
No último ano, os casos de violência doméstica e familiar contra mulheres que atuam no setor bancário cresceram 10,7% em comparação aos números de 2020. Na prática, isso revelou que, todo mês, cerca de 11 bancárias foram vítimas de alguma forma de violência cometida por seus companheiros ou pessoas de convívio familiar. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com 25 instituições financeiras.
Ao longo dos dois anos de pandemia de Covid-19, entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2022, os bancos acolheram 273 pedidos de ajuda vindo de colaboradoras vítimas de violência. Foram 121 casos de abuso atendidos em 2020, 134 em 2021 e 18 até fevereiro deste ano.
A preocupação com o aumento da violência doméstica no país levou a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e entidades sindicais da categoria a assinar, ainda em 2020, um termo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho prevendo ações que os bancos deveriam tomar para auxiliar as bancárias na questão.
Entre as ações previstas pela norma, estão a implementação de canais de apoio exclusivos para encaminhamento e tratamento, em sigilo, de questões relativas à violência. As funcionárias também têm direito de solicitar realocação para outra unidade do banco ou mudança de horários de entrada e saída, para que o agressor não fique a par da sua rotina. Desde que a medida foi instaurada, 11 solicitações de transferência foram atendidas pelas instituições.
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Além disso, todas as colaboradoras receberam um comunicado interno sobre as melhores condutas de prevenção e denúncia a serem adotadas de acordo com o tipo de situação. Cada instituição pode, também, oferecer uma linha especial de crédito ou financiamento para a denunciante.
Atualmente, as mulheres representam 49% dos cerca de 450 mil funcionários do setor bancário brasileiro. Nos últimos anos, a categoria se tornou a primeira a conquistar cláusulas em acordo coletivo sobre igualdade de oportunidades.
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