Tesouro Nacional: como ele ajuda mulheres a alcançar suas metas de vida

O podcast Elas que Lucrem conversou com o Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, sobre investimentos e igualdade de gêneros
JOB_03_REDES_SOCIAIS_EQL_AVATARES_QUADRADOS_PERFIL_v1-02

O Tesouro Nacional é importantíssimo para a vida dos brasileiros. É por meio dele que o governo garante o equilíbrio nas contas públicas e consegue reverter recursos em benefícios para a população.

Além disso, o órgão proporciona o acesso a investimentos seguros, como o Tesouro Direto, que democratiza a compra e venda de Títulos Públicos Federais para pessoas físicas, de forma 100% online, a partir de pequenos aportes mensais.

E para entender melhor todo esse universo, o Podcast “Elas que Lucrem” recebeu o Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, para uma conversa simples e direta sobre economia, investimentos e igualdade de gêneros.

Se você perdeu, pode assistir aqui

Se preferir, acompanhe abaixo os melhores momentos desse encontro comandado por Francine Mendes, fundadora e CEO da plataforma de conteúdo, educação e marketplace Elas Que Lucrem (EQL).

Entenda como o Tesouro Nacional ajuda as mulheres a alcançar suas metas de vida!

O que faz o Tesouro Nacional?

Criado em 1986, o Tesouro Nacional faz a gestão responsável dos recursos públicos do país. 

“Ele tem o mesmo papel que as mulheres chefes de família desempenham: fazer as contas fecharem no final do mês. Para isso, faz a gestão dos pagamentos, além da emissão de Títulos Públicos, com o objetivo de garantir que todas as obrigações do governo sejam pagas”, explica o Secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. 

De modo prático, o órgão faz uma gestão centralizada do recebimento de recursos, visando colocar em equilíbrio com as despesas. 

Assim, pode garantir que investimentos sejam direcionados às áreas como educação, segurança e saúde, por exemplo, retornando em benefícios para a sociedade como um todo.

Taxas de juros: quais os impactos sobre a economia de um país?

Quando se fala no papel do Tesouro Nacional, é importante entender o contexto das taxas de juros. Esse é um dos mecanismos de vital importância utilizado pelo Banco Central para o controle da inflação. 

Atualmente (outubro de 2023), a Selic – a taxa básica da economia brasileira – está em 13.25%. Esse é um patamar considerado bastante elevado, porque influencia todas as outras taxas de juros como a de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras, tornando tudo mais caro.

“Desde o começo do ano estamos em um trabalho intenso para mudar esse ambiente de incerteza e dar previsibilidade e estabilidade às empresas. Dessa forma, é possível estimular a retomada de investimentos e fazer a economia girar, proporcionando mais renda à população”, comenta Ceron. 

Para ele, as iniciativas do governo já estão produzindo resultados positivos. “O período mais difícil ficou para trás. O empresariado, assim como os chefes de família, sabem como é difícil pegar crédito em um banco quando as taxas de juros estão altas”, comenta o secretário. 

“Quando as taxas se reduzem, as empresas conseguem investir na compra de equipamentos e maquinários para produzir mais e empregar mais”, explica.

Qual seria a taxa de juros ideal para aumentar a produtividade no Brasil?

Para entender o impacto das taxas de juros no contexto da economia, é preciso saber que todo o dinheiro que o governo precisa para investir em educação, saúde e segurança, por exemplo, é arrecadado através de impostos ou por meio da emissão de Títulos Públicos. 

Esses títulos são uma espécie de dívida garantida pelo governo. Quem compra, recebe de volta o dinheiro investido, acrescido de juros no final de um determinado período. 

E quanto maior a taxa de juros, mais cara fica essa dívida, tornando mais difícil o investimento na economia e em programas sociais, que poderiam oferecer mais benefícios para a sociedade.

“Considerando uma inflação acumulada em torno de 6% ao ano, uma taxa de juros em torno de 13% é muito elevada. Quanto mais tempo demorar para reduzí-las, seria o equivalente ao custo de manutenção do programa Bolsa Família em um ano”, compara o Secretário.

Para ele, uma taxa de juros real deveria ficar em torno de 4%, o que seria “considerada neutra para a economia”. 

“A redução da taxa de juros é saudável para fomentar o investimento produtivo e para que as famílias possam captar crédito e construir seus sonhos e objetivos de uma forma razoável”, complementa.  

Mudança na meta de inflação: o que isso significa?

Em junho de 2023, o governo anunciou uma mudança no regime de metas de inflação. A medida aposenta o atual formato – que leva em conta o ano-calendário (de janeiro a dezembro) – e passa a considerar um “horizonte relevante” (algo em torno de 24 meses), sem calendário fixado.

A mudança está em linha com o que costuma acontecer em países desenvolvidos, como os Estados Unidos. Mas, o que isso significa?

“Na prática, esse horizonte de longo prazo dá mais flexibilidade ao Banco Central, que não precisa fazer, em apenas um ano, todo o ajuste que precisa para atingir um resultado. Isso pode trazer menores oscilações nas taxas de juros, o que é bom. Essa é uma mudança que aponta em uma direção correta”, confirma Ceron. 

