Profissões do futuro: as oportunidades que serão criadas pelo metaverso

Muito além da tecnologia, o mundo virtual deve empregar especialistas de setores variados, como organizadores de eventos e estilistas de moda digital
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PageGroup definiu 17 profissões que devem fazer parte da criação e do funcionamento do metaverso (Foto: FreePik)

Parece ficção científica, mas não é: se depender do investimento de grandes companhias, o metaverso deve se tornar realidade muito antes do que imaginamos. Alguns dos entusiastas desse mundo virtual, como o CEO da Meta, ex-Facebook, Mark Zuckerberg, já se referem à tecnologia como o grande futuro da internet. Enquanto isso, empresas como Fortnite, Gucci, Nike e Burberry se preparam para entrar no universo digital por meio de produtos como NFTs, “skins” e anúncios interativos. 

Como consequência, a criação de um mundo – ainda que virtual – a partir do zero demandará uma série de profissionais especializados em novas funções e necessidades, que nascerão junto com o metaverso. A CEO da plataforma de recrutamento digital Gupy, Mariana Dias, afirma que o impacto no mercado de trabalho deve ser semelhante ao visto nas últimas décadas com a evolução da internet e das redes sociais. “Novas profissões vão surgir, assim como novas maneiras de fazer marketing, publicidade e várias outras operações”, explica.

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Segundo a executiva, o setor de tecnologia deve ser o mais impactado pelo mundo virtual, já que será o responsável por criar e manter as configurações desse novo universo. Dessa forma, não faltarão oportunidades para desenvolvedores de softwares e hardwares. No entanto, à medida que o metaverso acumular acessos e interações entre marcas e usuários, outras ocupações acabarão ganhando destaque, como é o caso de especialidades da área financeira. “Podemos apontar a necessidade de gestores de investimentos que trabalhem com criptoativos, especialistas em linhas de crédito que permitam a compra de NFTs e criptomoedas e, ainda, diretores de eventos que promovam shows e participação de artistas, entre outras possibilidades”, aponta Juliana França, gerente sênior do grupo de consultoria executiva PageGroup.

Essa movimentação já está acontecendo na prática. Em outubro, o Facebook chegou a afirmar que pretende abrir cerca de 10 mil vagas de emprego voltadas ao desenvolvimento do metaverso na Europa nos próximos cinco anos. De forma semelhante, o Google também estaria investindo consideravelmente no recrutamento de profissionais para esse mesmo fim, segundo o  jornal norte-americano “The New York Times”. “Os profissionais que quiserem garantir seu espaço precisam estar abertos e dispostos a aprender, porque isso será muito exigido nos próximos anos”, destaca Juliana. 

O primeiro passo para esse tipo de preparação, explica a CEO da Gupy, deve ser entender como este universo funciona e qual será o seu impacto no mundo, além de um esforço para manter-se atualizado sobre o tema. Em seguida, ela afirma que os profissionais devem exercitar a criatividade e projetar as potenciais mudanças provocadas pelo mundo virtual em sua profissão. “Por mais que pareça – e realmente é – algo muito diferente de tudo o que já vimos, há algumas semelhanças com ações que já acontecem hoje, como, por exemplo, a presença das marcas em alguns jogos de videogame e a própria interação entre os jogadores realizadas no ambiente digital”, diz.

De olho nas tendências de carreira para o metaverso, o PageGroup definiu 17 profissões que devem fazer parte da criação e do funcionamento desse ecossistema. Elaborada pelos consultores do grupo, a lista reúne segmentos como finanças, moda, engenharia e indústria. 

Veja, a seguir, quais são elas:

  1. Gestor de investimentos

No metaverso, esse tipo de profissional deverá se especializar em investimentos de criptoativos e outros produtos digitais, potencializando os rendimentos dos clientes dentro e fora do mundo virtual. 

Habilidades necessárias: inglês avançado, conhecimento sobre o mercado de criptoativos, boa comunicação e capacidade analítica.

  1. Gestor de patrimônio imobiliário digital

O corretor ou gestor de patrimônios imobiliários será o responsável pelas transações de terrenos e propriedades no metaverso. Além disso, assim como o gestor de finanças, esse profissional deverá orientar os clientes em relação aos melhores investimentos em imóveis no mundo digital.

Habilidades necessárias: inglês avançado, conhecimento sobre NFTs, acompanhamento do mercado imobiliário dentro e fora desse universo e bom relacionamento. 

  1. Especialista em estruturação de linhas de crédito

Assim como na vida real, os especialistas em linhas de crédito serão responsáveis por estruturar soluções baseadas em criptomoedas e nas compras de NFTs. 

Habilidades necessárias: inglês avançado, grande capacidade analítica e estatística e habilidade com números.

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  1. Analista de taxas de transação virtual

À medida que as transações financeiras se tornarem mais frequentes e volumosas no metaverso, será necessário empregar profissionais especializados na criação de taxas de blockchain voltadas para operações em criptomoedas. 

Habilidades necessárias: inglês avançado, grande capacidade analítica e estatística e habilidade com números.

