15 obras sobre mulheres inspiradoras para você ler em 2022

Da jovem senegalesa vítima de mutilação genital à brasileira que mudou sua vida com a faxina, os livros trazem lições de coragem, resiliência e muita força de vontade
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Andrea Piacquadio/Pexels
Elas Que Lucrem fez uma seleção de 15 obras que contam histórias de mulheres inspiradoras (Foto: Andrea Piacquadio/Pexels)

O mercado editorial brasileiro vendeu 55 milhões de livros em 2021, gerando uma receita de R$ 2,28 bilhões, segundo levantamento da Nielsen BookScan para o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). O número significa um crescimento de 29,36% em volume, em comparação com o ano anterior, e de 29,28% em faturamento. O período do Natal foi o que registrou maior volume de vendas e faturamento do setor.

De olho nesse ímpeto dos brasileiros pela leitura, a Elas Que Lucrem fez uma seleção de 15 obras que contam histórias de mulheres inspiradoras: da adolescente que morava em uma montanha e não tinha acesso ao ensino à faxineira que atua para dar visibilidade às vozes caladas pelo preconceito, passando por uma vítima de mutilação genital e até por uma rainha.

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Veja, a seguir, 15 livros que contam a história de mulheres incríveis:

“A Menina da Montanha”, de Tara Westover

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O livro é um relato autobiográfico de Tara Westover, menina nascida nas montanhas de Idaho, Estados Unidos, que vivia isolada da sociedade e sua busca por uma nova identidade. Tara só foi para a escola aos 17 anos, já que seu pai não confiava no sistema de ensino. Sua realidade só mudou quando um de seus irmãos – ela era caçula de sete – conseguiu entrar para a faculdade e retornou com notícias do mundo lá fora. A menina resolveu, então, tentar um novo tipo de vida. Aprendeu matemática, gramática e ciências para prestar vestibular, e foi admitida na Universidade Brigham Young. Sua busca pelo conhecimento a transformou e a fez chegar até as universidades de Harvard e Cambridge, na Inglaterra.

“Maha Mamo: A Luta de Uma Apátrida pelo Direito de Existir”, de Maha Mamo e Darcio Oliveira

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O livro, escrito por Maha Mamo e pelo jornalista Darcio Oliveira, conta a trajetória da autora até a sonhada cidadania – da infância e juventude em Beirute, no Líbano, à vida em Belo Horizonte, Minas Gerais. Maha chegou ao Brasil, ao lado de seus irmãos, em 2014, como refugiada. Hoje cidadã brasileira, foi apátrida – pessoa sem pátria, impedida de ter uma nacionalidade – por 30 anos. Filha de sírios nascida no Líbano, Maha não poderia existir oficialmente no país onde nasceu porque, segundo a lei libanesa, a nacionalidade vem do sangue e não do território. Como seu pai, cristão, e sua mãe, muçulmana, fugiram da Síria porque o país proíbe relacionamentos inter-religiosos, Maha e os irmãos cresceram sem registro e sem identidade. A obra ainda mostra a luta da jovem por importantes mudanças nas leis do Brasil e de outros países.

“Minha Vida Passada a Limpo: Eu Não Terminei como Faxineira, Eu Comecei”, de Veronica Oliveira

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O livro de Veronica Oliveira busca conectar a realidade vivida por ela a uma reflexão sobre diferentes aspectos do trabalho das empregadas domésticas, ainda muito subestimado. Mãe de dois filhos, negra, da periferia de São Paulo, ela teve depressão profunda e tentou tirar a própria vida. Com ajuda psicológica e de amigos, decidiu que a mudança para uma vida nova seria como faxineira e passou a fazer postagens em seu Facebook para divulgar o trabalho. Foi assim que nasceu o Faxina Boa, onde ela encontrou o seu propósito, uma forma de ressignificar a profissão e o modo como ela própria se enxergava. Ao sentir na pele como a empregada doméstica é estereotipada, Veronica decidiu mostrar que é possível mudar o rumo e dar visibilidade às vozes caladas pelo preconceito.

