Com o objetivo de impulsionar sua vertical business to business (B2B) e dar conta da demanda, a startup de saúde mental Vittude acaba de captar R$ 35 milhões em uma rodada de investimento Série A liderada pela Crescera Capital, com participação da Scale Up Ventures e da fundo da Endeavor. O Redpoint eVentures, que deu o cheque para a rodada seed, também esteve na nova operação.
Atualmente, o negócio B2B da Vittude cobre mais de 600 mil vidas em 160 empresas, incluindo gigantes como o Banco do Brasil, L’Oréal e O Boticário. No momento, há 300 empresas em negociação, e a meta é triplicar o número de clientes e receita até o final de 2022.
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À frente do negócio está a engenheira Tatiana Pimenta, que, há alguns anos, nem sonhava comandar um negócio desse tipo. Foi apenas em 2015, quando foi demitida – e descobriu, no mesmo dia, que seu pai estava com câncer -, que novas percepções começaram a surgir. Ela percebeu, por exemplo, que era dificílimo encontrar bons profissionais da saúde longe das grandes capitais.
Pouco depois, quando começou a tratar um transtorno de estresse pós-traumático na terapia, notou mais um problema do setor: a maioria dos bons psicólogos não atende os planos de saúde em função da baixa remuneração. Além disso, assim como a medicina especializada, a saúde mental também é impactada pela geografia. Apenas para ter uma ideia, o estado de São Paulo concentra 55% dos psicólogos brasileiros, tendo apenas 21% da população.
Unindo esses dois incômodos – e após a cura de seu pai -, Tatiana decidiu que não voltaria para a engenharia. Na realidade, transformaria sua inquietação em negócio. Foi assim que, em maio de 2016, a Vittude – nome criado a partir da junção das palavras vital + saúde -, nasceu. Como uma startup de terapia online, a ideia era oferecer um bom atendimento médico para qualquer região do Brasil, aproveitando a internet para aproximar pacientes e profissionais.
Quando a pandemia de Covid-19 começou, a Vittude viu a demanda por seus serviços disparar, assim com os casos de ansiedade, depressão e transtornos compulsivos. O aumento de casos de distúrbios mentais aumentou tanto que, há dois meses, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu o burnout como uma doença de trabalho, com implicações gigantescas para as empresas. Isso fez com que muitas companhias começassem a investir preventivamente na saúde mental de seus funcionários, criando o cenário perfeito para a atuação da healthtech.
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