Em 2021, 70,9% das famílias brasileiras estavam endividadas e, desse total, 82,6% das dívidas foram feitas por meio do cartão de crédito. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio (CNC), e refletem uma realidade recorrente no país.
De acordo com Izis Ferreira, economista e pesquisadora da CNC, o último ano foi marcado pela retomada do consumo e pela crescente pressão inflacionária generalizada por toda a economia, o que explica os altos índices de endividamento. Com os níveis de consumo em alta, cresceu também o uso de cartão de crédito.
Conheça a plataforma de educação financeira e emocional EQL Educar. Assine já!
O último levantamento feito pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) revelou que as transações com o dinheiro de plástico avançaram 42% no terceiro trimestre de 2021, movimentando cerca de R$ 420 bilhões. A entidade estima, ainda, que em 2022 o setor deve crescer 20%, superando a marca de R$ 3 trilhões em transações.
Mau uso do cartão de crédito
Com essas perspectivas e os números mostrando que as famílias brasileiras estão se endividando mais e mais, especialistas afirmam que é essencial saber usar o cartão de crédito corretamente, a fim de evitar problemas futuros.
A fintech de bem-estar financeiro Leve reforça que essa modalidade de pagamento pode trazer benefícios, como a conquista de bens antes inviáveis por meio de prestações mais acessíveis e os programas de milhas, por exemplo. No entanto, sem o planejamento adequado, também é muito fácil acabar com uma dívida que se transforma numa bola de neve.
“Isso acontece muito porque o cartão é, hoje, o instrumento de crédito com os juros mais altos do mercado, podendo chegar a 500% ao ano. Uma forma muito tentadora – e que muita gente cai – é optar pelo pagamento mínimo da fatura, que normalmente é de 15% do total, e parcelar o restante. É neste momento que os juros começam a incidir”, explicam os especialistas da fintech.
Nesse sentido, a empresa elencou os quatro principais erros a serem evitados na hora de usar o cartão de crédito:
- Ter um limite muito alto, que não condiz com a realidade da renda;
- Atrasar o pagamento da fatura;
- Não acompanhar os gastos durante o mês;
- Pagar caro em tarifas e anuidades.
LEIA TAMBÉM
- Mito ou verdade: as dívidas expiram em cinco anos ou após a morte?
- Gasolina ou etanol? Saiba como fazer a conta e descobrir qual deles é mais vantajoso para o bolso
- O pão nosso de cada dia: preço de um dos alimentos preferidos dos brasileiros deve subir nos próximos meses
Como evitar esses erros?
Para escapar do endividamento com cartão de crédito, o primeiro passo, explicam os especialistas, é solicitar um limite de gastos que seja condizente com a renda da família, o que ajuda a manter os valores das faturas em dia. Segundo a fintech, a recomendação é que o limite do cartão seja de, no máximo, até 50% da renda.
Outro ponto de atenção são os juros cobrados pelos atrasos na hora de pagar a conta. “Seja por esquecimento ou falta de planejamento, deixar de pagar a fatura do cartão na data de vencimento é perigoso. Mesmo que por um curto período, os juros já serão cobrados. Se você tem dificuldade de se lembrar, programe um alarme no seu celular.”
A instituição destaca que é importante conferir a fatura do cartão a cada uma semana ou, no máximo, de 15 em 15 dias, para já deixar mapeado quais são as despesas do mês e quanto ainda pode ser gasto. Além disso, antes de optar por um cartão de crédito, vale a pena pesquisar quais são as tarifas a serem pagas para não fazer um mau negócio.
Fique por dentro de todas as novidades da EQL
Assine a EQL News e tenha acesso à newsletter da mulher independente emocional e financeiramente