“Livre”, de Cheryl Strayed

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Cheryl Strayed faz um relato de sua caminhada, aos 26 anos, sozinha, por cerca de 1.770 quilômetros pela costa oeste dos Estados Unidos. Ela mostra como o percurso a enlouqueceu e assustou e, principalmente, como a fortaleceu. “Livre” mostra uma história de sobrevivência e redenção da autora, que tomou a decisão mais impulsiva da vida de sair andando – mesmo sem ter nenhuma experiência – para tentar se reerguer após achar que tivesse perdido tudo aos 22 anos, com a morte repentina da mãe, o distanciamento da família e o fracasso do casamento.

“Rainha Vitória”, de Lytton Strachey

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O livro relembra a infância, a juventude e a maturidade da mulher que subiu ao trono aos 18 anos, foi mãe de nove filhos, esposa e viúva obcecada pela memória do marido, o Príncipe Albert – um nobre alemão rejeitado pelo povo britânico. Vitória, que reinou por quase 64 anos – segundo reinado mais longo da história da Inglaterra – entrou em depressão profunda quando o marido morreu e optou pela reclusão por muitos anos. No entanto, continuou cumprindo seus compromissos de rainha até 1901, quando faleceu. O livro ainda resgata nuances psicológicas da mulher contrária à emancipação feminina.

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“Para Poder Viver”, de Yeonmi Park

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A obra narra a história da luta de Yeonmi Park pela vida desde a infância na Coreia do Norte até a fuga do país, aos 13 anos. A ativista pelos direitos humanos sabia que fugir era a única maneira de sobreviver à fome, às doenças e ao governo repressor. O livro mostra também a longa viagem pela China, do deserto de Gobi até a Mongólia, em direção à Coreia do Sul, assim como o submundo chinês de traficantes e contrabandistas.

“As Irmãs Romanov”, de Helen Rappaport

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A escritora britânica relata a história das quatro filhas do último tsar da Rússia – Olga, Tatiana, Maria e Anastácia – desde o nascimento, passando pela infância superprotegida, os anos de juventude e o trauma da Revolução Russa e suas consequências. Em 17 de julho de 1918, as quatro grã-duquesas desceram 32 degraus até o porão de uma casa em Ecaterimburgo, junto com os pais e o irmão de 13 anos, e foram cruelmente assassinadas. A autora usou como base as cartas e os diários das quatro irmãs e fontes primárias nunca antes examinadas para descrever os últimos dias da dinastia Romanov. 

“Cinderela Chinesa”, de Adeline Yen Mah

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Adeline, a quinta filha de um milionário chinês, perdeu a mãe apenas duas semanas após seu nascimento. A obra conta a história da menina que sofreu com a hostilidade dos  irmãos, que a culpavam pela morte da genitora, a indiferença do pai e a crueldade da madrasta. Adeline padece na mão da segunda mulher de seu pai, que limita o acesso das crianças às refeições diárias e a apenas uma muda de roupa, além do uniforme escolar. A menina acaba num colégio interno, sem visitas, nem presentes, e se refugia nos livros. Aos 14 anos, Adeline se inscreveu em um concurso internacional de peças teatrais para alunos de língua inglesa – e venceu. Só então ela passou a ter a chance de escapar do seu destino.

“Rainha de Katwe: A Emocionante História da Garota que Conquistou o Mundo do Xadrez”, de Tim Crothers

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Phiona Mutesi, nascida e criada em uma das favelas mais miseráveis da África, tornou-se campeã nacional de xadrez na Uganda, aos 14 anos. Com a vitória, competiu na Olimpíada de Xadrez e foi uma das primeiras mulheres de seu país a ganhar o título de Mestra do Xadrez. A obra aborda o talento impressionante de Phiona para perseverar diante de imensos obstáculos da vida e do esporte.

