Educação financeira: como se preparar para ter independência

Especialistas explicam a importância de entender o básico na área de finanças e como isso pode auxiliar as mulheres
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Enxergar o dinheiro como aliado é fundamental para se preparar e alcançar a independência (Foto: Pexels)

A independência financeira pode ser um percurso longo, e até muitas vezes tenuoso, afinal, esse “estado de vida” pressupõe o acúmulo de um patrimônio suficiente para pagar seu custo de vida. Mas, para muitos, a conquista da independência passa, primeiramente, pelo básico: a educação financeira. 

“Ela não visa apenas o dinheiro, liberdade e palavras bonitas de empoderamento. Precisamos começar a pensar na educação financeira como uma reeducação na forma que lidamos e levamos a nossa vida. Não podemos separar o dinheiro de qualquer outro aspecto particular e profissional”, explica Bruna Allemann, educadora financeira da empresa de negociação de dívidas Acordo Certo.

Larissa Brioso, educadora financeira e líder de conteúdo da Mobills – plataforma de soluções financeiras -, concorda e vai além. “A educação financeira quando colocada em prática é uma chave essencial para a conquista da liberdade e independência financeira. E quando falamos de liberdade financeira falamos de termos uma maior capacidade de escolher o que fazemos com o nosso dinheiro e como utilizá-lo como aliado na conquista dos nossos desejos e sonhos”, aponta.

Já Marina Rocha,  head de marketing da Mozper, fintech que ajuda pais, mães e responsáveis a educar crianças e adolescentes para tomar decisões financeiras inteligentes, enxerga a educação financeira ainda por outro aspecto, o familiar.

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“A educação financeira feminina agrega empoderamento, autonomia, liberdade, independência, qualidade de vida e a mais importante segurança. Por isso, é fundamental ensinar educação financeira ainda na infância, para criar uma geração de adultos responsáveis financeiramente e que consomem com consciência”, indica. 

Investimentos, independência e educação

A pessoa independente financeiramente tem um dinheiro guardado ou investido que é suficiente para arcar com todos seus custos mensais ao longo da vida. É nesse sentido que os investimentos também têm tudo a ver com independência financeira, e pode ser um dos caminhos para auxiliar sua conquista. 

“A educação financeira está estritamente ligada com a forma que nos relacionamos com o nosso dinheiro. Quando se tem organização, é possível guardar parte dos rendimentos mensais e gastar com produtos, serviços, viagens ou até mesmo investir em ações que podem trazer um maior retorno a longo prazo”, explica Bruna.

Segundo ela, os investimentos exigem muita disciplina, comprometimento e consistência. Como uma pessoa endividada, por exemplo, conseguiria ter sucesso nos investimentos se ainda não está preparada para quitar suas dívidas? “Não importa o quanto você ganha e sim como você gasta. Se isso ainda não está no seu inconsciente, a chance de você ter sucesso nos investimentos é mínima.  Então, a educação financeira com os pilares mencionados, é fundamental e não somente importante para começar a investir”, aponta Bruna.

Por isso, Larissa entende que é preciso, primeiramente, arrumar a casa para depois receber visitas. Nesse sentido, entender o básico é crucial na caminhada dos investimentos. “Apesar da facilidade que temos hoje para investir e a diversidade de opções de ativos que garantem segurança, bom rendimento e uma menor volatilidade, é preciso conhecimento básico para fazer aplicações adequadas”, conta a educadora. 

Para Larissa, o primeiro passo antes de começar a investir é poupar, e para isso, é necessário organização financeira. “Além disso, é importante investir com objetivo, o que vai direcionar a escolha do ativo a ser investido, e aprendemos isso com ajuda da educação financeira”, explica. 

Mulher independente e a família

Bruna entende que a educação financeira focada no público feminino tem um objetivo ainda mais profundo, a inclusão: “É mostrar o problema e dar à mulher o conhecimento necessário para que ela participe do mercado em igualdade de condições”, conta.

“Uma baixa renda e falta de organização financeira limitam a nossa liberdade financeira. Por isso é tão importante se educar financeiramente, em especial para as mulheres. Essa liberdade pode nos proporcionar uma maior capacidade de escolha e decisão, e uma menor dependência de familiares, amigos e parceiros”, aponta Larissa.

Isso tudo reflete, ainda, na educação financeira da família. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o percentual de domicílios brasileiros comandados por mulheres chegou a 45% em 2018. 

Nesse sentido, considerando que quase metade das casas brasileiras já são bancadas por mulheres, dá pra se dizer que elas estão, nessas ocasiões, à frente do cuidado com o dinheiro. 

“A independência da mulher reflete na criação de uma nova geração melhor preparada e responsável financeiramente, sendo benéfica para a economia global. Além de estimular o desenvolvimento e educação de uma geração melhor preparada para os desafios da vida adulta”, explica Mariana.

Para ela, os passos para criar independência começam logo cedo, na criação dos filhos. Nesse sentido, estimular o aprendizado e o consumo consciente é essencial. Para tanto, é preciso que exista repetição de atividades que simulam a criação de hábitos positivos. “Precisamos apresentar como ganhar, economizar e gastar com responsabilidade. Além de monitorar as compras, garantindo o desenvolvimento de um relacionamento saudável com o dinheiro”, conta.

Além disso, Mariana faz um alerta. Nessa caminhada para a educação financeira, que culmina na independência financeira, é importante estar ciente da tendência de transição do dinheiro físico para o dinheiro digital, além de entender as implicações dessa mudança de comportamento. 

“Certamente, isolar as crianças dessa tendência poderá impactar negativamente  na vida financeira como adultos:  o dinheiro digital é um conceito abstrato e os gastos não parecem ‘reais’ – é muito mais impactante quando em um minuto eles têm uma nota de cinco na mão e após gastar, a nota não existe mais”, explica Mariana.

Afinal, como se preparar para a independência financeira?

“Saber administrar o orçamento familiar, alcançar estabilidade financeira e se preparar para necessidades financeiras inesperadas são fundamentais para a qualidade de vida de toda família”, aponta Mariana.

Segundo Larissa, ter uma boa mentalidade financeira, enxergando o dinheiro como aliado, é fundamental para se preparar e alcançar a independência. A partir disso, a prática do conhecimento sobre organização financeira e investimentos vai auxiliar nesse objetivo. 

“Saber quanto ganha, quanto e com o que gasta, poupar para objetivos e futuro, e utilizar as ferramentas financeiras a nosso favor são algumas formas de preparação para essa conquista”, conta.

Para Bruna, a preparação para a independência financeira é simples. O primeiro passo é não gastar mais do que o seu salário te permite, principalmente com produtos não essenciais. Além disso, é importante se capacitar para conseguir rendas maiores e sempre guardar dinheiro para o seu eu do futuro. Segundo a educadora, seu planejamento deve estar na sua cabeça, e a conscientização precisa estar no subconsciente. 

“Não é uma dor, mas uma preocupação saudável com o seu futuro. Se organize, divida seu salário nas caixinhas, adapte contas se necessário, se permita poder gastar um determinado valor e se comprometa a guardar o máximo que puder”. Para Bruna, a palavra chave é equilíbrio.

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