O choque de realidade causado pela sinergia japonesa

É indescritível e inspirador como a organização impacta positivamente a vida e o cotidiano das pessoas
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Divulgação
Tóquio é uma cidade extremamente grande, mas muito organizada (Foto: Divulgação)

É indescritível e inspirador como a organização impacta positivamente a vida e o cotidiano das pessoas

Separei o texto desta semana para contar um relato um pouco antigo, mas que ainda segue muito vivo na minha memória e que tento praticar nos dias de hoje.

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Fui em 2005 para um evento no Japão chamado World Expo, realizado em Aichi, perto de Nagoya. Nessa visita, acabei conhecendo também Tóquio e Osaka, e confesso que o Japão não era um país que estava na minha lista de preferência. Não porque não tinha me despertado o interesse, simplesmente por ter outros desejos na frente. 

Mas chegando no Japão eu fiquei absolutamente encantada em como algo que ainda pensava ser inimaginável, podia acontecer todo dia, a todo momento.

Tóquio é um lugar que acontece, muito populoso. Uma cidade extremamente grande, mas que eu nunca vi em nenhum outro lugar do mundo o tamanho da organização e sincronia. Milhões de pessoas convivendo coletivamente, seja entrando no transporte público, seja nos mercados ou restaurantes, ou atravessando a rua. 

Me espantei quando rodeada de pessoas para entrar no vagão do trem, com aquela cabeça brasileira acostumada com a correia, pensei que teria que dar um jeito para conseguir entrar. E ao toque do sinal, absolutamente ninguém apertou o passo, todos foram de uma forma muito tranquila e organizada. E mais, as pessoas já entraram no vagão se acomodando e dando espaço para que quem estava fora também entrasse.

Aquele respeito foi algo chocante de se presenciar, culturalmente falando. É algo indescritível e inspirador como esse pequeno comportamento impacta positivamente a vida e o cotidiano das pessoas. E não eram poucas pessoas, ou pequenos grupos com boas ações. Era realmente todas as pessoas respeitando e convivendo coletivamente. Eu não conhecia muito da cultura social dos japoneses, detalhes de como eles costumam levar a vida no dia a dia, mas eu presenciei aquilo funcionando. 

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Um dia fiquei sentada num banco na calçada por horas e horas no meio daquele mar de pessoas andando, em uma avenida super movimentada, só observando e tentando entender aquela multidão se acomodando cada um no seu espaço, respeitando a ordem de pessoas que chegaram antes, esperando o momento de ser a vez de atravessar. Via blocos e blocos de pessoas atravessando as ruas quando o sinal ficava verde. 

Sabe aquela cena de filmes famosos de pessoas atravessando a rua no Japão? Eu assistia aquilo de camarote deslumbrada com a colaboração e organização das pessoas, sem ter ninguém trabalhando para coordenar. Vou deixar um vídeo que encontrei para que vocês consigam visualizar a cena:

Vídeo de pessoas andando em Shibuya, em Tóquio

E ao fechar do semáforo, quando o sinal fica vermelho, todos que estavam ali para atravessar naquele momento, conseguiam tranquilamente seguir para seus destinos. Sem ter carros buzinando, sem ter pessoas correndo e/ou ultrapassando outros.

Além da estrutura e da logística pensada para o funcionamento da cidade, eu acredito que o aspecto cultural japonês esteja muito relacionado a isso. Essa cultura de acreditar e respeitar essa sinergia e seguir o modelo. Para mim foi uma lição muito grande entender tudo aquilo, pequenos gestos diários que os japoneses praticam todos os dias de forma muito natural, impactam positivamente o andamento e cotidiano das suas grandes cidades e consequentemente a vida dos seus cidadãos.

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O bairro de Shibuya tem um dos cruzamentos mais famosos do mundo (Foto: Divulgação)

Para quem chega ao país e se choca (positivamente) com essa cultura, assim como eu, acaba saindo do Japão com outra visão sobre sociedade. O pensamento acaba voltando para, e se no meu país fosse assim?

Eu sei que ainda é uma realidade muito distante da nossa, dos brasileiros. Se cada um tivesse a chance de entender isso, mesmo sem viajar para outro país, mas sabendo que respeitando as regras e seu espaço você está involuntariamente impactando outras pessoas positivamente, já seria uma grande evolução. Não digo boas ações, apenas respeito. 

Agora uma dica… viaje sempre que puder, para qualquer um dos lugares pelo mundo.

Gisele Abrahão é uma viajante do mundo, empreendedora consciente, criadora do prêmio Impactos Positivos e idealizadora da plataforma Lugares pelo Mundo.

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