12 mulheres icônicas que foram tema de samba-enredo no Carnaval

Personalidades como Beth Carvalho e Dercy Gonçalves já ditaram os ritmos dos desfiles na avenida
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Dona Ivone Lara foi homenageada pela sua escola do coração, Império Serrano (Foto: Reprodução)

O samba-enredo é um dos principais elementos do desfile das escolas, uma vez que é responsável por transmitir a mensagem e ditar o ritmo de cada agremiação. Basicamente, o tema do samba-enredo precisa ser a primeira decisão a ser tomada antes do início da organização da apresentação anual. Essa importância iminente, no entanto, só surgiu na década de 1930, quando as letras dos sambas passaram a ser registradas em papel. 

Até então, diferentes músicas podiam ser cantadas durante os desfiles. Cabia ao versador puxar o samba e fazer o improviso durante as apresentações. Em 1935, com a profissionalização do evento e o início dos registros, o improviso deixou de ser uma prática carnavalesca, abrindo espaço para que o samba-enredo facilitasse o trabalho dos jurados e criasse uma cultura de planejamento e organização. 

Naquele momento, houve incentivo governamental para que fossem adotados temas de exaltação da cultura nacional – algo que até hoje pode ser notado ao longo dos desfiles. Glorificação da história, da cultura, de personalidades fortes e até críticas sociais. Os desfiles viraram palco para todas as formas de expressão. Atualmente, o samba-enredo é composto para durar cerca de uma hora.

Desde então, muitos foram os temas abordados pelas escolas de samba – entre eles, mulheres com forte impacto na cultura popular brasileira ou na história do país. Em 1978, a Portela uniu todas essas personalidades e fez um samba-enredo chamado “Mulher à Brasileira”, para homenagear todas as mulheres do país. “Nosso orgulho e nossa tradição, dessas mulheres gentis, que fizeram meu país feliz”, diz um trecho da música. 

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Com tantas mulheres icônicas no país, é difícil faltar nome para homenagear em um desfile de Carnaval. Em 2022, por exemplo, a Colorado do Brás vai contar a história da escritora Carolina Maria de Jesus, com o enredo “Carolina – A Cinderela Negra do Canindé”. Já o desfile da Mocidade Alegre será em homenagem a Clementina de Jesus. Mais do que relembrar grandes sucessos, o enredo vai exaltar a trajetória de vida da sambista, desde a sua infância no interior do Rio de Janeiro até a grande coroação no mundo da música.

Assim como Carolina e Clementina, outras mulheres, como Beth Carvalho – que já foi tema de samba-enredo cinco vezes – e Dercy Gonçalves já determinaram o ritmo de alguns desfiles ao longo da história.  

Confira, abaixo, 12 mulheres icônicas que foram homenageadas pelas escolas de samba: 

Alcione

Em 2018, a Mocidade Alegre levou para a avenida o samba-enredo “A Voz Marrom Que Não Deixa o Samba Morrer”, em homenagem a Alcione, que desfilou emocionada no alto do último carro alegórico. Uma das mais notórias sambistas do país, a cantora coleciona apelidos como “Marrom”, “Rainha do Samba” e “A Voz do Samba”, o que explica bem a sua relevância cultural para a história do Carnaval. 

Beth Carvalho

Ao longo dos 73 anos de vida, Beth Carvalho foi cinco vezes tema de samba-enredo. Unidos do Cabuçu, em 1984, Bohêmios de Inhaúma, em 1990, Imperatriz Dona Leopoldina, em 2010, Acadêmico do Tatuapé, em 2013, e Alegria da Zona Sul, em 2017, estão entre as escolas que já homenagearam a sambista. “Não existe no mundo nada mais emocionante do que ser enredo de uma escola de samba. É a maior consagração que um artista pode ter”, chegou a afirmar a cantora. 

Dercy Gonçalves 

Dercy Gonçalves marcou a cena artística brasileira do século 20 graças ao seu talento e pioneirismo como uma forte figura feminina na época de ouro da chanchada das comédias nacionais. A artista deixou sua marca no teatro, na TV e no cinema – e, claro, não poderia ficar de fora dos desfiles das escolas de samba. Em 1991, aos 84 anos, ela desfilou no alto de um carro alegórico da escola Unidos do Viradouro sob o enredo “Bravo, Bravíssimo – Dercy, o Retrato de um Povo”. 

