5 dicas para driblar a alta do aluguel e propor uma renegociação

Comprovar queda na renda, trocar índice previsto no contrato, ser bom inquilino e zelar pelo imóvel são algumas das recomendações para convencer a imobiliária ou o locador a diminuir o preço
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Imobiliárias e proprietários de imóveis viram no IPCA a alternativa para um reajuste de contrato mais condizente com a realidade (Foto: Joel Santana/Pixabay)

Recebeu o boleto do aluguel e tomou um susto com o valor? Ou descobriu que o preço vai sofrer um reajuste muito além do que o que você recebeu no dissídio salarial? Com os efeitos econômicos decorrentes da pandemia de Covid-19, muitos inquilinos têm sofrido com a alta dessa despesa mensal fixa.

Apesar de ter desacelerado em novembro, com leve alta de 0,02%, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado para reajustar contratos de aluguel, ainda acumula alta de quase 18% nos últimos 12 meses.

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E o cenário de alta já foi pior. Em julho, por exemplo, o IGP-M acumulado dos 12 meses anteriores chegou a 35,77%, enquanto em agosto foi de 33,84%. Já em setembro, o índice bateu os 31,12%, contra 21,73% em outubro. 

Mesmo com uma variação tão elevada, ainda é possível renegociar o aumento com base em um indicador que pese menos no bolso. Enquanto o IGP-M é influenciado por oscilações do dólar e de cotações internacionais de produtos primários, como as commodities, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) varia de acordo com a inflação real e o preço final do custo para o consumidor. 

Por isso, especialistas explicam que algumas imobiliárias e proprietários de imóveis viram no IPCA a alternativa para um reajuste de contrato mais condizente com a realidade.

Na Lei do Inquilinato (8.245/91) não existe nenhuma cláusula que determine o uso do IGP-M como índice oficial para reajustar os contratos de aluguel. Ou seja, não há nenhuma obrigação, apesar de ser comum. Por isso, locador e locatário podem decidir juntos qual será o indicador utilizado ao redigirem o contrato.

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Assim como a troca do IGP-M pelo IPCA, há outras estratégias para driblar a alta do aluguel. Muitos proprietários têm sido bastante flexíveis na negociação. Há pelo menos duas opções para lidar com a situação. A primeira é propor o congelamento de algumas parcelas por um prazo definido. Ou seja, após esse prazo, os aluguéis devidos devem ser diluídos nas mensalidades seguintes. Uma outra saída é propor uma redução temporária no valor, com  abatimentos entre 20% e 50%.

Lívia Rigueiral, cofundadora e CEO da startup Homer, aplicativo que oferece soluções tecnológicas a corretores, avalia que o bom senso aponta para a negociação. “De legado, a pandemia nos trouxe a crise, mas também algumas mudanças no comportamento das pessoas: uma delas foi o aumento da empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro para ter uma visão macro das situações. E, agora em 2021, é isso que acredito que traremos para nortear nossas ações. Olhares mais humanos e decisões humanizadas”, diz.

Veja, a seguir, 5 dicas para negociar o valor do aluguel:

1 – Compare o preço com outros imóveis semelhantes

Jacqueline Pereira, gerente de locações da APSA, empresa de gestão condominial e negócios imobiliários do Brasil, explica que o primeiro passo é entender se o imóvel está compatível com o mercado. “É possível pesquisar outras casas ou apartamentos do mesmo perfil e com as mesmas características nos portais de divulgação ou imobiliárias no mesmo bairro do imóvel.”

A especialista destaca que, depois da pesquisa, o locatário já terá uma base de valor inicial para negociar com o proprietário. “Mas só vale comparar imóveis semelhantes, ou seja, levando em consideração características que impactam no preço, como andar do apartamento, posição do sol, existência de varanda, metragem total, infraestrutura do condomínio, localização, comércio perto e reformas feitas, entre outras.”

A especialista esclarece que, se o aluguel cobrado estiver em desacordo com os valores do mercado, o inquilino ganha uma boa justificativa para pedir um abatimento.

2 – Mostre que tem segurança financeira

Um outro ponto importante que os proprietários levam em consideração na negociação é a segurança financeira do locatário, ou seja, a adimplência. Marque uma conversa e, se possível, mostre os boletos pagos, as datas de  quitação e qualquer outro documento que comprove a sua segurança financeira. Isso pode ser visto como uma vantagem para que o dono do imóvel aceite negociar o preço. Em grande parte dos casos, vale muito mais a pena, para ele, manter o inquilino atual com um valor mais baixo do que correr o risco de colocar no seu imóvel alguém que não tenha nenhuma preocupação com a manutenção ou que apresente mais dificuldades financeiras do que você.

3 – Demonstre interesse em manter o contrato no longo prazo

O interesse em manter o contrato de locação por um longo período também é um bom argumento. Se você quiser continuar no imóvel pelos próximos anos, proponha uma ação de revisão do valor, seja proativo e não espere o vencimento do contrato. Enquanto o acerto não é feito, o inquilino tem que pagar normalmente o aluguel para não sofrer uma ação de despejo por falta de pagamentos, alerta a especialista.

Segundo ela, 80% dos proprietários de imóveis na APSA possuem apenas um imóvel alugado. “Então, para eles, a renda do aluguel é muito importante também. A negociação tem que ser justa para todos.”

4 – Dê ênfase à conservação do imóvel

Esse é um bom ponto para ser usado na negociação, já que o histórico da locação sempre é levado em consideração. Se você pintou uma parede ou fez qualquer outra melhoria que possa contribuir para a valorização do imóvel no futuro, comprove isso. Nenhum proprietário quer como inquilino alguém que colabore para a perda de valor do seu bem. No caso de as reformas terem sido custeadas por você, sem nenhum abatimento no aluguel, lembre disso na conversa.

5 – Comprove que teve alguma perda financeira

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros costumam utilizar cerca de 30% de suas rendas para pagar o aluguel. Mas, com a crise causada pela pandemia, essa porcentagem pode ter aumentado. Por isso, se houve alguma perda financeira nos últimos meses, reúna documentos que comprovem esse novo cenário.

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