“Sueli Carneiro”, de Rosane da Silva Borges

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A trajetória da ativista antirracismo do movimento social negro brasileiro Sueli Carneiro é narrada no livro que faz parte da Coleção Retratos do Brasil Negro, projeto que tem como objetivo abordar a vida e a obra de figuras fundamentais da cultura, da política e da militância negra do país. Entender a história de vida, as influências e as mudanças concretas geradas pela militância da fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra é compreender parte do cenário espacial, político e geográfico do movimento social negro contemporâneo. 

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“O Harém de Kadafi”, de Annick Cojean

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A escritora francesa conta a história de Soraya, escolhida, aos 15 anos, para ser uma das mulheres de Muamar Kadafi. A jovem, selecionada na escola onde estudava,  foi raptada, estuprada, espancada, forçada a consumir álcool e cocaína durante sete anos e, em seguida, integrada às tropas das “amazonas” do ditador do Líbano. A autora, que arriscou a vida para investigar o caso, permite que Soraya e outras vítimas contem suas histórias para o mundo, devolvendo um pouco de dignidade a mulheres cujas vidas foram destruídas por Kadafi.

“Eu, Malika Oufkir, Prisioneira do Rei”,  de Malika Oufkir

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Malika Oufkir narra sua história no livro escrito com a colaboração da jornalista francesa Michèle Fitoussi. Filha do chefe do exército e da polícia secreta do Marrocos, ela foi adotada no início da década de 1950 pelo rei Mohammed V e, depois da morte dele, por seu filho Hussein II. Malika teve uma boa vida e morou em palácios, mas tudo mudou quando seu verdadeiro pai, Mohamed Oufkir, tentou um golpe de Estado para derrubar Hussein II. Seu pai foi assassinado e ela, a mãe e os cinco irmãos foram levados para uma prisão, onde viveram em condições desumanas durante 20 anos até conseguirem escapar.

“Mutilada”, de Khady Koita

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O livro é o relato de uma mulher senegalesa que passou pelo doloroso processo de circuncisão feminina – grave mutilação dos órgãos genitais – aos sete anos de idade. A ação levou Khady Koita à presidência da Euronet – FGM, rede europeia de prevenção das mutilações genitais femininas, prática que atinge cerca de 2 milhões de meninas africanas todos os anos. O ato tem respaldo cultural há milênios em países africanos e árabes, e, apesar de intensas campanhas internacionais contra sua prática, vem se espalhando pela Europa e América, devido aos movimentos migratórios.

“A Noite Passada Sonhei com a Paz”, de Dang Thuy Tram

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Dang Thuy Tram tinha apenas 24 anos quando, em dezembro de 1966, deixou a casa dos pais – uma remediada família de Hanói – rumo ao sul do país e chegou à pequena aldeia de Quang Ngai, onde passou a trabalhar como médica voluntária durante a Guerra do Vietnã. Quatro anos depois, a jovem foi morta, com um tiro na testa, por soldados norte-americanos durante uma das inúmeras ofensivas à inóspita região, conhecida como baluarte da guerrilha comunista. Junto ao corpo, foi encontrado um rádio, um registro contábil de arroz, anotações sobre os ferimentos que tratou, frascos de remédio e ataduras, poemas e um diário. Escrito ao longo de dois anos, de 1968 a 1970, o caderno sobreviveu à guerra pelas mãos de um funcionário do governo norte-americano e permaneceu inédito por mais de 40 anos. É esta história de amor incondicional de uma jovem idealista à pátria, à família e à vida que vem à tona com a obra.

“Quelé, a Voz da Cor: Biografia de Clementina de Jesus”, de Raquel Munhoz

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O livro mostra a força, a doçura e também a resistência de Clementina de Jesus desde seu nascimento em Valença, interior do Rio de Janeiro, em 1901, até sua morte, na capital do estado, em 1987. A obra relata ainda a convivência apaixonada da artista com o marido, Albino Pé Grande, o cuidado com os filhos, os netos e a amizade e o carinho com grandes nomes da música brasileira. Mulher, negra e mãe, ela foi revelada nos palcos em 1964, aos 63 anos, e arrebataria o público internacional menos de dois anos depois. 

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