Conheça Ketanji Brown Jackson, primeira juíza negra da Suprema Corte dos EUA

O Senado norte-americano aprovou a indicação do presidente Joe Biden para o cargo
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Wikimedia Commons
Em posse de um cargo vitalício, a juíza precisou passar pelo embate polarizado entre republicanos e democratas para conquistar o cargo (Foto: Wikimedia Commons)

Filha de professores e famosa por sua grande eloquência, a juíza Ketanji Brown Jackson se destacou como defensora pública ao representar réus de baixa renda – por muitas vezes, isso fez com que entrasse em polêmicas e fosse acusada de ser “fraca contra o crime” pelos republicanos norte-americanos. Ketanji, no entanto, sempre foi a grande promessa de campanha do candidato democrata Joe Biden, que acreditava na sua representatividade e atuação em favor dos mais pobres como um bom direcionamento para a Suprema Corte dos Estados Unidos. 

Hoje (7), o Senado norte-americano finalmente deu o aval à indicação do presidente norte-americano e Ketanji se tornou a primeira juíza negra da Suprema Corte dos EUA – um pioneirismo que divide com o título de sexta mulher na história da Suprema Corte a assumir o cargo de juíza. Atualmente, mais três mulheres ocupam cadeiras no tribunal. 

Em posse de um cargo vitalício, a juíza precisou passar pelo embate polarizado entre republicanos e democratas para conquistar o cargo. Foram 53 votos a favor e 47 votos contrários à indicação. Além do voto dos 50 senadores democratas, Ketanji recebeu o apoio de mais três republicanos – sua maior vantagem, na realidade, foi a presença majoritária de democratas na casa, detendo 50% das cadeiras e a presidência. Era necessária apenas a maioria simples para a confirmação. 

Apesar da aprovação, Ketanji apenas poderá assumir o cargo após a saída do atual ministro Stephen Breyer, que disse que deixará o assento antes do recesso, em junho. A sessão do Senado foi presidida pela vice-presidente do país Kamala Harris, também a primeira mulher negra a ocupar o cargo após as eleições de 2020.

QUEM É KETANJI BROWN

A crítica de que a juíza norte-americana é “fraca contra o crime” surgiu por conta de sua percepção de que o sistema penal tem problemas profundos e impactantes na vida dos mais pobres. Para ela, essa constatação surgiu antes mesmo de andar pelos corredores de Harvard ou se embrenhar nos primeiros processos penais que acompanhou. Foi dentro de casa, durante a infância, que começou a abordar o fato sob essa perspectiva.

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Em 1989, um dos tios de Ketanji foi condenado à prisão perpétua sob uma lei muito repressiva. Na época, ele recebeu a sentença após ter sido condenado a três crimes relacionados a entorpecentes. Em reportagem do jornal “The Washington Post”, um amigo da juíza, que não foi identificado, disse que ela não tinha muito contato com o tio, mas que a experiência “trouxe consciência”.

Com a questão no radar, Ketanji chegou a fazer parte de uma comissão encarregada de fazer recomendações sobre sentenças federais. Além disso, é uma das poucas representantes da Suprema Corte dos EUA a ter experiência profissional no sistema penal. A maioria dos juízes desse nível se destacaram como promotores, mas ela preferiu defender réus por dois anos como defensora pública em Washington. Como juíza, sempre se esforçou para explicar as leis e as decisões tomadas aos condenados, acreditando que o desconhecimento é um dos grandes inimigos da justiça. 

Aos 51 anos, Ketanji vai substituir o juiz Breyer – que pediu para se aposentar este ano, e com quem Ketanji já trabalhou. Na vida pessoal, a juíza é casada com um médico cirurgião, com quem tem duas filhas.

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