Adiar tarefas pode trazer prejuízos em muitas esferas da vida pessoal e profissional, como problemas emocionais, dificuldades para alcançar objetivos e atrasos na carreira. Mas, quando esse mau hábito se estende às finanças, o resultado pode ser um amontoado de dívidas e a sensação de descontrole sobre os gastos.
A consultora contábil Dora Ramos explica que algumas atitudes, como, por exemplo, evitar analisar a própria situação financeira, impede que o procrastinador tenha um panorama mais claro e acarreta uma série de problemas. “Sem organização fica mais fácil esquecer de pagar alguma conta ou acumular muitas dívidas por não saber, exatamente, com quanto é possível arcar mensalmente”, diz.
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Para a consultora financeira Denise Castilo, a procrastinação financeira vem sempre acompanhada de desculpas que contamos para nós mesmas. “Quando questionamos alguém sobre os motivos de seus problemas financeiros ou por que ainda não começou a organizar seus gastos, a resposta geralmente passa pela falta de tempo ou pela alegação de que começará no mês seguinte. Mas isso nunca acontece.”
A especialista aponta que o adiamento da organização das finanças só é resolvido quando há a mudança do comportamento e da mentalidade em relação ao dinheiro. Ela ainda destaca que os principais motivos para a procrastinação envolvem a falta de clareza quanto aos objetivos com o orçamento disponível, agir sob efeito dos sentimentos e a crença de que possíveis problemas financeiros serão resolvidos facilmente. “Muitas pessoas sentem ansiedade e angústia quando pensam em suas vidas financeiras. As barreiras emocionais estão intimamente ligadas à procrastinação”, afirma.
Veja, a seguir, 5 dicas das especialistas para lidar com a procrastinação financeira:
1. Evite o autojulgamento
Dora Ramos diz que, para superar a procrastinação, em primeiro lugar é necessário deixar a culpa para trás. Segundo ela, os problemas causados pelo adiamento dos compromissos financeiros devem ser encarados como ensinamentos assim que solucionados, para que o autojulgamento excessivo não se torne mais um motivo para procrastinar.
2. Encontre o melhor método de organização de finanças para si mesmo
A consultora contábil também indica que os procrastinadores busquem métodos simples para se organizar financeiramente. Ela dá como exemplo anotar as saídas e entradas de dinheiro em um caderno ou planilha, para que seja possível enxergar exatamente quais são os gastos e a receita disponível para cobri-los. “A partir disso, torna-se mais viável agir para eliminar a procrastinação com as finanças”, finaliza.
3. Mude os hábitos
Denise Castilo reitera que o problema só pode ser resolvido com a mudança de hábitos dos procrastinadores. Essas transformações vão desde a idealização de novas metas até a percepção de que é necessário enxugar os gastos e cortar programas que não cabem no orçamento, por exemplo. “É importante saber que o desconforto virá, que faz parte do processo e agir diferente para alcançar os resultados desejados”, afirma.
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4. Crie metas financeiras realistas
A consultora financeira destaca que apenas traçar novos objetivos não é o suficiente para ter foco e sair da procrastinação. Essas metas devem ser realistas, ou seja, ter prazos e propósitos possíveis de serem realizados. Ela ainda ressalta que criar um esquema de recompensas por cada “mini-tarefa” cumprida pode ser uma boa maneira de estimular a determinação no processo.
5. Desenvolva o autoconhecimento
Por fim, as especialistas enfatizam que desenvolver o autoconhecimento é essencial para entender os verdadeiros motivos que levam cada pessoa a procrastinar financeiramente, já que, apesar de muitas vezes os motivos serem semelhantes, existem razões individuais que interferem na relação com o dinheiro.
Além disso, elas também apontam que entender melhor os próprios desejos e metas ligadas às finanças pode contribuir para a autorrealização, uma vez que o procrastinador se sentirá empoderado pelas novas conquistas e terá mais fé em si mesmo para se engajar em outros alvos.
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