  1. Gerente de seguros financeiros

No universo virtual, os seguros devem ser voltados para proteger os investidores das oscilações dos criptoativos, assim como garantir a segurança de NFTs. 

Habilidades necessárias: inglês avançado, bom relacionamento e conhecimento sobre mercado de NFTs e seguros.

  1. Gerente de segurança da informação e riscos

Antes mesmo da criação do metaverso, as empresas e o público já demonstraram preocupação em relação à segurança do universo, já que ele acumulará uma quantia relevante de dados de seus usuários. Assim, especialistas em segurança digital devem ser contratados para que não haja falhas e violações na privacidade dessas informações.  

Habilidades necessárias: conhecimento das regras de segurança da informação e riscos.

  1. Especialista em segurança cibernética

Já os profissionais de segurança cibernética devem ser capazes de agir em tempo real em casos de invasões, infrações de leis e ataques hackers. 

Habilidades necessárias: experiência em segurança cibernética regular e/ou inclinações técnicas de sistemas.

  1. Engenheiro de tecnologia de metaverso

Os engenheiros do metaverso terão o desafio de construir a estrutura desse universo, consolidando aquilo que será a visão de futuro. Além de projetar os ambientes e produtos, os especialistas devem ser capazes de manter os protocolos de segurança exigidos no mundo online. 

Habilidades necessárias: conhecimento em linguagens de programação, além de vivência com 3D e realidade virtual. 

  1. Desenvolvedores de avatares

Como o próprio nome sugere, esses profissionais vão se concentrar na criação de avatares personalizados para indivíduos e empresas. 

Habilidades necessárias: profissionais com conhecimentos em programação e designers com experiência em realidade aumentada e 3D.  

  1. Cientista de pesquisa em metaverso

O metaverso deve contar com a sua própria versão de conjunto de dados, algo semelhante ao Big Data. Dessa forma, será necessária a presença de cientistas que traduzam essas informações para a elaboração de anúncios, jogos, lojas, etc.

Habilidades necessárias: conhecimento de dados e informações, além de background em estatística. 

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  1. Estilista de moda digital

Não faltarão oportunidades para estilistas dedicados ao universo virtual. Além das famosas “skins”, que vestem os avatares dos usuários, esse tipo de profissional ainda poderá desenvolver acessórios conectados aos NFTs. Algumas marcas já estão apostando neste mercado, como a Nike e a Balenciaga. 

Habilidades necessárias: estilismo, modelagem, design têxtil, ilustração, animação, modelagem 3D, história da arte e da moda, gaming e entretenimento.

  1. Designer espacial digital

Assim como o estilista, o designer espacial será amplamente demandado para projetar a interface de ambientes, jogos e lojas do mundo virtual. Alguns varejistas já estão experimentando essa conversão do real para o 3D, incluindo o Walmart. 

Habilidades necessárias: computação espacial, programação, inteligência artificial, física aplicada, design gráfico, modelagem 3D, arquitetura, antropologia e ciências cognitivas.

  1. Diretor de eventos

Em 2020, o rapper Travis Scott reuniu 14 milhões de fãs em um show virtual no “Fortnite”. Para alguns especialistas, esse será o futuro do entretenimento no metaverso. Assim, especialistas no tema devem estar preparados para organizar eventos digitais com alcances muito maiores do que suas versões físicas. 

Habilidades necessárias: boa relação interpessoal, psicologia, organização, cultura, empatia, versatilidade e navegação imersiva.

  1. Influenciador avatar

Influenciadores avatares são uma das apostas para o metaverso. Seguindo o modelo da Lu, do Magalu, outras empresas devem apostar em representantes virtuais para emplacar suas marcas. Na vida real, serão necessários profissionais dedicados a criar e desenvolver a estratégia por trás da presença dessas personas. 

Habilidades necessárias: psicologia, organização, influência, cultura, empatia, modelagem 3D, design gráfico e inteligência artificial.

  1. Engenheiro de hardware

A principal demanda de engenheiros de hardware no metaverso deverá  estar ligada ao aprimoramento de testes de simulação envolvendo sensores de temperatura e pressão, que aumentarão a interação com o meio digital. 

Habilidades necessárias: raciocínio lógico-matemático, conhecimentos de física, engenharia mecânica, design de produtos, inteligência artificial e modelagem 3D.

  1. Gerente de segurança do trabalho

A segurança do trabalho também terá espaço no metaverso, já que a implementação da arquitetura e dos meios de interação deverão ser acompanhados por especialistas que garantam a integridade do processo para profissionais e usuários. 

Habilidades necessárias: conhecimentos de segurança do trabalho, operações de processos industriais, engenharia de produção e análise do negócio de sistemas.

  1. Desenvolvedor de ecossistema

O profissional será responsável por coordenar as interações entre diferentes indústrias por  meio da interoperabilidade, ou seja, colaboração, dos sistemas do metaverso. Assim, o desenvolvedor de ecossistema vai articular agentes corporativos e civis para promover a funcionalidade das experiências virtuais. 

Habilidades necessárias: conhecimentos de engenharia civil, legalizações, design de produto, modelagem 3D e inteligência artificial.

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