A prestigiada revista “Time” publicou hoje (15) sua lista anual “Time 100 – As Pessoas Mais Influentes de 2021”. Dividida em seis categorias – Ícones, Pioneiros, Titãs, Artistas, Líderes e Inovadores –, a edição deste ano traz 54 mulheres de um total de 114 nomes (alguns eleitos aparecem em duplas ou até trios), o equivalente a pouco mais de 47%.
Na categoria Ícone, o destaque foi o casal Harry e Meghan Markle, o Duque e a Duquesa de Sussex, que abandonou a família real para viver longe dos holofotes em fevereiro deste ano. “Agir não é uma escolha fácil para um jovem duque e uma jovem duquesa abençoados no nascimento com talento e fama. Seria muito mais seguro para eles desfrutar da sua boa sorte e ficar em silêncio”, escreveu José Andrés, chef e fundador da World Central Kitchen, organização não governamental dedicada a fornecer refeições após desastres naturais, na revista.
“Mas isso não corresponde ao que eles são. Eles transformam a compaixão em ação por meio da Fundação Archewell. Dão voz aos que não as têm por meio da produção de mídia. Assumem riscos para ajudar comunidades carentes, oferecendo apoio de saúde mental para mulheres e meninas negras nos Estados Unidos e alimentando pessoas afetadas pelos desastres naturais na Índia e Caribe.”
Entre as mulheres eleitas na mesma categoria estão Naomi Osaka, tenista japonesa; Britney Spears, cantora pop norte-americana; Sherrilyn Ifill, advogada norte-americana que preside o Fundo de Defesa Legal da NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas Não Brancas); Dolly Parton, cantora country norte-americana; Cathy Park Hong, poeta, escritora e professora coreana-americana; Nasrin Sotoudeh, advogada de direitos humanos iraniana; Manjusha P. Kulkarni e Cynthia Choi, ativistas veteranas que, ao lado de Russell Jeung, fundaram nos EUA a Stop AAPI Hate, organização que luta pelo fim do racismo contra os asiáticos; e Muna El-Kurd, ativista palestina que com o irmão, Mohammed, usa as redes sociais para mostrar como é viver numa ocupação em Jerusalém Oriental, ajudando a promover uma mudança internacional na retórica em relação à Israel e à Palestina.
PIONEIRAS
Na categoria que elege representantes pelo pioneirismo, 12 mulheres estão presentes. O destaque ficou com Billie Eilish, cantora e compositora norte-americana. “Ela é uma alma única, com voz, estilo e atitude próprios”, escreveu Megan Thee Stallion, rapper texana vencedora do Grammy como artista revelação. “Ela é real e descontraída, apesar da personalidade forte. É uma mulher que se defende e defende outras mulheres em todos os lugares.”
Completam a categoria Adi Utarini, pesquisadora indonésia; Sunisa Lee, ginasta norte-americana; Bénédicte Savoy, historiadora de arte francesa; Aurora James, estilista canadense; Phyllis Omido, ativista ambiental queniana; Indyra Mendoza e Claudia Spellmant, ativistas que lutam pelo fim da discriminação aos transgêneros; Olimpia Coral Melo Cruz, autora de um projeto contra a intimidade sexual no México; Dorottya Redai, ativista e acadêmica autora de um conto de fadas com personagens LGBTIQ+; e Esther Ze Naw Bamvo e Ei Thinzar Maung, líderes do primeiro protesto antimilitar em Yangon, Mianmar.
TITÃS
Com sete mulheres – incluindo Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza e única brasileira da lista –, a categoria trouxe, no destaque, a ginasta norte-americana Simone Biles. “Quando não está competindo, Simone atinge um poderoso equilíbrio entre humildade e confiança: é apaixonada, estoica, acredita na sua força, confia no seu corpo e abraça sua grandeza”, escreveu a tenista Serena Willians, encarregada do texto sobre a ginasta.
