021 que ele foi concluído, marcando o ano da empreendedora. “Trabalhamos em parceria com os três maiores bancos do país: Bradesco, Santander e Itaú. Eles doaram, em conjunto, R$ 35 milhões para usarmos esse recurso no apoio a mulheres costureiras, que produziram 12 milhões de máscaras, doadas para outras organizações sociais”, explica Ana. “Com essa iniciativa, ajudamos 6.500 costureiras ao redor do Brasil, gerando uma renda de R$ 2.900 por mês para essas profissionais. Além disso, as máscaras foram doadas para pessoas em situação de vulnerabilidade, então atingimos diversas pessoas com uma única ação. Um dos projetos mais significativos que já fizemos.” 

  • Potência Feminina 

Com um investimento de R$ 7,5 milhões feito pela Fundação do Google, o projeto Potência Feminina foi outro destaque do ano. “A ideia é atender mulheres em todas as etapas do funil. Nosso foco é ajudá-las a empreender ou a conseguir um bom emprego”, revela Ana. Com cursos sobre empreendedorismo, empregabilidade e tecnologia, 50 mil mulheres estão ganhando capacitação para se destacar no mercado de trabalho. “Essa é a primeira etapa do projeto, com certificado para quem participa. No entanto, além disso, temos uma fase direcionada apenas às empreendedoras, no qual elas passam por um processo de aceleração de negócio, com mentoria e acompanhamento.” Como se não bastasse, ainda há uma terceira etapa, em que 180 negócios recebem um capital semente – uma doação financeira que ajuda no crescimento da empresa. “É um projeto que vai continuar rodando em 2022 e é essencial no fortalecimento das mulheres empreendedoras pós-pandemia.” 

– Ela Segura 

Com foco em mulheres em extrema vulnerabilidade, o Ela Segura foi criado em parceria com a multinacional de seguros MAPFRE para ajudar na geração de renda de 50 mil mulheres. “Neste projeto, além da capacitação, da mentoria e do capital semente, oferecemos uma ajuda para alimentação. Cada uma das mulheres selecionadas ganha uma cesta básica de R$ 110 por mês ao longo de seis meses. Uma iniciativa que tem o apoio de diversas fundações e prefeituras”, explica. Para Ana, esse é um projeto que mostra a importância de ajudar todas as mulheres: das que vendem bolo no bairro até as que possuem lojas em centros comerciais. 

Bônus: metas para 2022

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O momento de respirar fundo e dar adeus a 2021 não será repleto de calmaria. Afinal, 2022 promete ser tão agitado quanto o ano que passou. “Já vamos iniciar janeiro correndo, porque basicamente só teremos o primeiro semestre de trabalho normal, já que 2022 é um ano de Copa do Mundo e de eleições presidenciais”, destaca Ana, que já se prepara para os próximos desafios. “Como bons empreendedores sociais, acreditamos que vamos continuar contando com as fundações que nos apoiam. Nosso foco será em projetos de geração de renda, com bastante atuação na empregabilidade, além do empreendedorismo em si. As taxas de desemprego são altas, então não podemos descansar.” 

De olho no futuro, mas relembrando o passado, Ana, aos 54 anos, sabe o quanto o seu trabalho mudou a sua vida e a de outras mulheres na última década. Se a Rede Mulher Empreendedora já estava escrita no destino ou se foi um acaso da vida, ninguém sabe, mas a empreendedora agradece pelo momento em que idealizou a iniciativa. “Quando fazemos as coisas de forma genuína, tudo pode acontecer”, conclui. 

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