Dólar sobe 1% antes de fim de semana prolongado e dados domésticos elevam cautela

Moeda norte-americana chegou a R$ 5,45 na venda, embora tenha ficado no vermelho no acumulado semanal
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O dólar registrou forte alta contra o real hoje (12), embora tenha ficado no vermelho no acumulado da semana, com investidores elevando a cautela após dados domésticos mais fracos do que o esperado e antes de final de semana prolongado.

O dólar spot subiu 1,00%, a R$ 5,4569 na venda. Na B3, onde os negócios vão além das 17h (horário de Brasília), o dólar futuro tinha alta de 1,09%, a R$ 5,4730. Em relação ao fechamento da última sexta-feira, o dólar à vista caiu 1,19%, em sua segunda desvalorização semanal consecutiva.

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A moeda norte-americana já havia passado boa parte da manhã e início de tarde em alta antes de começar a acelerar os ganhos, por volta das 14h30. Na máxima do dia, alcançada pouco antes das 15h30, o dólar foi a R$ 5,4690, alta de 1,22%.

Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, atribuiu parte desse movimento a uma realização de lucros, depois que o dólar despencou 1,80% ontem (11), e a aumento de posições defensivas devido ao feriado de Proclamação da República na segunda-feira, que manterá os mercados fechados.

Dados desta sexta-feira – que mostraram que o setor de serviços brasileiro registrou queda inesperada de 0,6% em setembro – também estavam no radar de investidores, uma vez que levantaram temores sobre desaceleração do crescimento econômico. Na quinta-feira, uma leitura já havia mostrado perdas acima do esperado no varejo.

Depois da divulgação dos dados desta manhã, o Credit Suisse passou a projetar contração econômica de 0,5% do PIB brasileiro em 2022.

Em meio ao atual ciclo de aperto monetário do Banco Central, investidores começavam a se questionar sobre o que os números mais fracos do que o esperado representarão para a política monetária, uma vez que juros muito altos são vistos como prejudiciais à atividade econômica. “Já podemos discutir (elevação) de 100 p.b. ao invés de 150 no próximo Copom?”, disse em post no Twitter Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter.

Mas estrategistas do Citi disseram em relatório desta sexta-feira, publicado após a divulgação dos dados de serviços e varejo, que “o aumento significativo na inflação ao consumidor em outubro, junto a mais sinais de desancoragem das expectativas de inflação de longo prazo, está elevando as chances de movimento ainda mais agressivo” de aperto monetário na próxima reunião do Copom, em dezembro.

A taxa Selic está atualmente em 7,75% ao ano, após o BC ter promovido alta de 1,50% em seu último encontro de política monetária. Juros mais altos no Brasil tendem a beneficiar a moeda brasileira. Alguns investidores atribuíram a desvalorização semanal do dólar à possibilidade de um BC mais duro.

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Nagem, da Terra, também citou o noticiário em torno da PEC dos Precatórios como motivo para a resiliência do real nesta semana.

Investidores têm mostrado otimismo em relação ao andamento da PEC no Congresso desde terça-feira, quando foi aprovada em segundo pela Câmara dos Deputados. A proposta, que vai agora ao Senado, modifica a regra de pagamento dos precatórios e altera o prazo de correção do teto de gastos pelo IPCA, abrindo espaço para mais despesas no ano que vem.

Em meio à percepção de que o governo vai, de qualquer maneira, fornecer auxílio à população de R$ 400 por família em 2022, quando o presidente Jair Bolsonaro deve tentar a reeleição, a PEC dos Precatórios passou a ser vista por muitos participantes do mercado como a alternativa de financiamento menos nociva à saúde das contas públicas.

(Com Reuters)

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