Dívida pública federal sobe 1,57% em agosto e chega a R$ 5,48 trilhões

Dados foram divulgados hoje (27) pelo Tesouro Nacional
JOB_03_REDES_SOCIAIS_EQL_AVATARES_QUADRADOS_PERFIL_v1-02

dívida pública federal do Brasil subiu 1,57% em agosto sobre julho, a R$ 5,481 trilhões, em mês de forte protagonismo das emissões de títulos atrelados à Selic, em meio à piora nas condições de mercado para os demais títulos.

Conforme dados divulgados hoje (27) pelo Tesouro, houve emissão de R$ 47,7 bilhões em papéis ligados à taxa flutuante no mês, com resgate de R$ 1,3 bilhão.

LEIA MAIS: Ibovespa tem leve alta apoiado em ações de commodities

Segundo o Tesouro, o forte peso desses títulos, compostos majoritariamente por LFTs, dentre as emissões no período, 67,5% do total, demonstra “uma mudança no perfil das emissões”.

Na prática, houve encarecimento em agosto nas taxas médias das emissões de títulos prefixados e ligados à inflação, num ambiente de contínuos questionamentos fiscais, notadamente em relação aos precatórios e ao financiamento do novo Bolsa Família. Com isso, a curva de juros ganhou nível e inclinação.

Ao mesmo tempo, investidores têm demandado papéis ligados à Selic, já que a rentabilidade dos títulos aumenta com a subida dos juros básicos. Esses papéis também costumam ganhar mais espaço em momentos de aversão a risco.

Após ter iniciado o ano na mínima histórica de 2%, a Selic já subiu 4,25 pontos desde março, ao patamar atual de 6,25% ao ano, com o BC intensificando o ritmo de alta em meio à aceleração da inflação no país. Em agosto, a taxa havia sido elevada em 1 ponto pelo BC, a 5,25% ao ano, dose repetida na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada.

Em relação aos títulos prefixados, foram emitidos R$ 7,8 bilhões e resgatados R$ 389,8 milhões, “o menor valor desde junho de 2018”, informou o Tesouro.

Já entre os títulos indexados à inflação, houve emissão de R$ 15,1 bilhões e resgates de R$ 24,1 bilhões.

Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, os R$ 72 bilhões em emissões totais no mês de agosto ficaram bem abaixo das últimas médias mensais.

“Mês de agosto foi mês bastante negativo para emissão de prefixados, para emissão de índices de preço. Então Tesouro segurou um pouco a emissão desses títulos, mas conseguiu manter a emissão de LFT, a emissão de títulos de taxa flutuante. Isso faz com que haja essa concentração”, disse.

VEJA: Juros médios sobem em agosto apesar de inadimplência estável

Apesar do quadro, o Tesouro disse em nota que passou a observar ao longo de setembro um “retorno gradual na demanda dos investidores por títulos prefixados e indexados à inflação, consistente com um retorno também gradual das emissões desses papéis”.

“O Tesouro seguirá monitorando os mercados e reforça que a atual situação do caixa da dívida, suficiente para 10,5 meses de vencimentos à frente, dá flexibilidade ao Tesouro ajustar os volumes ofertados de acordo com as condições de mercado”, disse.

A reserva de liquidez da dívida fechou agosto em R$ 1,227 trilhão, alta de 57,8% sobre igual mês do ano passado, em termos nominais. Nos próximos 12 meses os vencimentos da dívida são estimados em R$ 1,364 trilhão.

“É um colchão maior, mas é um colchão compatível com dívida maior e com torres de vencimento também maiores”, afirmou Vital, ressaltando que os meses de setembro e outubro serão marcados por vencimentos de cerca de R$ 500 bilhões.

Ele pontuou que a reserva mais robusta proporciona ao Tesouro margem na gestão das emissões e segurança para perseguir sua estratégia.

Em relação aos detentores, a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna subiu a 9,76% do total em agosto, de 9,67% no mês anterior.

(Com Reuters)

Fique por dentro de todas as novidades da EQL

Assine a EQL Newsletter

Baixe gratuitamente a Planilha de Gastos Conscientes

Participe da live Meu Primeiro Investimento

Compartilhar a matéria:

×