Conheça Rayssa Leal, a “fadinha” do skate que roubou a cena em Tóquio

Medalhista olímpica mais jovem do Brasil, a atleta ganhou prata nas Olimpíadas do Japão com 13 anos de idade
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Rayssa Leal, 13 anos, após ganhar a medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio

Rayssa Leal mostrou que nem toda fada precisa de asas, mas sim de um skate para voar alto. Conhecida como “fadinha do skate”, a menina de 13 anos fez história na estreia do esporte nas Olimpíadas e se tornou a medalhista olímpica mais jovem do Brasil ao receber a medalha de prata na modalidade street da competição. 

Nascida em Imperatriz, no interior do Maranhão, Jhulia Rayssa Mendes Leal ganhou o apelido de “fadinha” em 2015, após um vídeo que mostrava a menina vestida de fada executando uma manobra bem difícil no skate, o “heelflip”.  Ela fala abertamente que estava fantasiada de Sininho, pois a escola dela havia realizado um evento com o tema do desenho Peter Pan. Quando acabou o evento, foi para um ponto de skate da cidade e lá sua mãe fez o vídeo. 

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O clipe bombou nas redes sociais com 4,8 milhões de visualizações e compartilhado por mais de 60,6 mil usuários na época. Entre eles, uma das lendas do esporte Tony Hawk elogiou a menina pelo Twitter. Desde então, Rayssa não parou de voar em torneios nacionais e internacionais. 

Ainda em 2015, ela foi campeã do Campeonato Brasileiro de Street Skate Mirim, que aconteceu em Blumenau, Santa Catarina. No ano seguinte, ainda em solo catarinense, ela venceu a Taça Santa Catarina de Skate Street Mirim. A vitória a classificou para o torneio brasileiro da modalidade em 2017. Em entrevistas,  Rayssa contava que demorava quase três dias para voltar de ônibus do Sul para o Maranhão

Antes de chegar a Tóquio, Rayssa conquistou o troféu do campeonato Far’N High, na França, em maio de 2019, com 11 anos de idade. Algumas semanas depois veio a medalha de bronze na etapa de Londres do Street League Skateboarding (SLS). O voo da menina no SLS não parou e, em julho do mesmo ano, ela se tornou a atleta mais jovem da história a ganhar a etapa de Los Angeles, considerado o mundial de Skate Street.  

A vitória em Los Angeles garantiu à Rayssa o segundo lugar no ranking mundial de street feminino e impulsionou sua ida para Tóquio. Nas Olimpíadas,a fadinha foi a única do time feminino a finalizar a competição, superando suas colegas de delegação e inspirações Pamela Rosa e Letícia Bufoni, que foram desclassificadas. 

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Rayssa contou ao jornal O Estado de São Paulo que ganhou seu primeiro skate aos 6 anos e que não era muito boa no início, mas aprendeu com ajuda de vídeos, muita prática e amigos mais velhos que também se interessavam pelo esporte. Em entrevista à revista Trip, em 2019, ela comenta que leva o esporte como uma brincadeira com responsabilidades. “Só quando estou bem doente mesmo que não ando. Fora isso, ando todo dia, todo dia”. Rayssa também é ligada a outras atividades como o futebol e o videogame, mas diz que o skate é sua paixão. 

O incentivo dos pais na carreira da menina é marcante. Durante o isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19, eles construíram uma pequena rampa de treino em uma chácara da avó de Rayssa, na cidade de Divinópolis, perto de Imperatriz. Foi lá que ela treinou durante os últimos 18 meses para a competição. 

Apesar de se dedicar à vida de atleta, Rayssa também lida com a rotina escolar em Imperatriz e a diretora da escola afirma que a menina é boa aluna. Quando recebe autorização para levar o skate para as aulas, a adolescente improvisa obstáculos e treina junto aos colegas. 

Muito carismática nas redes sociais, Rayssa retorna do Japão com mais de 5 milhões de seguidores no Instagram, uma medalha de prata e muitas perspectivas de novas conquistas para o skate feminino brasileiro! 

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