Também fazem parte da categoria Shonda Rhimes, roteirista, cineasta e produtora de TV norte-americana; Nikole Sheri Hannah-Jones, jornalista investigativa norte-americana, conhecida pela cobertura dos direitos civis nos Estados Unidos; Youn Yuh-Jung, atriz sul-coreana; Allyson Michelle Felix, velocista multicampeã olímpica e mundial norte-americana; e Angélique Kidjo, cantora, compositora, dançarina, atriz, diretora e produtora beninense.
ARTISTAS
A categoria que destaca representantes das artes escolheu sete representantes: Chloé Zhao, diretora, roteirista, produtora e editora chinesa conhecida por seu trabalho em filmes independentes norte-americanos; Scarlett Johansson, atriz e cantora norte-americana; Jessica B. Harris, historiadora da gastronomia norte-americana, professora universitária, autora de livros de culinária e jornalista; Tracee Ellis Ross, atriz, modelo e apresentadora de televisão norte-americana; N. K. Jemisin, escritora norte-americana; e Barbara Kruger, artista conceitual norte-americana.
A atriz norte-americana Kate Winslet é o destaque da categoria. “Eu fiz um teste com Kate quando ela tinha 17 anos. Achei que ela tinha 25, tal era o seu autocontrole, presença e concentração. Quando ela saiu pela porta, eu me virei para o diretor de elenco e disse: ‘Acabamos de conhecer uma estrela’”, escreveu Kenneth Branagh, ator e cineasta.
LÍDERES
Ngozi Okonjo-Iweala, que foi ministra das finanças na Nigéria por duas vezes, foi escolhida como o destaque da categoria Líderes. “Como a primeira africana e a primeira mulher a liderar a Organização Mundial do Comércio, Ngozi assumiu o papel de diretora-geral em março em um momento decisivo para nossa saúde global e bem-estar. Não se engane: seu trabalho afeta todas as pessoas, famílias e comunidades”, escreveram Harry e Megan Markle, encarregados do texto de apresentação da eleita.
“Enquanto enfrentamos uma enxurrada constante de desinformação sobre vacinas, desacelerações burocráticas tanto no governo quanto na indústria e o aumento de variantes que ressaltam a urgência da situação, ela nos mostrou que, para acabar com a pandemia, devemos trabalhar juntos para equipar cada nação com acesso equitativo à vacina. Nossas conversas com ela foram tão informativas quanto energizantes. Em parte porque, apesar dos desafios, ela sabe como fazer as coisas – mesmo entre aqueles que nem sempre concordam – e o faz com graça e um sorriso que aquece as salas mais frias”, continuo o texto.
Ao lado da nigeriana na categoria estão Liz Cheney, política norte-americana; Kamala Harris, atual vice-presidente dos Estados Unidos; Stacey Yvonne Abrams, política, advogada e ativista estadunidense; Mahbouba Seraj, uma das mais conhecidas ativistas dos direitos das mulheres afegãs; Rochelle Paula Walensky, cientista-médica norte-americana que ocupa a diretoria dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças; Mamata Banerjee, política indiana; e Elisa Loncon Antileo, linguista mapuche eleita presidente da Constituinte chilena.
INOVADORES
Dos 17 escolhidos na categoria, 10 são mulheres. Além disso, essa é a única categoria na qual o destaque não é uma mulher. Fazem parte da lista, por exemplo, Adrienne Banfield Norris, Willow Smith e Jada Pinkett Smith, que apresentam o programa “Red Table Talk”, responsável por estabelecer diálogos entre avós, filhas e netas para tratar os mais variados temas.
Katalin Karikó, bioquímica húngara especializada em mecanismos mediados por RNA; Mary Barra, CEO da General Motors; Mimi Aung, engenheira birmanês-americana que atuou como engenheira-chefe do Mars Helicopter Ingenuity, helicóptero de exploração de Marte; e Lidia Morawska, física polonesa que estuda a qualidade do ar e seu impacto na saúde humana, provam que ciência e tecnologia também pode ser áreas para as mulheres.
Completam a lista Viya, influenciadora que está ajudando a moldar o futuro do comércio eletrônico na China; Friederike Otto, climatologista alemã; e Sara Menker, CEO da Gro Intelligence e eleita um dos Jovens Líderes Globais do Fórum Econômico Mundial.
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