Cerca de 16% dos brasileiros das classes D/E investiram em produtos financeiros em 2021

Mesmo com renda reduzida, grupo consegue fazer planos com o orçamento
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A poupança foi o produto financeiro mais utilizado entre os investidores das classes D/E (Foto: Agência Brasil)

Cerca de 16% dos brasileiros das classes D/E conseguiram investir em produtos financeiros em 2021, mas a falta de conhecimento sobre os tipos de investimentos disponíveis no mercado entre as pessoas dessa classe ainda é grande. Os dados são da pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, realizada desde 2017 pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha. É a primeira vez que o levantamento traz informações sobre esse grupo da população brasileira.

“Apesar de ter poucos recursos financeiros, há uma parcela das classes D/E que ainda consegue investir”, afirma Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da ANBIMA. O índice de investidores das classes A/B em 2021 foi de 52% e o da classe C, 29%.

“É esperado que um número menor de famílias das classes D/E consigam poupar e investir. Inclusive, uma parcela significativa dessas famílias vive em situação de vulnerabilidade social. Mas é importante olharmos com mais atenção para essas famílias que conseguem, para entender as suas estratégias, avaliar se há produtos e serviços adequados às necessidades delas e entender que tipo de iniciativas de educação financeira podem ajudá-las a poupar e investir melhor”, completa o executivo. Entre as pessoas da classe D/E, 82% disseram não conhecer/não utilizar algum produto financeiro, enquanto na classe A/B essa fatia é de 44% e na C, de 67%.

Na hora de escolher onde investir, as pessoas das classes D/E preferiram colocar dinheiro em bens duráveis e imóveis (3%), além de seus próprios negócios (3%). As aplicações financeiras, por sua vez, apareceram em apenas em 1% das respostas nesse grupo, fatia bem menor quando comparada às das classes A/B (14%) e C (5%).   

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A poupança foi o produto financeiro mais utilizado entre os investidores das classes D/E, na preferência de 14% dos investidores desse grupo, seguindo o comportamento das pessoas das outras classes. Quase um terço dessas pessoas (28%) que investiram fizeram mais de um aporte no ano e 24% ao menos uma vez. 

Para 41% deles, a vantagem de se fazer aplicações é a segurança financeira ou a possibilidade de conseguir juntar uma reserva. Os investidores das classes D/E ainda esperam que a aplicação dê um bom retorno (14% dos respondentes) e consideram um ponto positivo poder resgatar a aplicação, sem prejuízo, em caso de necessidade –vantagem indicada por 8% das pessoas desse grupo.

O principal objetivo para mais de um terço desses entrevistados (34%) é pegar esse recurso aplicado e realizar o sonho da casa própria, preferência também apontada entre as classes A/B (28%) e C (28%). Outros 15% querem utilizar esse dinheiro como uma reserva de emergência e há uma fatia relevante dessas pessoas (12%) que buscam recursos para empreender, mais do que as das classes A/B (6%) e C (8%).

Quando vão investir, as pessoas da classe D/E vão pessoalmente em seus bancos (60% do total dos investidores), 23% utilizam site ou aplicativo de sua instituição financeira e 4%, a central de atendimento dos bancos, comportamento oposto das pessoas das classes A/B e C.

Do total dos investidores das classes D/E, 26% utilizam o contato presencial com o gerente ou assessor para decidir o melhor produto para investir. Mas, para 23%, os conselhos de parentes e amigos também são levados em consideração nesse momento de escolha. Os sites de notícias ficam em terceiro lugar, com 9% dos entrevistados afirmando que utilizam esses canais para decidir os investimentos.

O perfil da classe D/E

A classe D/E é composta por mais de metade de mulheres (59%), com ensino fundamental (61%), com renda familiar média de R$ 1.492, cerca de dois terços (62%) é economicamente ativa e 44% moram na região Nordeste. Menos de um terço (22%) possuem conta corrente em instituições financeiras tradicionais e apenas 4% em bancos digitais.

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