Dólar recua após disparada da véspera

Sessão segue em meio à grande tensão institucional doméstica e risco político elevado
JOB_03_REDES_SOCIAIS_EQL_AVATARES_QUADRADOS_PERFIL_v1-02

O dólar caía, mas continuava sendo negociado próximo dos R$ 5,30 na manhã de hoje (09), e, segundo investidores, tem espaço para alcançar patamares ainda mais elevados em meio à grande tensão institucional doméstica, agravada recentemente por discurso mais agressivo do presidente Jair Bolsonaro.

Às 10h18, o dólar recuava 0,44%, a R$ 5,3004 na venda. Embora tenha operado em território negativo por boa parte da manhã, o dólar chegou a ser negociado brevemente em alta, tocando R$ 5,3350 na venda (+0,21%) no pico do pregão, alcançado por volta das 9h40.

LEIA MAIS: Inflação fecha agosto em 0,87%, maior marca para o mês em 21 anos

Na B3, o dólar futuro caía 0,39%, a R$ 5,313.

Segundo Vanei Nagem, responsável pela Mesa de Câmbio da Terra Investimentos, a queda do dólar vista no início dos negócios desta terça feira seria apenas uma pequena realização de lucros, com o clima nos mercados continuando extremamente pessimista.

“Acho que hoje vai ser um dia nervoso, continua a mesma pressão” política vista na véspera, quando o dólar à vista saltou 2,84% no fechamento, para R$ 5,3236, sua maior valorização percentual diária desde 24 de junho de 2020 (+3,33%).

Em meio à incerteza institucional gerada por “queda de braço” entre os poderes, “a tendência do mercado é ir ainda mais para cima, e o dólar pode buscar uns R$ 5,40” no curto prazo, afirmou Nagem.

Marcos Weigt, head de tesouraria do Travelex Bank, concorda que as tensões em Brasília devem continuar atrapalhando o desempenho do real. “Acho muito difícil o dólar ficar abaixo dos R$ 5,30 no curto prazo, a não ser que haja uma grande virada de jogo na política”, opinou.

Segundo ele, não fosse o intenso ciclo de elevação de juros do Banco Central — que eleva a atratividade do real para estratégias de “carry trade” — o dólar estaria em patamar ainda mais elevado.

OLHA SÓ: Principais notícias do mercado para quinta-feira

Os investidores — que já apresentavam cautela sobre o cenário doméstico há semanas em meio a temores sobre a capacidade do governo de honrar suas obrigações e respeitar o teto fiscal — intensificaram o resguardo na esteira de discurso de Bolsonaro em atos do dia 7 de Setembro.

Na ocasião, Bolsonaro atacou, diante de apoiadores, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso e ameaçou descumprir decisões, dizendo que jamais será preso por “canalhas”. Bolsonaro repetiu que só sairia da Presidência “preso, morto ou com vitória”.

Elevando a apreensão dos mercados, a madrugada contou com paralisações em estradas de vários Estados brasileiros por caminhoneiros em apoio ao governo. O presidente vai se reunir ainda na manhã desta quinta-feira com representantes da categoria, disse Bolsonaro a apoiadores.

(Com Reuters)

Fique por dentro de todas as novidades da EQL

Assine a EQL Newsletter

Baixe gratuitamente a Planilha de Gastos Conscientes

Participe da live Meu Primeiro Investimento

Compartilhar a matéria:

×