Dona Ivone Lara 

Além de participar da fundação do Império Serrano, Dona Ivone Lara também foi a primeira mulher a assinar um samba-enredo e ingressar na ala de compositores de uma escola. Assim, nada mais justo do que a homenagem feita pela agremiação em 2012, sob o tema “Dona Ivone Lara , Enredo do Meu Samba”. Naquele ano, a cantora comoveu o público ao desfilar sentada em um dos carros alegóricos. Seis anos depois, a sambista faleceu.

Clara Nunes

Em 2019, Clara Nunes ditou o ritmo do enredo da Portela “Na Madureira Moderníssima, Hei Sempre de Ouvir Cantar uma Sabiá”. Ao longo da carreira, a cantora se consagrou como a maior intérprete de músicas da escola, declarando sua preferência pela agremiação. A homenagem fez parte do aniversário de 95 anos da escola de samba e foi liderada pela carnavalesca Rosa Magalhães. 

Claudia Raia

Atriz, cantora, bailarina e produtora teatral, Claudia Raia foi homenageada em 2016 pela escola paulistana Nenê de Vila Matilde. A agremiação apostou no enredo “Rainha Raia nas Asas do Carnaval” para animar as arquibancadas, destacando a colaboração da atriz na arte e na cultura popular brasileira ao longo de sua carreira. 

Elba Ramalho

Em 2017, a paraibana Elba Ramalho foi homenageada pela paulistana Tom Maior no enredo ‘Elba Ramalho Canta em Oração o Folclore do Nordeste – Toque Sanfoneiro Forró, Frevo e Xaxado”. A canção, assinada pela agremiação da escola, contou com a participação do sambista Bruno Ribas. Vestida de rainha do nordeste, a cantora chegou a ser ovacionada pelo público enquanto desfilava no sambódromo. 

Elis Regina 

A eterna Pimentinha foi homenageada duas vezes na folia – em 1989 e 2015. Na primeira vez, a cantora deu tom ao desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel com o enredo “Elis, um Trem Chamado Emoção”. O samba-enredo de Paulinho Mocidade deu à escola a 7ª colocação naquele ano. Depois disso, Elis voltou a ser tema de samba-enredo com a Vai-Vai em “Simplesmente Elis”. 

Ivete Sangalo

Após ficar conhecida nacionalmente pela participação na clássica Banda Eva, Ivete Sangalo trilhou uma trajetória de sucesso como cantora solo – hoje, é difícil encontrar alguém que não a conheça ou que não saiba de cor as letras de algumas de suas músicas mais famosas. Por conta desse histórico, a escola de samba Grande Rio homenageou a cantora com o enredo ‘Ivete – Do Rio ao Rio’, contando a trajetória dela em Juazeiro, na Bahia, até o estrelato na música brasileira.

Maria Bethânia 

O enredo “Maria Bethânia: A Menina dos Olhos de Oyá” rendeu o título do Carnaval do Rio de Janeiro à Estação Primeira de Mangueira em 2016. Com os versos “Sou abelha rainha, fera ferida, bordadeira da canção”, o samba-enredo foi escrito pela agremiação da escola e interpretada pelo sambista Ciganerey. No desfile, a musa da MPB se emocionou enquanto caminhava no sambódromo vestindo verde e rosa. 

Xica da Silva 

A história da escrava que virou rainha foi narrada por Arlindo Rodrigues no desfile de 1963 da Salgueiro. Na época, a escola convidou Isabela Valença, a primeira negra a integrar o balé do Theatro Municipal, para dar vida à personalidade. A apresentação da agremiação foi considerada uma das emblemáticas da história do Carnaval e acabou inspirando o cineasta Cacá Diegues a gravar o filme “Xica da Silva”, 13 anos depois. 

Xuxa

Conhecida como a “rainha dos baixinhos”, Xuxa Meneghel também já foi destaque na Sapucaí. Em 2004, a apresentadora virou samba-enredo da escola Caprichosos de Pilares com o tema “Xuxa e seu Reino Encantado no Carnaval da Imaginação”, que buscou contar a sua trajetória até o sucesso. Talvez esse seja o desfile mais conhecido em homenagem à artista, mas não foi o único. Em 1992, Xuxa também foi samba-enredo da escola Unidos do Cabuçu, com o samba “A Realidade Vira Sonho no Xou da Cabuçu”. 

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