A General Electric (GE) anunciou hoje (9) que vai se dividir em três empresas com ações em bolsa em uma estratégia para simplificar seus negócios, reduzir endividamento e impulsionar o valor da ação.
A divisão marcará o fim do conglomerado criado há 129 anos e que já foi a corporação mais valiosa dos Estados Unidos e um símbolo global do poder empresarial norte-americano.
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As ações da GE subiam cerca de 3,5% por volta das 15h45, enquanto o índice S&P 500 mostrava baixa de 0,5%. As ações do conglomerado industrial acumulam valorização de cerca de 9% desde 30 de julho, quando completou um desdobramento na razão de 1 para 8 papéis.
A GE disse que os três negócios se concentrarão em energia, saúde e aviação. A empresa vai combinar a GE Renewable Energy, GE Power e GE Digital e desmembrará a área no início de 2024.
A GE também vai separar a empresa de saúde do grupo, na qual espera manter uma participação de 19,9%, no início de 2023. Após a divisão, a GE se tornará uma empresa voltada ao mercado de aviação, comandada pelo presidente-executivo atual, Larry Culp.
Um porta-voz da GE disse que as marcas e nomes das unidades desmembradas serão decididos futuramente.
Culp tem se concentrado na redução da dívida e na melhoria dos fluxos de caixa ao simplificar as operações do grupo, cortar custos indiretos e cobrar clientes mais rapidamente.
As medidas levaram a uma melhoria no balanço da GE, colocando a empresa no caminho para reduzir a dívida em mais de US$ 75 bilhões até o final de 2021.
A empresa agora espera gerar mais de US$ 7 bilhões em fluxo de caixa livre em 2023 e está planejando monetizar suas participações na Baker Hughes, AerCap e na unidade de saúde para reduzir dívida líquida para menos de US$ 35 bilhões até lá.
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Em entrevista à Reuters, Culp disse que a decisão de dividir a empresa foi pavimentada pelo progresso da GE em termos de recuperação de seu balanço patrimonial e desempenho operacional.
Ele não espera que as empresas separadas enfrentem quaisquer questões regulatórias ou trabalhistas e disse que pressão dos investidores não influenciou na decisão de dividir o grupo.
“Spin-offs criam muito valor”, disse ele na entrevista. “Essas são ações voltadas para tornar a GE mais forte, ajudando nossos negócios e as equipes a ter um melhor desempenho.”
FORÇA INDUSTRIAL
A estratégia de Culp está em total contraste com o caminho que a GE seguiu nas décadas de 1980 e 1990 sob Jack Welch, que transformou a empresa em um gigante industrial.
Membro fundador do Dow Jones Industrial em 1896, a GE passou mais de um século na carteira do índice antes de ser excluída em 2018, após anos de queda em seu valor de mercado.
A empresa criou a primeira máquina elétrica de lavar roupas, a primeira usina nuclear e foi fornecedora do programa espacial norte-americano. As participações da GE incluíram negócios desde televisão, cinema e seguros a lâmpadas e locomotivas.
Entretanto, a empresa vem enfrentando ceticismo dos investidores sobre sua capacidade em recuperar seus negócios desde a crise financeira internacional de 2018.
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A receita da GE em 2020 somou US$ 79,6 bilhões, bem longe dos mais de US$ 180 bilhões faturados em 2008.
Em 2015, o investidor ativista Nelson Peltz assumiu uma participação na GE e exigiu mudanças na companhia, incluindo a saída do grupo do setor financeiro para focar em sua origem industrial.
A companhia de Peltz, Trian, “apoia de maneira entusiasmada este importante passo na transformação da GE”, afirmou a empresa hoje.
Os negócios de aviação da GE, normalmente os que geram mais recursos para a empresa, produzem motores para aviões da Boeing e Airbus. Não ficou imediatamente claro como a companhia vai financiar as operações da unidade que tendem a ser intensivas em capital.
A GE deve assumir um impacto de US$ 2 bilhões relacionado às despesas e custos da separação e custos tributários de menos de 500 milhões.
(Com Reuters)
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