Choque provocado por guerra pressiona inflação e BC abre margem para ajustar aperto

Conflito na Europa adiciona ainda mais incerteza e volatilidade ao cenário prospectivo, e impõe um choque de oferta importante em diversas commodities
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O Banco Central avalia que o choque de oferta provocado pela guerra na Ucrânia pode exacerbar pressões inflacionárias que já vinham se acumulando no Brasil, conforme ata do Comitê de Política Monetária publicada hoje (22).

“O conflito na Europa adiciona ainda mais incerteza e volatilidade ao cenário prospectivo, e impõe um choque de oferta importante em diversas commodities”, afirmou, ressaltando que a boa prática recomenda que a política monetária reaja aos impactos secundários desse tipo de choque.

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O documento ressaltou que a reorganização das cadeias de produção globais ganhou novo impulso com o conflito na Europa e as sanções aplicadas à Rússia.

“Na visão do Comitê, esses desenvolvimentos podem ter consequências de longo prazo e se traduzir em pressões inflacionárias mais prolongadas na produção global de bens”.

Na semana passada, o BC aumentou a taxa básica de juros em 1%, ao patamar de 11,75% ao ano, reduzindo a intensidade do aperto monetário após três altas consecutivas de 1,5%.

Segundo a autoridade monetária, o Copom optou por uma trajetória de juros mais tempestiva do que a embutida em seus cenários, diante da volatilidade e incerteza da conjuntura.

“O Comitê reconhece o cenário desafiador para a convergência da inflação para suas metas e reforça que estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário, caso o cenário evolua desfavoravelmente”, disse.

Ao tomar a decisão, o BC informou que deverá fazer novo ajuste de um ponto na Selic na próxima reunião do Copom, em maio, buscando avançar “significativamente em território ainda mais contracionista” na tentativa de domar a inflação. Essas posições foram repetidas na ata divulgada nesta terça.

Diante dessa volatilidade, o BC decidiu trabalhar com um cenário alternativo para a inflação que considera preços de contratos futuros de petróleo e projeções de agências do setor, que preveem convergência a valores mais baixos para o insumo ao fim de 2022.

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“O Copom concluiu então que seria adequado manter a hipótese usual no cenário de referência, mas adotar como mais provável um cenário com hipótese alternativa para a trajetória de preços do petróleo até o fim de 2022”, afirmou.

De acordo com o BC, levando em consideração o maior peso atribuído ao cenário com hipótese alternativa para o petróleo, as projeções de inflação estão acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta para 2022 e ao redor da meta para 2023. Reforçou ainda que o horizonte relevante para a política monetária inclui este ano e “principalmente” 2023.

(Com Reuters)

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