Ibovespa recua com ata do Copom e cena corporativa

Comitê avaliou a possibilidade de acelerar a alta da Selic, mas entendeu que seria mais adequado manter o ritmo de aperto
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O sinal negativo prevalecia na bolsa paulista hoje (22), após a ata da última reunião do Copom mostrar que o Banco Central avaliou a possibilidade de acelerar a alta dos juros na semana passada em meio a uma inflação persistente no país.

O noticiário corporativo doméstico também ocupava as atenções de investidores, enquanto aguardam fala do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, na parte da tarde.

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Às 10h53, o Ibovespa caía 0,84 %, a 128.175,98 pontos. O volume financeiro somava R$ 4,5 bilhões.

O Comitê de Política Monetária (Copom) avaliou a possibilidade de acelerar a alta da Selic, mas entendeu que seria mais adequado manter o ritmo de aperto, com a indicação de um possível aumento maior no encontro de agosto.

A ata mostrou que o BC entendeu que a estratégia adotada teria a vantagem de dar mais tempo ao Copom para acumular informações sobre a evolução dos preços mais inerciais. Na semana passada, a Selic foi elevada de 3,5% para 4,25% ao ano.

“A ata … não apenas reforça a preocupação quanto à inflação do comunicado como também aumenta o tom contra o cenário inflacionário, tendo assim leitura ‘hawkish'”, avaliou o estrategista-chefe do banco digital modalmais, Felipe Sichel

“Apesar de indicarem uma nova alta de 0,75% para agosto, a chance de um aumento em 1% ganhou ainda mais força”, afirmou em comentário a clientes.

No exterior, as atenções estão voltadas para o depoimento do chair do Fed no subcomitê de Crise do Coronavírus da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.

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A audiência deve se concentrar em como o banco central dos EUA está equilibrando os crescentes riscos de inflação com sua promessa de garantir que a economia recupere todos os empregos perdidos após o início da pandemia de coronavírus.

Destaques

  • LOJAS RENNER ON perdia 3,5%, entre as maiores quedas, assim como outros papéis relacionados a consumo, bem como sensíveis ao comportamento dos juros, depois de o BC corroborar apostas de um aperto monetário maior no país. O índice do setor de consumo na B3 recuava 1%.
  • IRB BRASIL RE ON caía 1,6%, após reportar prejuízo líquido de R$ 48,9 milhões em abril ante uma perda de R$ 170,1 milhões um ano antes. O índice de sinistralidade recuou a 84,3%.
  • ELETROBRAS ON cedia 0,4%, após renovar máxima histórica intradia mais cedo a R$ 48,20, na esteira da aprovação pela Câmara dos Deputados, em segunda votação, da medida provisória da privatização da companhia, que agora segue para sanção presidencial.
  • CVC BRASIL ON valorizava-se 1,8%. O conselho de administração aprovou aumento do capital social de até R$ 480 milhões, mediante a emissão de no máximo 25.104.603 ações para subscrição privada por R$ 19,12 cada.
  • GPA ON avançava 1,2%, em meio especulações envolvendo a participação do Grupo Casino no varejista. Mais cedo, a dona da marca Pão de Açúcar disse que nenhum banco foi contratado e que não há processo de venda da fatia do Grupo Casino na companhia.

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  • ITAÚ UNIBANCO PN perdia 1,3%, com a maior parte de ações de bancos do Ibovespa em queda nesta sessão, em meio a expectativas relacionadas à votação do aumento da CSLL sobre o setor. BRADESCO PN caía 1,1%.
  • CSN ON avançava 1,4%, melhor desempenho no setor de mineração e siderurgia, após aprovar programa de recompra de até 24,15 milhões de ações. VALE ON subia 1%, mesmo com nova queda dos preços dos contratos futuros do minério de ferro na China.
  • PETROBRAS ON cedia 0,8%, acompanhando a fraqueza dos preços do petróleo no mercado externo.

(com Reuters)

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