A mesada é uma das formas mais utilizadas e mais difundidas para se ensinar educação financeira!
Disso ninguém tem dúvida! No entanto, será que o simples fato de dar uma mesada ou semanada para as crianças já funciona para que elas aprendam sobre finanças?
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Será que o fato de receberem periodicamente um dinheiro pode torná-las, no futuro, adultos conscientes e responsáveis financeiramente?
É, gente, aqui vale a pena observarmos a mesada mais de perto.
Pense bem!
Se apenas receber um dinheiro periodicamente nos ensinasse sobre educação financeira, todos nós teríamos aprendido quando começamos a trabalhar e receber um salário!
Mas sabemos que isso não é verdade.
Justamente por que não temos conhecimento e nem experiência, quando começamos a receber os primeiros recursos, acabamos gastando todo o dinheiro e não aproveitando, de forma consciente e funcional.
Então, qual é a solução?
Como faço para dar uma mesada para os meus filhos, e que isso realmente os ensine sobre educação financeira?
PERIODICIDADE
Você, mamãe (papai, vovó, dinda ), deve definir, previamente, qual é a periodicidade que suas crianças receberão essa mesada ou semanada.
Se forem crianças entre os 4 e 8 anos de idade, recomendo que seja uma semanada. A partir dos 9 anos, podemos migrar para uma mesada.
DEFINA O ESCOPO
Quando damos uma mesada, é importante que a criança entenda para o que ela serve. Como os pequenos não têm nenhuma experiência nisso, é necessário que você explique para o que este dinheiro serve.
Por exemplo: “Minha filha, esse dinheiro servirá para você pagar o lanche da escola e outras coisinhas que você quiser comprar ao longo do mês”.
A partir deste esclarecimento, ficará muito mais fácil para a criança entender no que ela gastará seu dinheiro ou quais as despesas que passaram a ser de sua “responsabilidade”, e ela irá arcar com isso.
DEFINA O VALOR
Para calcular o valor da mesada que você dará, faça um levantamento de qual seria a quantia suficiente para arcar com todas as despesas, que são o escopo desta mesada, e diminua cerca de 20% deste valor.
Se para arcar com as despesas do lanche da escola seriam necessários R$ 100,00 por mês (R$ 25,00 por semana ou R$ 5,00 por dia), você poderá dar R$ 100,00 – 20% = R$ 80,00 por mês ou R$ 20,00 por semana.
Por que devemos fazer isso?
Porque é importante que a criança aprenda a gerir o recurso sem esbanjar e também procurar alternativas para o uso do dinheiro.
Nesse caso, ela poderia optar, uma vez por semana, por levar o lanche de casa, ou duas ou três vezes por semana também. Assim, sobrará mais dinheiro para comprar outras coisas, e até investir!
Isso fará com que a criança aprenda a usar e gerir os recursos, de forma consciente e inteligente.
CONVERSE
Não adianta começar a dar mesada sem ter uma conversa de verdade…
- Explique para o que serve aquele dinheiro.
- Qual o objetivo de dar mesada.
- No que essa mesada ajudará e o que ensinará.
Para as crianças que ainda não dominam as operações matemáticas de adição e de subtração, se possível, dê uma semanada com moedas de R$ 1,00.
Isso irá ajudá-la não só aprender sobre a educação financeira, mas também a desenvolver suas habilidades e capacidades matemáticas.
ACOMPANHAMENTO
É, gente… Não são só os adultos que precisam acompanhar as suas despesas e as suas receitas. Ensine as suas crianças, desde cedo, a acompanharem o que ganham e o que gastam.
Este acompanhamento pode ser feito numa folha de papel desenhando as moedinhas e, ao lado, o que foi comprado. Isso pode ser feito em um quadro, em uma cartolina etc. O importante é que a criança registre o que ela ganhou e o que ela gastou.
No caso das crianças pequenas, você pode pegar uma moeda e ajudá-las a desenhar a moeda no próprio papel.
Se ela ganhou 10 moedas, vai desenhá-las no papel e, quando gastar, vai desenhar o quanto gastou, de forma lúdica.
Isso é uma planilha de controle orçamentário.
E aí, gente, gostaram das dicas? Vocês já dão mesada para as suas crianças? Como vocês fazem? Me contem pelo e-mail [email protected].
Ana Pregardier é escritora, educadora financeira e especialista em formação de hábitos
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