Commodities: entenda o que são e como investir nelas

Produtos são considerados altamente voláteis devido às diferentes condições às quais seus preços estão expostos
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Commodities
Commodities são categorizadas em quatro grupos: financeiras, agrícolas, energéticas, minerais e agrícolas (Foto: Elas que Lucrem)

Palavra recorrente nas rodas de conversa e conteúdos sobre economia, as commodities representaram 70% das exportações brasileiras em setembro de 2021, segundo dados do indicador ICOMEX da Fundação Getulio Vargas (FGV). O termo, que vem do inglês, significa “mercadorias” e está relacionado a produtos brutos ou pouco industrializados comercializados em larga escala. De maneira simples, são aqueles que servem para a produção de outros itens mais complexos – a soja, por exemplo, acaba virando ingrediente para outros alimentos, como chocolates e massas. 

Para serem consideradas commodities, essas mercadorias devem ser, ainda, negociadas em todo o mundo e semelhantes em qualidade e características, mesmo quando produzidas em diferentes países, explica Patricia Krause, economista-chefe da Coface. Isso para que elas sigam um padrão e, assim, possam ter valores iguais independentemente de quem as produza.

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No Brasil, algumas das principais commodities são soja, minério de ferro, petróleo, celulose e milho, conforme informações divulgadas pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) em 2019. 

Como as commodities impactam a economia

As commodities possuem cotação internacional, ou seja, o preço dos produtos é definido no exterior e vale para todo o mundo, de forma que a mercadoria tenha o mesmo valor no mercado. Normalmente, a quantia cobrada por esses itens é concentrada na bolsa de Chicago, onde ocorre o maior volume de negociações desses ativos.  

O preço é definido conforme a oferta e demanda, o que significa que, quando a procura é menor, o preço cai. Em contrapartida, se houver um aumento da procura, o valor sobe. E, quando ocorre um ajuste de preços, todos os países são afetados. 

Por se tratarem de mercadorias brutas ou pouco industrializadas, o preço das commodities é bastante influenciado pelas condições políticas, climáticas e de produção de cada país. Por isso, quando ocorrem períodos de seca, por exemplo, e a produção de alguns itens agrícolas é afetada, provavelmente haverá um aumento de preço em função da redução do volume produzido e disponível para venda. O mesmo acontece com ativos de outras categorias, como os minerais e energéticos, explica Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos. 

Portanto, apesar de terem valores semelhantes mesmo quando geradas por diferentes produtores, essas mercadorias podem variar de preço em condições adversas. Ainda por esse motivo, as commodities são consideradas muito voláteis, ou seja, sofrem grandes variações de preço por terem sua produção influenciada por uma série de fatores. 

Além disso, é preciso considerar que, por servirem de matéria-prima para outros produtos, as commodities geram um aumento de preços em cadeia quando estão valorizadas. 

Tipos de commodities

Há uma vasta gama de produtos enquadrados na categoria de commodities, e, ao contrário do que se pode pensar, as mercadorias não se restringem a ativos físicos, como o petróleo ou a soja, por exemplo – elas também envolvem moedas como o real e o dólar. 

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Os itens são divididos, normalmente, em quatro tipos: agrícolas, energéticos, minerais e financeiros. Veja, a seguir, alguns dos produtos incluídos em cada um deles:

Commodities agrícolas: soja, café, açúcar, trigo, algodão, laranja, boi (carne) etc;  

Commodities energéticas: água, geração de energia, madeira, créditos de carbono etc; 

Commodities minerais: minério de ferro, etanol, gás natural, ouro, petróleo etc; 

Commodities financeiras:  dólar, real, euro e títulos públicos dos governos federais.

Como investir em commodities 

Para investir em commodities, há dois caminhos: adquirir ações e fundos de companhias que estejam ligadas a essas mercadorias ou comprar derivativos, também conhecidos como contratos futuros. Na bolsa de valores, há uma série de ativos de produtoras de commodities, como PETR3, da Petrobras, e VALE3, da mineradora Vale, por exemplo. 

Além de poderem ser adquiridas de maneira separada, como ações ou BDRs – que representam ativos emitidos por empresas do exterior -, elas também podem estar incluídas em fundos de investimentos, que funcionam como uma espécie de condomínio de ações de várias companhias. Assim, ao adquirir cotas de um fundo, o investidor aplica em todas elas e também diversifica sua carteira.

Já os derivativos, por sua vez, funcionam como contratos baseados no preço de um ativo, seja ele físico, como café e ouro, ou financeiro, como moeda e ações. Por exemplo: se o derivativo é de um produto agrícola, como a soja, o investidor assinará um contrato que estipula um valor fixo para esse produto, antes mesmo de ele estar pronto para ser vendido. Quando for o momento de realizar a venda, o preço do item no mercado poderá ter aumentado ou diminuído.

Caso haja valorização, quem garantiu o preço fixo poderá vendê-lo pelo valor de mercado e lucrar. Já se o produto se desvalorizar, quem fez o contrato com um preço fixo está protegido desta queda. Esse tipo de operação corresponde aos chamados “contratos futuros”. 

O que analisar antes de investir em commodities

Antes de investir nas commodities ou em qualquer outro ativo, é necessário avaliar se ele está alinhado com o perfil e os objetivos do investidor. Por se tratar de renda variável – que apresenta variação de preços, como o próprio nome diz -, as aplicações nesse setor são mais arriscadas e, por isso, não costumam ser recomendadas para investidores conservadores, por exemplo, ou iniciantes. 

A economista-chefe da Coface alerta, ainda, que esse tipo de investimento sofre influência de uma série de aspectos. “Commodities não são um rendimento fixo e os preços podem ser bastante voláteis. Eles dependem de vários fatores, como o crescimento ou não do mercado, as condições climáticas, as notícias sobre os produtores, o aumento ou diminuição da produção e vários outros”, afirma. 

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Além disso, a renda variável é bastante indicada para investidores que pensam no longo prazo, já que eles manterão as aplicações por mais tempo e poderão recuperar o valor investido caso as ações ou derivativos desvalorizem, acrescenta Simone. 

Outros pontos a serem considerados são as informações divulgadas pelas empresas produtoras, como relatórios de balanços e resultados e a tecnologia empregada na produção das commodities, já que isso poderá afetar a quantidade de mercadorias produzidas. Por fim, ainda é importante estar atento às notícias e as análises realizadas por especialistas.

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