Com a série de aumentos na conta de luz desde o ano passado e, agora, a alta de 16% no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), anunciada pela Petrobras neste mês, ficou mais difícil para os consumidores avaliarem qual das duas opções é mais econômica e vantajosa para aquecer a água do banho.
Para isso, mais do que analisar o consumo de energia em cada modalidade, é necessário também considerar os custos de instalação, manutenção, perfil do consumidor e as desvantagens das duas formas de aquecimento, segundo José Aquiles Grimoni, especialista do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica da Escola Politécnica (Poli), pertencente à Universidade de São Paulo (USP).
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Um dos principais pontos a serem avaliados é a qualidade do banho. Segundo o especialista, em termos de vazão de água, o chuveiro aquecido a gás é mais vantajoso, porque oferece um fluxo maior do que o elétrico e melhor controle de temperatura. Já sobre o aquecimento, o aparelho movido a energia elétrica pode ser considerado mais interessante, visto que atinge a temperatura desejada quase instantaneamente, ao contrário da opção com GLP ou gás natural.
Além disso, também é essencial analisar o tempo e o dinheiro gasto com a instalação das duas categorias de aquecimento. O chuveiro elétrico requer, além do ponto de conexão de energia, um aparelho adequado às características da rede na qual será instalado. Com esses requisitos atendidos, o aparelho poderá ser implantado de maneira simples e rápida.
No caso do chuveiro a gás, é necessário considerar o ponto de fornecimento do combustível, o sistema de aquecimento, uma tubulação adequada e o aparelho para dispersão da água. Portanto, se não há essa estrutura no imóvel e os moradores desejam instalá-la, os custos serão bem mais altos em comparação à opção do chuveiro elétrico.
Qual sistema é mais vantajoso do ponto de vista financeiro?
Além das recomendações populares, como ensaboar o corpo com o chuveiro desligado e reduzir o tempo de banho, os consumidores também podem optar por trocar o tipo de aquecimento utilizado para economizar.
Veja, a seguir, quanto custa, em média, 10 minutos de banho com água aquecida a 38ºC por gás natural, GLP e energia elétrica. Para fazer a conta, usamos como base a vazão de sete litros por minuto do chuveiro (O equivalente a 70 litros para um banho de 10 minutos):
Gás Natural (GN): levando em consideração a tarifa da Comgás de R$ 81,23 para 10 m³, vigente em março de 2022, e o fato de que são necessários 0,15 m³ para aquecer 70 litros de água na temperatura de banho, o custo do banho de 10 minutos com 7 litros/minuto para um chuveiro a gás natural é igual a R$ 1,2;
GLP: considerando o custo de um botijão de gás de 45 kg a R$ 470 e que são necessários cerca de 0,073 kg de GLP para aquecer 70 litros de água na temperatura de banho, o custo do banho de 10 minutos com 7 litros por minuto para um chuveiro de GLP é igual a R$ 0,76.
Energia elétrica: levando em conta o custo por KWh da ENEL para o setor residencial em São Paulo, de R$ 0,30771 (tarifa de uso do sistema de distribuição) + R$ 0,28738 (tarifa de energia), e que são necessários 10 minutos para aquecer 70 litros de água na temperatura de banho considerando um chuveiro de 4KW, o custo de um banho de 10 minutos com 7 litros/minuto para um chuveiro elétrico é igual a R$ 0,396.
*Cálculos não incluem os impostos incluídos nas tarifas de cada fonte de energia
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O que vale mais a pena: chuveiro elétrico ou a gás?
Como já mencionado, os dois tipos de chuveiro possuem características bastante distintas e, por isso, oferecem experiências diferentes para o consumidor. Portanto, para saber qual é o mais indicado, é necessário levar em conta os fatores elencados acima, como os gastos com instalação e a qualidade do banho, por exemplo.
Por isso, em primeiro lugar, liste quais são suas prioridades. Se o foco for economizar energia na hora do banho, então, pode-se afirmar que, atualmente, a opção mais vantajosa é o chuveiro aquecido por energia elétrica. Mas, vale ressaltar que, se não houver a estrutura necessária para a utilização desse tipo de fonte energética, os gastos poderão ser maiores, devido aos custos da instalação.
Sendo assim, o ideal é que cada consumidor, além de analisar suas necessidades em relação ao banho, faça as contas de quanto irá gastar em uma possível transição do chuveiro a gás para o elétrico ou vice-versa.
Apesar da importância de uma análise em conformidade com o perfil do consumidor, Grimoni faz algumas indicações sobre qual tipo de chuveiro pode ser o mais adequado para diferentes usos. “Para quem busca facilidade de instalação e um custo menor, o chuveiro elétrico de potência mais baixa, da ordem de 4kW e pequena vazão (7 litros/minuto), é uma boa alternativa. Já para os que preferem banhos de maior qualidade, as melhores opções são o chuveiro a gás natural ou GLP e os elétricos de maior potência, da ordem de 8 kW e vazão de água maior (10 litros/minuto)”, afirma.
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