Um relatório inédito apontou que problemas de ordem financeira são as maiores questões que afetam hoje a saúde emocional das mulheres – que atualmente são as principais ou únicas provedoras em 38% dos lares brasileiros.
Embora prover também seja uma obrigação feminina, o estudo “Esgotadas” identificou que as situações adversas nessa área contribuem para que elas se sintam sobrecarregadas pela falta de dinheiro.
A pesquisa mostrou que do total das entrevistadas, 48% estão insatisfeitas com a situação financeira restrita/apertada, 36% possuem dívidas e 22% apresentam dependência financeira de terceiros.
De modo amplo, a pesquisa conduzida pela Think Olga – ONG referência no debate público sobre economia do cuidado – abordou fatores como o empobrecimento, a sobrecarga de cuidado e o sofrimento psíquico das mulheres brasileiras.
Foram ouvidas 1078 mulheres com mais de 18 anos entre os dias 12 e 26 de maio de 2023.
Veja agora, em primeira mão, um recorte do estudo.
Mulheres são as principais provedoras em 38% dos lares brasileiros
A pesquisa indicou que as mulheres são as principais ou únicas provedoras em 38% dos lares.
Entre elas, as principais provedoras são negras, das classes D e E e com mais de 55 anos.
Insatisfação com as finanças é a principal queixa delas
No índice que mede a insatisfação, foi constatado que elas não estão minimamente felizes em nenhuma das áreas da vida.
Especificamente, a situação de ordem financeira foi a que teve um dos piores índices:
- 48% estão insatisfeitas com a situação financeira restrita/apertada;
- 36% possuem dívidas;
- 22% apresentam dependência financeira de terceiros;
- 18% possuem medo de ficarem desempregadas;
- 10% desemprego do cônjuge/outro parente;
- 5% desemprego;
- 4% fome/desnutrição.
Pressão sobre as finanças recai mais sobre a vida de mulheres negras e pobres
A situação financeira é o que mais gera insatisfação para as brasileiras atualmente e pressiona muito mais a vida das mulheres negras e pobres.
A pressão e a preocupação de colocar comida na mesa e pagar todas as contas da casa e da família recai sobre elas: as mulheres são as principais ou únicas provedoras em 38% dos lares.
Apenas 11% das entrevistadas afirmam não contribuir financeiramente para pagar as despesas de suas famílias.
Metodologia da pesquisa
Neste estudo, foram entrevistadas 1078 mulheres com mais de 18 anos de todas as classes e de todas as regiões do país.
As entrevistas foram realizadas online entre os dias 12 e 26 de maio de 2023. A margem de erro é de 3 pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.
Sobre a Think Olga
A Think Olga é uma ONG que atua junto à sociedade civil com a missão de sensibilizar a sociedade para as questões de gênero e intersecções.
Para isso, utiliza a comunicação como principal ferramenta para ajudar a compreender os desafios da igualdade de gênero e a promover um mundo mais igualitário.
