Entenda o que pode causar sangramento no cérebro, condição que levou a influencer Sthe Matos para a UTI

Quadro da ex-participante de “A Fazenda” não é grave, mas neurologistas explicam as consequências e possíveis sequelas dessa hemorragia
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Entenda o que pode causar sangramento no cérebro, condição que levou a influencer Sthe Matos para a UTI
Sthe Matos foi internada na UTI após exame constatar um pequeno sangramento no cérebro da influencer (Foto: Reprodução/Instagram)

Aos 23 anos de idade, a influencer Sthe Matos passou mal durante um voo, acometida de uma forte dor de cabeça. No hospital, a ex-participante do reality show  “A Fazenda” realizou exames que constataram um pequeno sangramento no cérebro. Ela foi internada na UTI por precaução, já que seu estado de saúde não é grave, como divulgou sua assessoria de imprensa na madrugada de hoje (22).

Essa condição emergencial ocorre quando há o rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro. “Isso é o que chamamos de hemorragia cerebral ou AVC hemorrágico”, explica a médica neurologista Giselle Coelho, diretora científica do Instituto EDUCSIM e neurocirurgiã pediátrica do Hospital Sabará.

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A causa desse rompimento, no entanto, pode ser diversa. É o que explica a neurologista Viviane Moroni Felici. “Existem duas situações que podem acarretar um sangramento cerebral. A primeira é por meio de um trauma, quando a pessoa bate a cabeça. A segunda é de uma forma não-traumática, que engloba muitas questões.”

Maria Elisabeth Matta, médica neurologista da Escola Paulista de Medicina, aponta fatores de um rompimento não-traumático, como um aneurisma cerebral, pressão alta ou até má formação de vasos. Viviane concorda e vai além: “O uso de anticoagulantes, trombose e tumores também podem causar esse tipo de sangramento”. 

Mas as neurologistas explicam que é difícil apontar sintomas, definir um perfil para o paciente que apresenta esse quadro ou até estimar as sequelas, afinal, tudo depende da causa. Ainda assim, é possível traçar semelhanças e apontar fatores que se repetem em casos de sangramento cerebral como o de Sthe. 

O que uma pessoa com sangramento no cérebro sente?

As especialistas são unânimes quando o assunto é sintomas: o principal deles é a famigerada dor de cabeça. “Geralmente intensa e súbita, ela pode persistir por vários dias”, explica Giselle. 

Maria Elisabeth e Viviane ressaltam que é importante levar em conta o lugar do sangramento e o volume de sangue no cérebro. “Esses fatores podem interferir no quadro clínico do paciente”, explica Maria Elisabeth. 

Por isso, as neurologistas apontam outros sintomas como perda de consciência, fraqueza corporal, crises convulsivas súbitas, dormência ou formigamentos, alterações motoras, perda da coordenação e até falta de equilíbrio.

Qual o perfil dos pacientes com sangramento cerebral?

“Apontar um perfil também depende muito da causa do rompimento que levou ao sangramento no cérebro”, explica Maria Elisabeth. No caso do Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, por exemplo, Giselle diz que é mais frequente na faixa etária de 30 a 69 anos. 

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Na verdade, esse é o perfil da grande maioria dos pacientes com sangramento cerebral. Em casos de aneurisma, pressão alta e até de acidentes – afinal, muitos ocorrem no trânsito – essa é a principal faixa etária acometida. Ainda assim, os idosos também são suscetíveis a esse tipo de condição. “O sangramento de tumores cerebrais, por exemplo, são mais presentes em idosos, pois já são resultado de uma metástase”, explica Viviane.

Mas, o único caso que possui diferença de gênero é a trombose. Segundo Viviane, esse transtorno da coagulação do sangue acontece, em sua maioria, em mulheres jovens. 

Quais as consequências e os tratamentos? 

“A ocorrência de uma hemorragia cerebral pode resultar no surgimento de sérias complicações, mas isso depende da localização do sangramento”, explica Giselle. Desse modo, para exemplificar, Viviane menciona que, caso essa hemorragia esteja localizada de um lado do cérebro – e que seja de um volume considerável -, o paciente pode perder a força do corpo no lado contrário.

Ainda assim, a especialista aponta uma série de possíveis complicações. Entre elas estão alterações cognitivas relacionadas à perda de memória, problemas de deglutição, perda visual, perda de força motora, confusão mental e até depressão.

“Assim como no caso das sequelas ou de complicações, o tratamento de um sangramento cerebral também leva em conta a localização e o volume dessa hemorragia. Em algumas situações, como nas de sangramentos pequenos, é necessário apenas observar e esperar o cérebro absorver o sangue. Provavelmente, o paciente não terá sequelas nessas condições”, conta Maria Elisabeth.

Mas, em casos mais raros, as especialistas apontam que pode ser necessária uma cirurgia para aliviar a pressão em torno do cérebro. 

Como evitar essa condição?

“Uma forma importante de se evitar este tipo de complicação é o controle da pressão arterial sistêmica em pacientes que apresentam esse tipo de sintoma”, aponta Giselle. Além disso, Viviane diz que evitar o tabagismo e investigar o histórico de aneurisma na família também são medidas que podem ajudar. 

“Fazer os exames preventivos e, quando possível, se consultar com um médico são fatores que podem evitar um sangramento, principalmente porque ele pode ser ocasionado de formas diversas e, muitas delas, como no aneurisma, há chance de descobrir por meio de exames”, conclui a neurologista Viviane.

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