Compra por descoberta: como a Livela trouxe a tendência de consumo do momento para o Brasil

Plataformas de curadoria e e-commerce como a cofundada por Amanda Martins já estão estabelecidas na China e EUA
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Amanda Martins também fez parte da implementação do Uber no Brasil (Foto: Divulgação)

Foi trabalhando com inovação em algumas das metrópoles mais badaladas do mundo nos últimos cinco anos que Amanda Martins, cofundadora da plataforma Livela, ficou sabendo que o hábito de bater perna em shoppings talvez estivesse com os dias contados. Lá fora, esse típico costume da rotina feminina já estava dando lugar a uma tendência de consumo mais otimizada e digital – a chamada “compra por descoberta”. 

O termo se refere à possibilidade de entrar em contato com novos bens de consumo de departamentos variados – de beleza e decoração a itens colecionáveis geek – por meio de curadorias online em aplicativos ou plataformas. Na prática, basta alguns cliques para descobrir qual o sapato da moda da estação e onde é o melhor lugar para adquiri-lo.

“A compra por descoberta sempre existiu no mundo físico. Nada mais é do que aquela pessoa que caminha no shopping, olha as vitrines e fala com os vendedores para descobrir novas tendências”, descreve Amanda. “O que estamos trazendo é a digitalização deste processo, o que acaba sendo uma alternativa muito mais interessante para quem não tem disponibilidade de ir a uma loja física ou prefere que essa pré-seleção seja feita por um time especializado”, completa. 

De olho nessa praticidade tentadora, a executiva, que já havia feito parte da implementação do Uber no Brasil, resolveu trazer para o país a tendência que ganhava os mercados chineses e norte-americanos. Foi aí que, em março deste ano, ao lado de Samuel Negrão, Hai Habot e Oksana Semenov, ela criou a Livela. 

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Processo de curadoria envolve especialistas e atenção ao cenário do momento

Quem abre o aplicativo pela primeira vez se depara com uma série de conteúdos em vídeo sobre temas que dizem respeito à moda, beleza e bem-estar. São essas cápsulas que possibilitam que as usuárias confiram a textura e caimento das peças. “Antes, a internet era estática: apenas fotos e legendas. Hoje, queremos comprar por vídeo, formato com o qual nos comunicamos bem melhor”, afirma Amanda. 

Já na aba de curadoria, é possível adicionar os itens diretamente ao carrinho de compras, optando antes por filtros como “sou clássica, “sou fashion”, “sou esportiva” ou até “sou do outlet”.  Assim, em todos os conteúdos, o app disponibiliza a possibilidade de compra dos itens de forma intuitiva.

Segundo a fundadora, todo o conteúdo da plataforma é pensado para atingir as necessidades femininas de determinado momento. Mas, ao contrário da compra por intenção, onde os produtos oferecidos atendem ao desejo pré-existente da consumidora, a Livela busca despertar o interesse das usuárias por coisas que nem elas mesmas sabiam que precisavam. “Quando passamos por algumas semanas chuvosas, por exemplo, nós apostamos em produtos que controlam o frizz do cabelo”, detalha. 

Por trás das sugestões de produtos, está um time formado por especialistas em cada repartição. No caso das peças de moda, fica a critério da designer da equipe selecionar as tendências do momento e mapear as peças de acordo com os estoques, promovendo, assim, as melhores oportunidades de compra. 

“O sucesso desse modelo de negócio está em falar de determinado tema justamente no momento em que é conveniente para o consumidor, levando-o a realizar boas compras”, resume.

Tecnologia deve afetar cada vez mais o modo de consumo

A expectativa da empreendedora é que logo existam outras plataformas de compra por descoberta no Brasil. Além de se enquadrar nas estatísticas nacionais de  consumo – já que 63% da população afirma consumir pela internet, segundo a empresa de entrega DPDgroup -, a tendência logo deve encontrar público de outros segmentos, a exemplo do que acontece internacionalmente. 

Além disso, o trabalho de curadoria personalizada e a demonstração das peças em vídeos contribui para que o consumidor considere a opção mais atraente do que uma mera “compra online”, aponta Amanda. 

Ao seguir o movimento de evolução da própria internet, a possibilidade de interação e participação em lives é outro recurso que também integra a Livela. “Essas tecnologias acabam impactando todo marketplace e as possibilidades de consumo dos usuários”, destaca. 

De olho no futuro, a empreendedora confirma que, embora o metaverso não tenha relação direta com o produto da Livela, ele pode vir a contribuir para a evolução da compra por descoberta por meio da imersão em lojas virtuais. “Vai chegar no ponto em que vamos nos teletransportar por vídeo para esses ambientes. Enquanto isso, a gente aposta nessa transição que deixa o estático de lado e vai dando os primeiros passos para o universo meta”, conclui. 

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