Na última semana, a Captalys Companhia de Crédito pediu registro para realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa pode se tornar a primeira exclusivamente comandada por mulheres a fazer uma operação do tipo na B3.
Criada em 2010 como Finvest, o foco inicial da Captalys era a gestão de ativos. Para ganhar escala, no entanto, partiu para a pulverização de crédito. Em 2014, foi impulsionada pela entrada da Two Sigma como sócia no negócio, uma empresa com experiência internacional. Nessa época, a empresa começa uma transformação capaz de acompanhar e controlar uma grande variedade de créditos.
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Em 2016, mudou o nome para Captalys, elegeu a fundadora Margot Greenman como CEO e passou a apostar na tecnologia para conectar investidores a tomadores de crédito.
Ao lado de Margot Greenman estão Juliana Aguiar, que se juntou ao trio de CEOs com a aquisição da Certificadora de Créditos Imobiliários (CCI), em 2018, que cuida das cobranças da plataforma, e Larissa Pomerantzeff, executiva da iDTrust, hoje Finanfor, fintech também comprada pela Captalys, em 2020, que permite às empresas fazer empréstimos a seus fornecedores.
O fato de ter três Chief Executive Officers não foi algo planejado pela Captalys, mas é considerado um diferencial pela diretoria. Segundo uma série de estudos, existem inúmeras vantagens – inclusive financeiras – de colocar mulheres em cargos de liderança. Um levantamento realizado pela McKinsey & Company, companhia global de consultoria estratégica, batizado de “Diversity Wins: How Inclusion Matters” mostrou que empresas diversas em termos de gênero nas equipes executivas têm 25% mais probabilidade de ter lucro em comparação às demais.
Quem são elas
Margot Alyse Greenman iniciou sua carreira no Grupo de Instituições Financeiras (FIG) do Credit Suisse First Boston, em Nova York. É graduada em Economia Aplicada pela Cornell University com menção honrosa e distinção em pesquisa, e cursou MBA na Harvard Business School. Para completar, é Term Member da organização Counselon Foreign Relations.
A executiva já foi responsável pela carteira brasileira de investimentos ilíquidos da D.B. Zwirn & Co, um fundo global bilionário de crédito estruturado baseado em Nova York, e consultora no Brasil da Walton Street Capital e da One Equity Partners, ajudando-as a construir seu portfólio no país. De 2001 a 2004, trabalhou no IFC, braço de investimentos privados do Banco Mundial.
Formada em Economia pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Larissa Pomerantzeff está à frente das operações da Finanfor. Com MBA pela Universidade de Pittsburgh, teve passagens por Syngenta, pela Leaf Capital Partners e foi integrante do conselho da Agrogalaxy. É fundadora da PagAgro, fintech brasileira dedicada à cadeia de distribuição de insumos agrícolas e hoje também ligada à Captalys.
Sob a responsabilidade de Juliana Aguiar está a CCI. Formada em Administração de Empresas, possui mais de dez anos de experiência em serviços fiduciários e gestão e monitoramento de recebíveis pulverizados para os mercados financeiro e de capitais.
Sobre o IPO, a Captalys não dá mais detalhes neste momento em função das questões regulatórias. Mas, segundo o documento enviado à CVM, a companhia relata ter 4 milhões de tomadores de crédito em mais de 70 setores econômicos, com processamento mensal de R$ 1,8 bilhão em volume de 3,5 milhões de contratos. Até hoje, mais de 300 empresas e mais de 2.4 mil investidores já usaram as soluções da companhia.
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