Por que todo o dinheiro gasto pelo governo não salvou a economia brasileira?

A resposta é simples: eficiência não depende da quantidade de recursos, mas da maneira como são usados
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Governo

A pandemia de Covid-19 chegou de forma inesperada para a população e para o governo. Já são mais de dois anos usando máscara, álcool em gel e mantendo o máximo possível de distancia social. Além disso, quase 400 milhões de pessoas em todo o mundo, matando 5 milhões delas, a pandemia gerou uma crise global.

Dessa forma, houve um baixo consumo, quebradeira nas empresas e desemprego. Para tentar reduzir o prejuízo, os governos de todos os países precisaram agir. Por aqui, no entanto, nem todo o dinheiro gasto foi suficiente para resolver a crise, conter a perda e controlar a inflação, que chegou a 10,06% em 2021 – o maior índice desde 2015.

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Vamos aos dados

O governo do presidente Jair Bolsonaro empregou R$ 645,4 bilhões no enfrentamento da pandemia. A maior parte deste montante foi destinada ao Auxílio Emergencial: R$ 353,69 bilhões. O governo também designou R$ 24 bilhões para compra de vacinas. Os municípios, o setor de turismo, as despesas com o Ministério da Saúde e benefícios para a manutenção de emprego também geraram gastos.

Diante desse volume, é normal que as pessoas se perguntem por que, então, a crise se instaurou de forma tão contundente no país. A resposta, apesar de parecer complexa, é simples: a quantia de dinheiro gasto pelo governo não é o único fator capaz de deter uma adversidade dessa proporção. A forma como ele é empregado, aliada a outras políticas públicas, sim.

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que nem todo o dinheiro no mundo seria capaz de impedir a grande quantidade de mortes de brasileiros. As políticas de isolamento, que não foram adotadas de forma oficial, nem estimuladas pelo governo são essenciais para esse combate. 

Com o avanço da ciência, a imunização deveria ser a próxima prioridade. No entanto, por aqui, ela foi contestada, negligenciada e atrasada por conflitos políticos. Vale lembrar que até uma CPI precisou ser criada para investigar a maneira como o governo conduziu a crise sanitária.

Como o governo deveria lidar

O que eu quero dizer é que todo esse dinheiro poderia ter sido gasto de outra forma, com resultados muito mais eficientes. Segundo John M. Keynes, o que governo poderia ter feito, por exemplo, gastado com infraestrutura, criando empregos em outros setores e mantendo a renda da população – e os níveis de consumo. dessa forma, essa medida ajuda os negócios, manteria o lucro das empresas e poderia até estimular o uso de mais mão de obra.

Além disso, o país enfrenta um grave problema de inflação: a redução da produção durante a pandemia diminuiu a quantia de produtos e os preços subiram (já que parte da demanda foi mantida com o auxílio). A taxa de juros, a Selic, caiu e já mostrava sinais de que os preços não se manteriam nas mesmas bases.

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Por fim, tenho que ressaltar que o volume de dinheiro não tem importa se não for gasto com sabedoria, prevendo, inclusive, os resultados no longo prazo. No entanto, a gestão não acreditou que a pandemia duraria tanto tempo. Essa crença do curto prazo, com soluções que não ajudam para melhorar a situação do Brasil.

Carol Proença é estudante de economia e especialista de investimentos certificada

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