3 dicas para tirar do papel as suas metas financeiras de 2021

O segundo semestre chegou, mas ainda há tempo para começar a mudar hábitos e transformar a saúde das suas finanças
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3 dicas para tirar do papel as suas metas financeiras de 2021
Não importa a sua renda e o seu padrão de vida, se você não tem controle das suas despesas, provavelmente cairá nas estatísticas: quatro a cada três mulheres chegam aos 65 anos na pobreza

Chegamos em agosto e o fim do ano bate à nossa porta. 

Como estão aqueles planos e metas que você traçou no início de 2021? Perder peso, concluir um projeto e organizar as finanças estão entre os principais desejos que fazemos na virada do calendário, mas tirá-los do papel nem sempre é fácil. 

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O motivo? Muitas vezes escrevemos os nossos objetivos como se eles tivessem o poder de se autorrealizar, e não traçamos um plano para conquistar o que desejamos. 

Mas calma, nem tudo está perdido. Você ainda tem quatro meses para fazer 2021 valer a pena, ao menos nas finanças. Tudo o que você precisa é um MÉTODO, ou seja, uma técnica para organizar o seu orçamento pessoal e finalmente começar a investir. 

Receber juros ao invés de pagar juros é possível e é o caminho para uma vida mais tranquila.

Mãos à obra! Abaixo está um pouco do método apresentado no meu livro, “Mulheres que lucram”, que será lançado oficialmente no início de setembro. 

Vou mostrar como mudar a sua vida financeira ainda neste ano com 3 passos: 

1. Organize o seu orçamento

Não importa a sua renda e o seu padrão de vida, se você não tem controle das suas despesas, provavelmente cairá nas estatísticas: quatro a cada três mulheres chegam aos 65 anos na pobreza.  

Para organizar qualquer orçamento é preciso passar um pente fino nas despesas. E o primeiro passo é: tome nota de TUDO, gastos em dinheiro, cartão de débito e dos cartões de crédito. Faça uma lista com todas as suas despesas. Você pode pegar o mês anterior (julho) como referência para identificar como o seu dinheiro foi utilizado. 

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A ideia aqui vai muito além do famoso “reduzir as despesas e gastar menos”. Gastar melhor o seu dinheiro pode ser mais importante do que apenas economizar. 

Depois de fazer essa lista, você irá precisar classificá-las e isso é simples também. Primeiro vamos identificar quais são as categorias:

Essencial: é aquilo que você não tem escolha e precisa pagar, como as despesas domésticas, por exemplo. 

Supérfluo – é aquilo que melhora nossa vida, mesmo sem ser essencial. A sua Netflix e aquela aula de pilates, por exemplo, não são necessariamente essenciais para a sua sobrevivência, mas ainda assim são importantes para a sua rotina e bem-estar. 

Desperdício – é aquilo que não melhora nossa vida e não é essencial. Assinaturas de serviços que nunca são usados, taxas e tarifas que poderiam ser reduzidas ou eliminadas, roupas que nunca saíram do guarda-roupa são alguns exemplos de desperdício. 

Você não precisa cortar tudo que é supérfluo. Afinal, sem esses pequenos mimos a vida fica muito chata, mas deve avaliar se todos os supérfluos são realmente necessários, principalmente se você tem dívidas ou ainda não consegue investir. 

Já os desperdícios, estes sim, devem ser eliminados sem perda de tempo e para sempre. Eles não lhe agregam nada e só consomem o seu patrimônio. 

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Coloque ao lado de cada item na sua lista de despesas a letra correspondente: E (para Essencial), S (para Supérfluo) e D (para Desperdício). Assim você irá conseguir identificar como o seu dinheiro é usado no dia a dia. É fácil inverter as prioridades quando não temos clareza de como usamos os nossos recursos financeiros! 

O que é essencial: deve comprometer até 50% do seu orçamento se você não paga aluguel, ou 60% caso pague aluguel. 

O que é supérfluo: deve comprometer no máximo 30% do seu orçamento. 

O que é desperdício: deve ser eliminado e essa quantia será usada para você começar a investir. 

Se você já fez tudo isso anteriormente, mas sente que desanimou com a organização das finanças, recomece! Faça um novo pente fino, é normal com o tempo achar que está tudo sob controle e voltar a gastar mais do que o necessário, por isso é fundamental listar e acompanhar as despesas mensalmente. 

2. Comece hoje a construir a sua reserva para emergências

O seu primeiro investimento começa aqui, com a construção da sua reserva financeira para emergências. Essa etapa não pode ser subestimada ou ignorada: sem uma reserva para os infortúnios da vida você corre o risco de entrar em dívidas e vender investimentos na hora errada.  

O ideal é que você invista todos os meses 20% da sua renda, mas se for muito difícil começar com 20%, dê o primeiro passo com 5%. O importante é começar. 

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Automatize a transferência da sua conta no banco para a sua conta na corretora. Não confie em você mesma para fazer isso todos os meses, deixe programado para evitar a autossabotagem. 

A sua reserva deve ser suficiente para cobrir no mínimo três meses do seu custo de vida (você já sabe quanto é, porque listou suas despesas na etapa anterior). Esse dinheiro pode ser investido no Tesouro Selic, em um CDB com liquidez diária ou em um fundo DI, também com liquidez diária. 

Liquidez diária significa que você consegue transformar aquele investimento em dinheiro outra vez com agilidade, em até um dia útil. Como esse dinheiro deverá ser usado em emergências, precisa ser aplicado nos produtos certos. 

Não importa se você ganha R$ 2 mil ou R$ 20 mil, a reserva precisa ser feita. Ela é como preparar a pele para a maquiagem: sem seguir essa etapa, o resultado final pode ser desastroso.

3. Busque conhecimento e comece a investir

Quanto custa a vida que você quer levar daqui a 10, 20 ou 30 anos? Se você não depender de outras pessoas no futuro, precisa pensar nas decisões tomadas no presente. 

Já atendi muitas mulheres que tinham receitas mensais altas e um excelente padrão de vida, mas que não se preocupavam com o planejamento financeiro do amanhã. Por isso, pergunte-se a si mesma: se parar de trabalhar hoje, por quanto tempo o seu dinheiro irá sustentar o seu padrão de vida atual?

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Se quiser manter a mesma vida no futuro, você terá que procurar informação e começar a investir. Se quiser conquistar um padrão de vida melhor, a lição é a mesma: invista no seu conhecimento e invista todos os meses. 

Ainda é possível terminar o ano com um saldo positivo na vida financeira!

Tirar do papel a promessa de se educar financeiramente e investir não depende de ter muito dinheiro, do mês do ano ou de qualquer outra coisa: depende apenas de você dar o primeiro passo; o início dessa trajetória você agora já sabe por onde começar.

Francine Mendes é economista formada pela Universidade Federal de Santa Catarina e especialista em educação financeira para mulheres. Ela possui mestrado em Psicanálise do Consumo pela Universidad Kennedy e é CEO e idealizadora da Elas Que Lucrem

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