Sustento da família é o principal significado do dinheiro para 49% dos brasileiros

Segundo estudo da NTT Data, 26% dos entrevistados relacionam a moeda a poder
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Quase metade dos brasileiros relacionam o significado do dinheiro com o sustento de suas famílias. É o que aponta o estudo “Significado do Dinheiro”, realizado pela consultoria de TI e negócios NTT Data. A pesquisa, produzida com o intuito de entender a visão e a relação dos brasileiros com o dinheiro, também apontou que, para 21% dos entrevistados, o dinheiro está ligado ao prazer e é um “meio” para desfrutar a vida.

Outro destaque do estudo é que 26% das pessoas ouvidas relacionam dinheiro a poder, o que aponta a moeda como uma chave que abre portas, sobretudo no convívio social. “As formas de uso do dinheiro estão conectadas com os seus diferentes significados, pois entregam benefícios individuais e coletivos que reforçam a importância da família, prazer de viver ou a inserção social”, explica Diego Alves Selistre, head de Pesquisa e Estratégia do Chazz, divisão de design e inovação da NTT Data.

Como o brasileiro utiliza seu dinheiro?

Segundo o estudo, o brasileiro está preocupado com questões de responsabilidade social. Para 67% dos entrevistados, é importante – ou muito importante – utilizar o dinheiro em doações para quem precisa ou apoiar causas sociais. 

Com recorte de classe, usar o próprio dinheiro para doações foi apontado como importante ou muito importante para 21% da soma dos respondentes das classes C e D, contra 13% da soma dos participantes das classes A e B.

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“É interessante observar como os brasileiros de classes menos privilegiadas demonstram uma preocupação maior em doar, apoiar causas sociais e instituições em que acreditam”, diz o head de pesquisa e estratégia do Chazz. “Trata-se de uma lógica de auxílio ao próximo muito comum principalmente entre as classes sociais menos favorecidas e foi ampliada durante a pandemia.”

Outro ponto de destaque do estudo são os gastos com comodidade e praticidade. Mais da metade dos entrevistados afirmaram que é importante – ou muito importante – usar o dinheiro com apps de entrega (55%), apps de mobilidade urbana (53%) e delivery de alimentos (51%).

Neste caso, Selistre indica que não há um grande diferencial percentual entre as classes sociais. “Isso sugere que todos gostam de gastar seu dinheiro para o próprio conforto”, afirma o executivo.

Além disso, o estudo destacou a importância de investir em beleza e cuidados com o corpo. 51% dos brasileiros consideram importante – ou muito importante – usar seu dinheiro em materiais e serviços esportivos, enquanto 45% destacaram o gasto em cosméticos e estética.

Por fim, outra categoria de destaque foi lazer e entretenimento. Para 41%, 25%, 37% e 17% dos entrevistados, respectivamente, gastar com streamings de vídeo, música, apps de aluguel para viagens e games, e jogos online é importante – ou muito importante.

“O interessante nesta parte da pesquisa é observar a crescente utilização de serviços digitais por todas as classes sociais. A mensagem que fica é que os brasileiros buscam soluções digitais eficientes e não se importam de gastar seu dinheiro, se bem atendidos”, diz.

Formas de pagamento

Em uma questão de múltipla escolha, o “dinheiro vivo” apareceu como uma das formas de pagamento menos preferidas pelos brasileiros, sendo que apenas 24% dos respondentes optaram por essa opção. Abaixo, ficaram as carteiras digitais, escolhidas por 22% dos entrevistados. 

Pagamento por aproximação com cartões de crédito ou débito foi destacado por 31% dos entrevistados, enquanto o pagamento inserindo estes cartões (chips) nas máquinas foi marcado por 35%. O grande destaque, no entanto, é o pix, escolhido por 69% dos entrevistados.

“O pix é a opção preferida de pagamento e recebimento de dinheiro porque é instantâneo, está sempre disponível, é gratuito e não tem intermediários”, afirma Selistre. Pouco mais da metade dos entrevistados (55%) afirmaram que se trata da melhor forma de pagamento já inventada.

Além disso, os empreendedores que participaram do estudo deixam claro que o pix facilitou muito seus negócios, uma vez que 84% preferem receber por essa modalidade.

Apesar de ser apontado como tendência, o pagamento por aproximação, seja por meio do smartphone ou pelo cartão, ainda encontra algumas barreiras culturais: 27% dos entrevistados afirmaram ter medo da modalidade por receio de golpes (transferências não autorizadas).

Dinheiro que não é dinheiro

Ainda sobre as formas de pagamento, o estudo buscou entender a relação das pessoas com cashback, cupons, delivery grátis, entre outros, e concluiu que os brasileiros tratam esses benefícios como dinheiro. 

Para 42% dos entrevistados, cashback equivale a dinheiro, 43% consideram cupons de desconto dinheiro por permitir economia nas compras e 40% consideram delivery gratuito como diferencial para fazer compras online – e consideram essa economia no custo final.

Moedas digitais

Os formatos personalizáveis de meios de troca (criptomoedas ou tokens), que tiveram seu uso potencializado durante a pandemia de covid-19, mostram novas possibilidades de transação que não exigem o real brasileiro. 

Este tipo de moeda movimenta a economia em jogos de videogame e 17% das pessoas consideram importante gastar o próprio dinheiro nessas plataformas.

Relação com o crédito

Em relação à tomada de crédito, 39% das pessoas afirmaram que já solicitaram empréstimos para pagar outras dívidas; 35%, para pagar despesas inesperadas; 16%, para adquirir produtos; e 15%, para reformar a casa, entre outras.

Já sobre os modelos de crédito, 41% dos brasileiros utilizam o cartão de crédito, 33% buscam empréstimos pessoais sem garantia, 33% optam pelos consignados e 20% utilizam o cheque especial. Financiamentos foi a modalidade apontada por 20% dos entrevistados; 19% mencionaram empréstimos com parentes ou conhecidos; 13% citaram empréstimos pessoais com garantia; e apenas 9% mencionaram consórcios.

Ainda, a pesquisa perguntou quais são as principais características que alguém precisa ter para possuir uma vida financeira saudável. Um em quatro acredita que é preciso ter inteligência para organizar as próprias finanças. Para 17%, é fundamental ter criatividade para gerar novas formas de renda.

Além disso, 13% dizem que o sucesso passa pelo domínio das novas tecnologias financeiras digitais, enquanto 12% acreditam que a flexibilidade para se adaptar a diferentes momentos é o diferencial.

Soluções personalizadas

“O estudo aponta os caminhos pelos quais os bancos e instituições financeiras podem seguir na busca e fidelização de seus clientes. A tendência apontada é que sejam criados produtos financeiros mais democráticos e acessíveis. Muitos brasileiros não possuem referências de educação financeira e criar este elo pode ser uma grande oportunidade de criar conexão entre instituição e clientes”, diz Selistre.

Assim, a pesquisa aponta que pouco mais da metade dos brasileiros (51%) gostariam que os bancos entendessem quem eles são e quais são seus objetivos para que, desta forma, possam oferecer soluções personalizadas.

O estudo da NTT Data foi realizado em duas fases, uma qualitativa e outra quantitativa. A pesquisa qualitativa entrevistou individualmente cinco especialistas em finanças e ações pessoais, além de 18 brasileiros (empreendedores e assalariados de todas as classes sociais). Já na etapa quantitativa, foram entrevistados 1004 brasileiros, divididos por região, classe social e idade.

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