Empréstimo da Caixa para quem tem nome sujo: entenda se vale a pena

Crédito é restrito àqueles que possuem mais de R$ 3.000 em dívidas
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Empréstimo
Negativados podem solicitar até R$ 1000 pela linha de crédito (Foto: Anna Schvets/ Pexels)

Na última semana, a Caixa Econômica Federal iniciou a concessão de empréstimos para pessoas físicas e jurídicas empreendedoras ou interessadas em empreender. O microcrédito, no entanto, possui uma diferença se comparado aos oferecidos por outras instituições financeiras: pode ser adquirido por negativados, ou seja, pessoas com o nome incluído nos sistemas de proteção ao crédito, como o Serasa.

Apesar de o volume ser baixo – até R$ 1.000 para pessoas físicas e R$ 3.000 para Microempreendedor Individual (MEI) – e de o foco ser no estímulo à criação e manutenção de negócios de pequeno porte, a economista Ariane Benedito diz que o crédito pode trazer mais problemas do que vantagens se tomado para os fins errados. 

“O governo está disponibilizando esse recurso para que os empreendedores consigam repor a renda diante do cenário inflacionário que o país vive e por causa da dificuldade enfrentada por essas pessoas para fazer empréstimos devido à alta na taxa de juros. A intenção não é oferecer esse dinheiro para que as famílias quitem as suas dívidas”, explica Ariane. 

Segundo a economista, o uso desse crédito para o pagamento de dívidas pode piorar ainda mais a situação dos inadimplentes. “A probabilidade de que essas pessoas continuem endividadas e não consigam realizar um ajuste em suas vidas financeiras é alta”, diz. “Não se toma dívida para pagar dívidas, porque isso vira uma bola de neve. Se o devedor pega uma quantia e, ao final, paga juros, ele está gastando mais. Para pagar dívidas, é necessário gerar renda e não pegar empréstimos”, destaca. 

Vale a pena pegar o empréstimo?

Para saber se o empréstimo é vantajoso ou não, é necessário que o interessado avalie qual o objetivo desse dinheiro e como o valor será pago. A análise é essencial para esclarecer se, no contexto daqueles que pretendem solicitar o crédito, ele será benéfico ou não. 

Para Ariane, só é possível indicar se o empréstimo será positivo ou negativo depois de analisar a situação individualmente. No caso de interessados endividados incapazes de cobrir as despesas básicas, como luz, água e alimentação, o empréstimo pode ser uma opção para organizar as finanças e oferecer um “respiro” às famílias. 

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Além disso, a especialista esclarece que, no caso dos microempreendedores ou pessoas que pretendem empreender – público-alvo da iniciativa da Caixa -, o crédito é indicado, mesmo que o empreendimento esteja passando por dificuldades. “Se o empréstimo for usado para os devidos fins, então pode ser benéfico, já que pode ajudar o negócio a não quebrar”, diz. 

Regras do empréstimo 

Aqueles que pretendem solicitar as quantias oferecidas pela Caixa devem ser pessoas físicas ou MEIs que exerçam atividade produtiva ou de prestação de serviços, com rendimento bruto anual de até R$ 360 mil. Segundo a instituição financeira, o crédito deve ser utilizado para favorecer os empreendimentos, em atividades como a compra de insumos e equipamentos.  

Para as pessoas físicas, o empréstimo é de até R$ 1.000 e possui juros a partir de 1,95% ao mês. Já para os microempreendedores individuais, o valor pode chegar a R$ 3.000, e a taxa de juros começa em 1,99% ao mês. Para ambos, o prazo de pagamento é de 24 meses e o tempo estimado para a análise de crédito é de até 10 dias.  

No caso dos negativados, o valor disponibilizado é de, no máximo, R$ 1.000. Vale ressaltar que aqueles que possuíam mais de R$ 3.000 em dívidas em 31 de janeiro de 2022, sem incluir financiamentos, não são elegíveis para a tomada de crédito. 

As pessoas físicas que se encaixam nos requisitos e estão interessadas no empréstimo podem solicitar a quantia por meio do Caixa Tem. No caso dos MEIs, o crédito deve ser contratado em uma agência da Caixa Econômica Federal.

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