No início deste mês, a internacionalista Rachel de Sá deu mais um passo em direção a um de seus objetivos de vida: democratizar os conteúdos sobre dinheiro e investimentos, para que mulheres de diferentes classes sociais tenham acesso à informação. Apaixonada pelo mercado financeiro, ela é um dos nomes à frente do “Minas Que Investem”, projeto da Rico, corretora do Grupo XP, para incentivar mulheres a ingressarem no mercado financeiro.
Chefe de economia e head de conteúdos da Rico, a executiva aproveitou um dos curtos intervalos no evento de lançamento para conversar com a Elas Que Lucrem sobre suas ideias e sua visão sobre a presença de mulheres no mercado financeiro. Confira, a seguir, os melhores momentos da entrevista:
Elas Que Lucrem: Quais os seus objetivos com o projeto “Minas Que Investem”?
Rachel de Sá: Os dados mostram que, no mercado financeiro, tanto na renda fixa, quanto na bolsa de valores, as mulheres ficam para trás em número de investidores. Ao mesmo tempo, hoje o número total de pessoas que investem é formado por muito mais jovens do que antigamente, então o perfil de investidor já está mudando. O investimento antes era uma coisa de homens mais velhos e, agora, de homens mais jovens. O que temos que buscar é a inclusão de mulheres.
EQL: E por que você acredita que as mulheres ainda estão em menor número no mercado financeiro?
RS: Democratizar os investimentos é mostrar que esse mundo é mais do que só aplicar dinheiro – é sobre gestão financeira. Para você fazer uma gestão da sua vida, você precisa fazer a gestão do seu dinheiro. E, nesse sentido, quero mostrar para as mulheres, com o meu trabalho, que ninguém precisa ser um expert para investir. Tem uma pesquisa superinteressante do LinkedIn que mostra que as mulheres normalmente têm, pelo menos, 95% das qualificações para concorrer a uma vaga. Já os homens, têm índices muito menores e concorrem mesmo assim. Nos investimentos acontece a mesma coisa: as mulheres falam que não investem porque não entendem do assunto. Só que, quando fazemos perguntas básicas de gestão financeira, elas normalmente sabem responder, já que são elas que normalmente estão à frente das finanças do lar. Com os conteúdos que eu produzo com minha equipe, quero que as mulheres se sintam abraçadas.
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EQL: Nesse sentido, quais iniciativas você tem em mente para contemplar as mulheres de baixa renda, que têm mais dificuldade em acessar conteúdos de educação financeira?
RS: Eu faço questão que a gente explique, com exemplos, tudo que falamos e produzimos. Minha ideia é falar sobre finanças pessoais com conteúdos cada vez mais palatáveis, do dia a dia, trazendo casos de objetivos de pessoas comuns, como comprar um celular ou fazer uma viagem.
Além disso, tem pessoas que ainda estão um passo atrás e precisam de apoio para se organizar financeiramente. Então tenho trabalhado mais esses tipos de conteúdo de organização financeira, porque alguns conceitos, por mais que você tente tirar o “financês”, não fazem sentido com a realidade daquela pessoa. Tento trazer essas pautas de organização financeira também para o universo feminino.
Eu não quero explicar a taxa de juros para uma pessoa que já sabe o que é a taxa de juros. Eu quero explicar que crédito retroativo é muito pior do que pedir um empréstimo. Muita gente não sabe disso, principalmente as mulheres. O homem ainda, muitas vezes, tem dúvida e vai perguntar para o chefe, para um amigo. Ele já ultrapassou um pouco mais essa barreira do que a mulher de baixa renda, que tem vergonha e não pergunta. Então estamos desenvolvendo iniciativas, como podcasts e videocasts, para ampliar cada vez mais esse acesso.
EQL: E quais suas metas com todo esse trabalho?
RS: Minha meta como pessoa e como chefe de economia de uma corretora é fazer esse conteúdo chegar onde tem de chegar.
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