Economia circular: é possível comprar (muito) bem e barato em brechós

Consumo consciente faz bem para o meio ambiente e para você. Confira dicas de como comprar bem.
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Consumo consciente faz bem para o meio ambiente e para você. Confira dicas de como comprar bem.

Nunca se falou tanto em economia circular. Em uma sociedade que tem buscado cada vez mais alternativas de consumo sustentável, o conceito que associa desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais e prioriza insumos duráveis, recicláveis e renováveis está em alta. E a indústria têxtil, uma das mais poluentes do mundo, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), não poderia ficar de fora. Por isso, cada vez mais os brechós têm tido um papel de destaque no mundo da moda.

De acordo com especialistas, leva centenas de anos para que uma roupa de fibra sintética se decomponha. Além disso, durante sua fabricação e na decomposição, há centenas de componentes químicos e gases de efeito estufa na produção.

A designer de interiores Elisângela Leal se considera uma especialista em consumo consciente. “O conceito de brechó mudou muito nos últimos anos e hoje é possível encontrar boas peças em excelente estado”, conta. “O nome garimpar não poderia ser mais adequado: procurar e encontrar bons produtos é ouro!”, diverte-se.

No brechó que ela frequenta, uma franquia, tem de tudo: roupas, sapatos, louças, acessórios, móveis, livros.

Além disso, uma compra consciente e assertiva pode garantir um guarda-roupa mais eficiente com menos peças. É o que diz a consultora de moda e imagem Natália Damasceno. “Comprar peças atemporais, que conversem com o estilo da pessoa, atendam as demandas do dia a dia, que tenha um material de qualidade, mais duradouro, é muito melhor do que consumir tendências que saem de moda, com materiais sintéticos de qualidade inferior, que duram muito menos”, explica.

Érica Marinho, especialista em comércio exterior, descobriu os benefícios de comprar roupas seminovas quando a filha nasceu. “Bebês perdem roupa muito rápido. Algumas peças, a Bella usou duas vezes, estavam praticamente novas e não havia mais crianças na família para quem doá-las. Decidi recorrer a um brechó para levar essas peças para vender e acabei encontrando muitas opções boas para comprar também. Hoje sou vendedora e consumidora assídua”, conta.

O brechó que Érica frequenta pega as peças em consignação e, assim que vendidas, repassa uma porcentagem para ela. “Todo mundo sai ganhando: quem compra peças boas com preço baixo, a gente que vende e já reutiliza esse dinheiro para pegar roupas boas e com bom preço. Isso sim é economia circular completa”, explica.

Como comprar bem?

Mas, mesmo que a peça seja de segunda mão, alguns cuidados são importantes para garantir boas compras.

– Antes de comprar, dê uma olhada no seu guarda-roupa. Veja peças que mais usa e que precisam ser repostas por estarem gastas, peças que estão em falta, cores que complementam o que você já tem ou que você sinta falta. Com isso em mente, as compras serão mais assertivas.

– Olhe sempre a etiqueta. Estar atento à composição dos materiais da peça, garantem roupas/sapatos confortáveis de duráveis.

– Materiais naturais como linho e algodão, além de terem um bom conforto térmico, também têm melhor caimento e durabilidade. Além disso, são biodegradáveis. Há também a produção orgânica de algodão, que garante produtos que não utilizem agrotóxico.

– Se possível, experimente a peça. Nada como ver o caimento no corpo, sentir o tecido, provar um calçado nos pés.

– Vá com tempo. Para encontrar a peça ideal, algumas vezes é preciso procurar. Por isso, é necessário estar com tempo para encontrar roupas que façam sentido no seu guarda-roupa.

– Esteja com a mente aberta. Os brechós costumam ter todos os tipos de roupa/produto, portanto, se você não é das estampas, não se assuste e procure as pelas lisas. O contrário também é verdadeiro.

– Procure peças atemporais. Um casaco preto ou branco pode ser coringa no guarda-roupa. Jeans com cortes mais retos nunca saem de moda. Roupas em linho estão sempre atuais. Cores neutras podem ser usadas de verão a verão.

Lembre-se, para que haja mudança e um futuro mais sustentável, é preciso um esforço de toda a sociedade.

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