Pandemia prejudica esforços para acabar com mercados cambiais paralelos

Atualmente, 22 países têm mais de uma taxa de cotação de moedas, segundo levantamento do Instituto de Finanças Internacionais
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O golpe financeiro da pandemia de Covid-19 desacelerou os esforços dos bancos centrais em uma série de países para unificar taxas de câmbio paralelas, deixando Estados como Líbano e Irã com mercados extraoficiais de moeda que causam mais danos econômicos, concluiu um estudo.

Atualmente, 22 países têm mais de uma taxa de câmbio, mostrou o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) em relatório. Nos locais em que as taxas oficiais são muito diferentes daquelas disponíveis às pessoas ou empresas comuns, isso pode provocar uma série de problemas econômicos.

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“Uma taxa de câmbio oficial significativamente mais forte do que uma taxa de equilíbrio de mercado desencorajará investimento estrangeiro, reduzirá o mercado de câmbio interbancário, encorajará busca por privilégios especiais e impedirá o desenvolvimento de negócios”, disse Garbis Iradian, economista-chefe do IIF para a região do norte da África, Oriente Médio, Cáucaso e Ásia Central.

As taxas do mercado paralelo em março de 2021 excederam as taxas de câmbio oficiais em 720% no Líbano, 520% ​​no Turcomenistão e 490% no Irã, acrescentou.

A libra libanesa se juntou ao “clube das moedas problemáticas” no fim de 2019, quando a paralisia política levou a uma forte perda de confiança, disse o relatório.

“Grandes prêmios incentivam o contrabando ou o comércio ilegal”, escreveu Iradian, acrescentando que os subsídios para produtos básicos como combustível viram uma grande proporção dele acabar na vizinha Síria.

Embora o Irã tenha feito uma série de tentativas fracassadas de unificar suas taxas de câmbio nos últimos anos, a taxa paralela poderia se valorizar significativamente no segundo semestre de 2021 se um consenso for alcançado para restaurar seu acordo nuclear com potências mundiais.

(com Reuters)

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