O dólar fechou em alta e mais próximo de R$ 5 hoje (18), numa reviravolta após cair mais cedo, à medida que o humor externo se deteriorou sobremaneira pelo retorno de temores inflacionários e seus impactos sobre política monetária e economia globais.
O dólar à vista subiu 0,78%, a R$ 4,9813 na venda.
A moeda chegou a cair 0,45%, a R$ 4,9204 (menor patamar intradia desde 4 de maio), ainda na primeira meia hora de negócios, mas a partir de então tomou fôlego. Na parte da tarde, acelerou a alta a R$ 5,0013, valorização de 1,18%.
A dinâmica de preço se mostrou alinhada ao comportamento do dólar e ativos de risco no exterior. O dólar chegou a cair ante alguns pares do real, mas no fim da tarde subia entre 0,2% e 1% em relação a algumas divisas emergentes.
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O índice da moeda contra uma cesta de rivais de países ricos saltava 0,6% no fim da tarde, nas máximas do pregão, após cair 0,12% mais cedo.
O mercado doméstico de câmbio tem ficado mais reativo ao movimento internacional do dólar. A correlação de um mês entre a taxa de câmbio brasileira e o índice da moeda norte-americana (DXY) está no maior patamar em um ano, a +0,58. Quanto mais próximo de 1, mais correlatos são os preços em análise.
E para estrategistas do Bank of America, a permanência do índice do dólar pelo menos 5% acima de sua média móvel de 200 dias indica tendência de alta, considerando o padrão histórico. O índice do dólar está 7,6% acima dessa média.
“Ao longo dos recortes de tempo, vemos tendência de rompimento para cima, condições de tendência de alta e nenhum padrão de topo, o que significa que devemos comprar (dólar) na queda”, disseram em nota. “Sem topo visível para o DXY, é possível que o índice opere a 110 neste verão (nos EUA)”, completaram. Esse patamar implica alta adicional de 6%, o que poderia exercer pressão adicional sobre o câmbio no Brasil.
A reação de preços nesta quarta foi a clássica de busca por segurança. Investidores correram para o dólar e para os títulos do Tesouro norte-americano, considerados o ativo mais seguro do mundo. Por outro lado, os mercados de ações sofreram uma liquidação, com tombos de até 4,7% nos índices em Nova York, enquanto aqui o Ibovespa recuou quase 2,5%, segundo dados preliminares.
De forma geral, investidores repercutiram preocupações com as perspectivas para o crescimento econômico global em meio ao aumento da inflação, um dia depois de o chair do Federal Reserve dos EUA, Jerome Powell, adotar um tom mais agressivo sobre a política monetária.
Na pauta doméstica, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, voltou a fazer comentários sobre câmbio. Ele reconheceu que incertezas fiscais pesam sobre o real e disse que a autarquia também tem “instrumento para combater uma volatilidade adicional do câmbio” decorrente das expectativas de aperto monetário nas principais economias do mundo.
Na segunda-feira, o diretor havia afirmado que a depreciação do real desde as máximas em torno de R$ 4,60 por dólar vistas em abril refletiu impacto da desaceleração chinesa e do aperto monetário implementado nos Estados Unidos – com efeito maior da China – e ponderou haver incertezas no médio prazo.
Apesar de em alta no pregão, o dólar não anulou a queda de 2,14% da véspera, a mais forte desde agosto de 2021.
(Com Reuters)
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