Dólar tem pouca alteração ante real à espera de Fed e Copom

Expectativa é de que autoridades norte-americanas sinalizem mudanças na política monetária
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O dólar operava entre estabilidade e leve alta em relação ao real na manhã de hoje (16), à medida que os investidores se preparavam para as conclusões das reuniões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil.

As instituições encerram seus respectivos encontros de dois dias nesta quarta-feira. A expectativa é de que as autoridades do banco central norte-americano não sinalizem uma mudança imediata na política monetária, mas algumas autoridades do Fed já começaram a reconhecer que estão mais próximas de um debate sobre quando retirar parte de seu estímulo. O comunicado do Fed será divulgado junto com novas projeções econômicas às 15h00 (horário de Brasília).

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Em nota, analistas do Bradesco disseram que “os investidores estarão atentos à avaliação do (chair) da instituição com relação à recente aceleração da inflação” nos Estados Unidos. “Jerome Powell vem avaliando em seus últimos discursos que essas pressões inflacionárias são transitórias, reflexo do processo de reabertura da economia.”

Enquanto isso, no Brasil, o BC deve anunciar o terceiro aumento consecutivo de 0,75% na taxa Selic, para 4,25%. As atenções também se voltam para o comunicado, já que a autoridade monetária pode indicar um ciclo mais agressivo à frente ao abandonar seu compromisso com uma “normalização parcial” da política monetária, mostrou pesquisa da Reuters.

A perspectiva de um posicionamento mais duro da autarquia tende a favorecer a moeda doméstica, segundo especialistas.

“Aqui, temos apostas de retirada do ‘ajuste parcial’ e adoção de um tom mais agressivo do BC”, disse à Reuters Thomas Giuberti, sócio da Golden Investimentos. “Se você eleva os juros, acaba atraindo capital que saiu do Brasil e foi para outros países emergentes, como o México, por exemplo. Com o retorno desse capital, a tendência é ver uma pressão benigna para o real.”

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A maior entrada de capital estrangeiro com o aumento de juros se deve principalmente a estratégias de “carry trade”, segundo analistas. Elas consistem na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo (iene japonês, por exemplo) e compra de contratos futuros da divisa de juro maior (como o real). O investidor, assim, ganha com a diferença de taxas.

Com todos os olhares voltados para a política monetária às 10h26, o dólar recuava 0,06%, a R$ 5,0384 na venda. O dólar futuro de maior liquidez perdia 0,04%, a R$ 5,048.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes rondava a estabilidade. Moedas emergentes pares do real — como rand sul-africano e lira turca — registravam leves ganhos.

Na terça-feira, a divisa norte-americana spot fechou em queda de 0,61% contra o real, a R$ 5,0414 na venda.

(com Reuters)

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