Ibovespa fecha em queda com riscos políticos e fiscais

Atrasos no andamento da reforma tributária e instabilidade entre os três poderes preocupam investidores
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O Ibovespa fechou em queda hoje (18), o que reflete o receio continuado com os cenários político e fiscal no Brasil. As ações da Vale também pesaram com o declínio do minério de ferro na China.

Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa caiu 1,07%, a 116.642,62 pontos, menor fechamento desde 1° de abril. Foi a terceira queda seguida, ampliando a perda na semana para cerca de 3,75%.

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O volume financeiro no pregão somou R$ 67 bilhões, turbinado por operações ligadas aos vencimentos de opções sobre Ibovespa e do índice futuro.

“Investidores ainda monitoram com preocupação os problemas fiscais e políticos no Brasil”, afirmou o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila.

A falta de avanço na segunda etapa da reforma tributária, com novo adiamento da votação das mudança pela Câmara dos Deputados, é um dos componentes que têm causado desconforto.

O vice-presidente da Câmara disse que o projeto que altera regras do Imposto de Renda “subiu no telhado”, tem poucas perspectivas de aprovação no momento e precisará ser reconstruído para atingir um mínimo de convergência.

Chinchila chamou a atenção para a melhora do Ibovespa, que chegou a 118.738,54 pontos na máxima do dia (+0,7%), atribuindo parte do movimento a declarações do presidente do Senado, após encontro com o presidente do STF, quando ele tentou acalmar os ânimos e pediu que os poderes retomem o diálogo.

“Investidores acompanham esse ponto com bastante atenção porque discussões importantes seguem na agenda do governo e esse desgaste institucional preocupa”, acrescentou.

No exterior, a ata de reunião do Federal Reserve ocupou as atenções, mas, na visão do estrategista-chefe do banco digital Modalmais, Felipe Sichel, adicionou poucas novidades quanto à postura de política monetária do BC norte-americano.

Ainda assim, ele destacou trecho do documento com discussão sobre possível redução no ritmo de compra de ativos (tapering), como mais um passo do Fed na comunicação sobre o assunto.

De acordo com o documento, a maioria dos participantes avaliou que os critérios relativos ao guidance para compras de ativos poderiam ser cumpridos neste ano.

Para Sichel, fica evidente que o comitê segue observando que a recuperação econômica progride e que, mantido o ritmo atual, um progresso substancial pode ser atingido este ano e, assim, será relevante preparar o mercado para o início do tapering.

Destaques

  • VALE ON caiu 3,36%, acompanhando o movimento dos contratos futuros do minério de ferro negociados na China, que recuaram mais de 4%, pressionados pelo aumento nos estoques em portos e por restrições à produção de aço. No setor, USIMINAS cedeu 4,73%. Além disso, o Ministério Público de Minas Gerais pediu arresto de bens de Vale e BHP no valor da dívida da Samarco de R$ 50,7 bilhões.
  • ULTRAPAR ON fechou em baixa de 4,97%, após três sessões de recuperação depois de ter atingido mínima desde maio de 2020 na última quinta-feira (12), na esteira da recepção negativa ao resultado do segundo trimestre.
  • BRASKEM PNA valorizou-se 4,21%, endossada por analistas do BTG Pactual, reiterando recomendação de compra para as ações, com aumento do preço-alvo a R$ 71. Eles citaram entre os pilares dessa visão a alta de spreads petroquímicos e expectativas de contínua geração de forte fluxo de caixa livre.
  • EMBRAER ON avançou 3,69%, reagindo após dois dias seguidos de baixa, período em que acumulou uma perda de 12,65%. As ações da fabricante de aviões continuam entre os melhores desempenhos do Ibovespa no ano, com alta de 112,77%.
  • MAGAZINE LUIZA ON recuou 2,43%, mantendo o sinal negativo desde a divulgação balanço da empresa na semana passada. No setor de e-commerce, VIA ON subiu 1,42%. Executivos da empresa fizeram acordo com a CVM em processo sobre divulgação de informações.
  • ITAÚ UNIBANCO PN avançou apenas 0,2%, terminando o dia distante das máximas da sessão, enquanto BRADESCO PN fechou com declínio de 0,65%.
  • PETROBRAS PN caiu 0,89% e PETROBRAS ON recuou 1,19%, na esteira da forte piora dos preços do petróleo no exterior, com o Brent em queda de 1,16%. Na contramão, PETRORIO ON subiu 3,16%.

(Com Reuters)

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