Desenrola: o programa que pretende tirar os brasileiros da inadimplência

Sobre o “Desenrola”, o programa do governo federal que tem o objetivo de ajudar a população a quitar suas dívidas, o Secretário afirma que a iniciativa deve ser decisiva para impulsionar a economia do País. 

“O Tesouro Nacional entrará para apoiar o refinanciamento dessas dívidas, oferecendo uma taxa de juros mais baixa, que seja suportável para as famílias”, reforça. 

Ele comenta que com o apoio de instituições financeiras, os brasileiros com o nome negativado em birôs de crédito, podem conseguir descontos de até 90% na hora da negociação e voltar a ter o nome limpo.

O foco são as dívidas de até R$ 5 mil e pessoas que ganham até dois salários mínimos, priorizando, assim, as camadas de menor renda. 

“Essa é uma medida que deve ter um impacto social gigantesco. Será importante para que as pessoas recuperem sua capacidade financeira”, esclarece Ceron. 

Grau de investimento: o que é e porque é importante para um país?

Quando se ouve falar em “grau de investimento” seria o equivalente a ter um “selo de bom pagador”. E quem confere esse “selo” às instituições são as agências de classificação de risco. 

Para se ter uma ideia, o Brasil foi reconhecido até o ano de 2015 como um lugar seguro, onde o investidor estrangeiro podia investir com alguma tranquilidade. Porém, após perder esse “selo de bom pagador”, o país voltou a integrar o grupo classificado como “países de risco”.

Na prática essa reputação é muito ruim, pois afugenta investimentos externos. Mas, de acordo com o Secretário do Tesouro Nacional, o governo vem trabalhando para mudar essa perspectiva. 

“Estamos melhorando o ambiente econômico doméstico, o que já está refletindo em uma melhora nos indicadores. Também fizemos uma emissão de Títulos Públicos no mercado externo, que trouxe uma demanda quatro vezes superior à nossa oferta, sendo comprada por investidores de longo prazo – aqueles que costumam fazer investimentos em países que eles acreditam”, podera.

Ainda de acordo com Ceron, o governo pretende fazer no segundo semestre de 2023 uma nova emissão de títulos, dessa vez, serão papéis ligados à metas ambientais e sociais, o que deve contribuir ainda mais para uma perspectiva positiva e atrair novos recursos para o país. 

Qual o papel do novo arcabouço fiscal?

Quem acompanha a economia já deve ter ouvido falar no “novo arcabouço fiscal”. Na prática, se trata da adoção de um “regime fiscal sustentável” – que funciona como um mecanismo de controle de endividamento público brasileiro – substituindo o antigo Teto de Gastos.

Sobre esse tema, Rogério Ceron comemora bons resultados. “Ele foi muito bem recebido pelo mercado. Todos os indicadores da economia refletiram esse otimismo. Isso ajuda muito no combate ao processo inflacionário, criando um ciclo positivo”. 

Ele explica que com o novo arcabouço fiscal, os investidores passaram a olhar o horizonte de médio e longo prazo sem um risco de endividamento explosivo. “Tudo isso propicia o retorno dos investimentos produtivos de maior prazo – o mais saudável e sustentável para o país”, comenta. 

Investimentos para aposentadoria: como funciona o RendA+?

Em 2023, o governo anunciou a criação do RendA+, um título do Tesouro Nacional, focado na aposentadoria. Com ele, é possível escolher um prazo de acumulação de recursos e, após este período, o investidor passa a receber os frutos – corrigidos pela inflação – mensalmente, por 20 anos. 

“Tem sido um verdadeiro sucesso, com valorização que ultrapassa 60%, o que mostra o quanto a população está preocupada com o futuro”, aponta o Secretário.   

Ciclo educacional: investimento no futuro dos filhos

Outra iniciativa do Tesouro Nacional foi o lançamento de títulos públicos voltados ao ciclo educacional. Os papéis visam possibilitar que famílias de baixa renda se preparem para financiar a educação dos filhos.

De acordo com Ceron, o processo de investimento é feito por 18 anos e deve ser uma grande referência de poupança das famílias para o ciclo universitário. O investimento mensal mínimo para os familiares é de R$ 30,00.

“É um programa transformador, que irá gerar impactos para a vida futura dessas crianças”, comenta. 

Igualdade de gênero: mais mulheres em cargos de chefia 

No Dia Internacional das Mulheres, o Tesouro Nacional lançou instrumentos para fortalecer a presença feminina em postos de alto escalão e de poder decisório da instituição. 

As medidas visam combater a atual disparidade de gênero na distribuição das principais posições hierárquicas na estrutura do órgão. 

O primeiro mecanismo foi a implementação de pontuação diferenciada para mulheres nos processos seletivos. Também será colocado em prática o projeto de aceleração de experiência executiva para mulheres no Tesouro Nacional.

Com o novo programa, o Tesouro quer estimular a participação feminina nos cargos de alta gestão, acelerando o sentimento do “eu posso”, fortalecendo entre as mulheres a convicção da capacidade feminina de exercer funções executivas.

“Nossa missão é tornar o Tesouro Nacional um ambiente seguro para as mulheres”, finaliza Ceron.

Compartilhar a matéria:

×