Como ficam os investimentos estrangeiros em períodos de guerra?

Títulos públicos dos Estados Unidos são tidos como os mais seguros do mundo e devem entregar retornos mais atraentes em breve
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Desde que a Rússia declarou guerra à Ucrânia, no último dia 24, a moeda russa, o rublo, já desvalorizou mais de 30% e a inflação disparou no país liderado por Vladimir Putin. Tudo isso por causa das sanções econômicas aplicadas por outros países à economia russa.

No entanto, não são apenas as economias dos dois países do leste europeu que estão sofrendo os impactos do conflito. Com todas as incertezas geopolíticas, o sentimento de aversão ao risco tomou conta do mercado e as bolsas de valores ao redor do mundo estão passando por momentos de muita volatilidade.

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De acordo com a especialista em investimentos da Eu me banco, Daniela Schulz, daqui pra frente, até que o cenário da guerra esteja mais controlado, “a tendência é de que os investidores retirem capital de investimentos considerados mais arriscados, como as ações, e migrem para mercados mais seguros e ativos de renda fixa”.

Por que a guerra no leste europeu impacta todo o mundo?

Por ser uma região com proporções gigantescas, Rússia e Ucrânia são fortes exportadores de diversas commodities, com destaque para o petróleo, gás natural e milho. Com uma guerra acontecendo no território, as exportações tendem a ser afetadas, impactando a oferta global dos produtos.

Daniela destaca que a Rússia é o terceiro maior produtor mundial de petróleo, além de fornecer quase 40% do gás natural consumido pela Europa. Além disso, na parte de grãos, o país é o maior exportador de trigo do mundo, enquanto a Ucrânia é o terceiro maior exportador de milho.

“Com esse conflito, os preços dessas commodities aumentam porque o fornecimento fica comprometido. Em consequência, os preços dos produtos relacionados a eles também aumentam – gasolina, diesel, pão, frango etc. Essa pressão de custos afetará os agricultores do mundo todo, aumentando os gastos com a produção”, explica. 

A especialista explica, ainda, que o mercado espera um período de estagflação (inflação acelerada com crescimento econômico praticamente nulo), o que deve afetar fortemente o setor de varejo, tendo em vista que os bancos centrais ao redor do mundo devem continuar aumentando as taxas de juros, prejudicando o consumo.

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Como se posicionar em relação aos investimentos internacionais neste contexto?

Segundo Daniela, a melhor estratégia em um momento de incertezas é manter algum dinheiro em caixa, mas continuar com os investimentos, inclusive os internacionais, prezando pela diversificação da carteira.

No caso dos investimentos internacionais, a especialista destaca que uma forma de proteger o patrimônio são as aplicações em títulos públicos de mercados considerados mais seguros, principalmente o dos Estados Unidos. 

O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) já sinalizou em suas últimas reuniões que, em 2022, a taxa de juros do país será elevada ao longo dos próximos meses. 

Com os juros mais altos, os títulos públicos do país, as treasuries, passam a entregar uma rentabilidade mais atraente, o que anima os investidores por se tratar de um ativo bastante seguro.

Além disso, Daniela pontua que “é importante que o investidor mantenha a calma e não tome decisões precipitadas, como sair bruscamente da renda variável devido a uma queda”. Ela ressalta que a baixa pode ser uma oportunidade de compra, já que os ativos tendem a se recuperar, sobretudo em mercados financeiros mais sólidos, como o norte-americano.

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