Mulheres com deficiência sofrem duas vezes mais casos de violência do que homens nas mesmas condições

Das 7.613 denúncias de agressão contra pessoas portadoras de algum tipo de deficiência em 2019, 4.847 eram mulheres
JOB_03_REDES_SOCIAIS_EQL_AVATARES_QUADRADOS_PERFIL_v1-02

O número de ocorrências de violência contra mulheres deficientes chega a ser duas vezes maior do que a taxa registrada contra homens nas mesmas condições. A informação foi publicada pelo Valor Econômico e é do Atlas da Violência 2021, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em conjunto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).

O estudo mostra que para cada 10 mil pessoas com algum tipo de deficiência intelectual, cerca de 36,2% prestaram queixa de casos de violência em 2021. Mas ao analisar apenas as mulheres dentro das estatísticas, o número cresce para 56,9%. Segundo o relatório, a maioria das ocorrências de violência registrados em relação à mulheres com deficiência estão diretamente ligados com denúncias de violência sexual. 

LEIA MAIS: Não há futuro para mulheres como eu no Afeganistão, diz jogadora afegã exilada

Ao analisar os registros de agressão em vítimas com outros tipos de deficiência, os números caem bastante, mas as mulheres continuam a apresentar praticamente o dobro de ocorrências do que os homens. 17,8% para cada 10 mil com deficiência física (motora), contra 7,3% para os homens; 5% no caso de mulheres com deficiência auditiva, contra 2,3% para os homens.

Em 2019, foram registrados 7.613 casos de violência contra pessoas com deficiência no Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva), do Ministério da Saúde, dos quais, 4.847 eram mulheres. O número engloba pessoas que possuem ao menos um dos quatro tipos de deficiência: física, intelectual, visual ou auditiva. 

Em âmbito geral, o tipo de violência com maior número de ocorrências é a violência doméstica (58% dos casos), seguida pela violência comunitária (24%), que pode ser causada por amigos, conhecidos ou desconhecidos. A violência doméstica é feita em grande maioria contra mulheres (60%). 

“Cabe notar que a notificação de violência doméstica é alta, mesmo considerando os obstáculos à notificação relacionados à natureza privada do local de ocorrência, à dinâmica do poder familiar ou tutelar e às relações de afeto entre vítima e agressor”, diz o relatório. 

VEJA TAMBÉM: Carol Santiago fatura ouro na natação Jogos Paralímpicos de Tóquio

Os registros de violência contra deficientes se concentram na faixa etária de 10 a 19 anos. O tipo de agressão mais notificada é a física, presente em 53% dos casos, seguida de violência psicológica (31%) e negligência ou abandono (29%). 

A violência sexual ocorre mais dentre as pessoas com deficiência intelectual (35%). Embora violência física seja a mais frequente de modo geral, as ocorrências de violência psicológica e sexual são muito maiores para mulheres (35% e 28%, respectivamente) do que para homens (25% e 10%).

Os registros de violência sexual contra mulheres só se aproxima do caso dos homens na faixa etária de 0 a 9 anos; na faixa de 30 a 39 anos, há 20 vezes mais casos de violência sexual contra mulheres.

Fique por dentro de todas as novidades da EQL

Assine a EQL Newsletter

Baixe gratuitamente a Planilha de Gastos Conscientes

Participe da live Meu Primeiro Investimento

Compartilhar a matéria:

×