Em 2012, Sara Blakely, fundadora da Spanx – marca de roupas redutoras de medidas queridinha das norte-americanas -, ganhou a mídia ao se tornar a mulher mais jovem do mundo a conquistar uma fortuna bilionária: US$ 1 bilhão aos 41 anos. Hoje, quase dez anos depois, a empreendedora ganhou as manchetes por outro motivo: no último final de semana, anunciou a doação de US$ 10 mil (o equivalente a R$ 56 mil) e duas passagens de avião de primeira classe para cada um de seus funcionários – número que ela não divulgou para a imprensa.
Longe de ser um caso de “deu a louca no patrão”, a empresária afirma que o gesto é um agradecimento pelo sucesso da empresa, que acaba de ser vendida por US$ 1,2 bilhão (R$ 6,7 bilhões) para uma nova sócia majoritária, a gestora de ativos Blackstone. O aporte bilionário foi uma conquista do trabalho em equipe. Sendo assim, mais do que justo agradecer a cada funcionário que fez parte dessa trajetória.
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“Quando você faz uma viagem, pode querer sair para um jantar em um lugar muito bom ou se hospedar em um hotel dos sonhos. Portanto, junto com as duas passagens de primeira classe para qualquer lugar do mundo estão US$ 10 mil para que cada um gaste como quiser”, explicou Sara em uma reunião feita com os funcionários para anunciar a novidade. O momento da notícia foi gravado e acabou viralizando na internet. Além de gerar comentários sobre as divertidas reações de surpresa dos profissionais, o vídeo também traz à tona a história de empreendedorismo que levou a Spanx ao sucesso.
Nas imagens, Sara reflete sobre o quão longe conseguiu chegar como empresária e se recorda de quando decidiu começar a fabricar suas primeiras roupas. “Lembro que escrevi meu objetivo em um quadro branco: ‘esta empresa um dia valerá US$ 20 milhões’. Todos riram de mim na época”, revela. Com um patrimônio líquido estimado em US$ 1,2 bilhão pela Forbes, ela mostra o quão equivocadas aquelas pessoas estavam.
O DESCONFORTO QUE VIROU NEGÓCIO
Embora tenha cursado a faculdade de comunicação como uma espécie de prêmio de consolação – já que não obteve a pontuação escolar necessária para ingressar no curso de direito -, Sara deu sinais de que seria bem-sucedida desde o início da vida universitária. Enquanto estava na graduação, trabalhou por alguns meses na Disney, mais especificamente nos parques de Orlando, na Flórida. Em paralelo, também começou a se apresentar como comediante em pequenos shows de stand-up.
Destacando-se pelo carisma e pela facilidade em se comunicar, conseguiu um emprego como vendedora na Danka, uma empresa de suprimentos de escritório e eletrônicos. Por lá, seu trabalho era vender máquinas de fax batendo de porta em porta. Com apenas 25 anos, tornou-se responsável pelo treinamento de vendas em nível nacional, graças aos resultados conquistados como vendedora. Pelo destaque na área, começou a ser chamada para festas e eventos – e foi nesse momento que a Spanx nasceu.
Ao se sentir incomodada com o figurino escolhido para ir a um evento, que apertava e marcava o seu corpo, a empreendedora cortou os pés de uma meia-calça e a usou por baixo da roupa, numa estratégia para modelar discretamente o corpo. Ao se olhar no espelho, percebeu que a ideia havia dado certo, e enxergou no incômodo uma oportunidade de mercado. Em 1998, a Spanx foi fundada como uma marca de shapewear com investimento inicial de US$ 5.000.
Em 2000, Sara conquistou o seu primeiro milhão. Doze anos depois, já era bilionária, caracterizando-se como uma mulher self-made, que construiu sua fortuna do zero, a partir de uma ideia simples. Hoje,a empresa de roupas íntimas modeladoras é a preferida de celebridades como Oprah Winfrey, Gwyneth Paltrow e Madonna.
Após 23 anos de trajetória, com sucesso contínuo e duradouro, fica fácil compreender o gesto de agradecimento da empreendedora. Após o anúncio para os funcionários, Sara ainda fez um brinde a todas as mulheres, sobretudo àquelas que não tiveram as mesmas oportunidades que ela. “Em um momento como este, penso na minha mãe, nas minhas avós e em todas as mulheres que vieram antes delas”, disse. “Para elas, isso que construímos teria sido apenas um sonho muito remoto.”
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