Melhorar a Educação Financeira pode impactar na diminuição da desigualdade social?

A cada 10 brasileiros, seis não possuem controle financeiro, esse valor corresponde a 58% da população. Tal fato desencadeia nas pessoas a preocupação frequente com o dinheiro, tornando-se o maior problema de cerca de 71% dos brasileiros.
foto profissional 1 - Marília Mader (1)

Quando paramos para refletir sobre a vida adulta, existe um fator especial que será comum entre biólogos, arquitetos, vendedores ou qualquer outra profissão. Todos eles terão que lidar com o dinheiro e com as finanças pessoais em inúmeras circunstâncias. Dentro desse contexto, entramos novamente na questão do que é ter educação financeira, e uma única frase pode resumir tudo de uma forma simples: ter controle de gastos.

A partir desse pensamento, é necessário entrarmos no conceito de criação de fortuna. Esse ponto de destaque é importante não para falarmos sobre uma fórmula de enriquecimento, mas sobre a questão de que a única forma de uma pessoa acumular fortuna é não gastando toda a sua renda mensal impulsivamente e com coisas supérfluas. O ser humano precisa despertar a consciência de que poupar dinheiro é essencial para a ascensão financeira. Desse modo, a falta de controle de gastos (não poupar dinheiro) estagna parte da população em uma renda que se renova mês a mês e não que se completa.

Em pesquisas realizadas pela Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), 77,9% das famílias brasileiras estavam endividadas em 2022. Esse dado representa a falta de controle de gastos da população e como o consumo da renda mensal total impacta diretamente na desigualdade social –  aqueles que poupam, acumulam renda e aqueles que gastam desenfreadamente, se endividam. A falta de educação financeira básica, como poupar uma quantia mensal, por exemplo, faz com que os brasileiros vivam um ciclo de dívidas e inadimplências.

Quando trazemos isso para a realidade das pessoas, podemos fazer cálculos simples. Por exemplo, um casal que ganha um salário mínimo cada, que hoje está em mais ou menos R$1300,00, deverá possuir um custo de vida mensal o mais simples possível. A ideia principal é que, mesmo com o aumento de valores de coisas básicas do dia a dia, eles consigam poupar em média R$300,00 por mês, sendo assim, o gasto fixo seria de R$2300,00 mensais. Se essa média se mantiver todos os meses, ao final de um ano serão R$3600,00 poupados.

O foco principal  deve ser buscar que a renda do mês seguinte não seja de apenas R$2600,00, mas sim tudo o que vem sendo acumulado, havendo assim a construção de um patrimônio, mesmo que a passos lentos. Na prática, esses cálculos ajudam cada um a entender como deve ser a percepção de suas despesas mensais, o que pode ser cortado ou diminuído, o que é supérfluo e o que é obrigatório. Os primeiros meses desse novo estilo de vida, o desenvolvimento do hábito de poupar, sempre serão os mais difíceis, o mais importante é não desistir. O segredo do sucesso é disciplina, persistência e entender as metas, fazendo de tudo para alcançá-las. 

Marília Mader é Relações Públicas e se dedica à comunicação educacional para o mercado financeiro, principalmente conteúdos sobre Inovação e Educação Financeira para Jovens

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