13 sinais que revelam se você é um dependente emocional

Especialistas explicam que característica tem raízes na infância e impacta a autoestima
JOB_03_REDES_SOCIAIS_EQL_AVATARES_QUADRADOS_PERFIL_v1-02
dependência emocional
(Foto: Liza Summer/Pexels)

A eliminação desta terça-feira (15) do “Big Brother Brasil” teve uma característica um pouco diferente das demais. Enquanto Jade Picon e outros brothers foram colocados para fora do reality show por seus posicionamentos no jogo, o cearense Vinicius, natural do Crato, acabou chamando a atenção (negativa) do público também por um outro fator: a aparente dependência emocional desenvolvida por outro participante, o designer volta-redondense Eliezer. 

Um giro rápido pelas redes sociais é suficiente para encontrar dezenas de discussões entre  os internautas sobre a necessidade de Vyni, como o participante gosta de ser chamado, sair do programa como forma de recuperar sua independência e personalidade. Segundo os telespectadores que acompanham o show da vida real, nas últimas semanas o advogado e influencer de baixa renda perdeu o brilho pessoal em detrimento da subordinação emocional ao colega de confinamento.

Conheça a plataforma de educação financeira e emocional EQL Educar. Assine já!

No entanto, essa não é uma característica exclusiva do oitavo eliminado da edição 2022 do “BBB”. Na verdade, ela é muito mais comum do que parece, segundo os especialistas. A Elas Que Lucrem conversou com duas psicólogas para saber mais sobre esse tipo de comportamento e elaborar uma lista de sinais para ajudar na identificação.

O que é a dependência emocional?

De acordo com Fernanda Moura, especializada em neuropsicologia pela Universidade de São Paulo (USP), antes de entender a definição de dependência emocional é importante lembrar que o ser humano é um ser social. “Nós temos a necessidade de pertencer a um grupo. É uma necessidade básica sermos aceitos, termos amigos, pertencemos a uma comunidade, e essa é uma busca que começa na infância”, explica.

Em contrapartida, a psicóloga pontua que uma pessoa que é dependente emocionalmente já não sente mais a necessidade de pertencer à sociedade, mas sim de viver uma vida por meio da pessoa com a qual foi criada a dependência. 

Daniela Andrade, psicóloga especializada justamente em dependência emocional, define a característica como uma perda de identidade. A especialista explica que a noção de individualidade da pessoa acometida por essa característica sempre depende de algo que está além dela, como se o dependente pegasse os olhos do outro emprestado e passasse a enxergar a vida por meio deles. “O dependente emocional coloca o outro no centro da sua vida, que só tem sentido se for vivida através daquela outra pessoa”, diz.

A característica é um vício

Daniela explica que o dependente emocional é como um usuário de drogas. Assim, quando está perto do objeto do qual é dependente, ele fica satisfeito, mas com uma forte sensação de inquietude – justamente por que este não é um apego saudável, mas um vício como qualquer outro. 

A psicóloga afirma que ao alimentar esse vício, alguns hormônios neurotransmissores ligados ao prazer são liberados. Já quando essa necessidade não é satisfeita, o dependente emocional tende a desenvolver crises de abstinência, o que se reflete em insegurança e falta de identidade e de vontade própria.

“Quando somos dependentes, perdemos o contato com os próprios sentimentos, com as nossas carências, necessidades e desejos”, afirma Daniela, ressaltando que pessoas assim não reconhecem os limites de si e nem do outro. Eles só pensam em satisfazer o desejo e o vício.

LEIA TAMBÉM

As raízes do dependente emocional vêm da infância

Fernanda explica que a infância, embora não seja um fator determinante, é um marco fundamental na vida de qualquer pessoa. Assim, boa parte das crenças que alguém tem sobre si próprio, outras pessoas e o mundo ao seu redor tem origem no modo como foi criado e educado, e em quais foram os seus exemplos quando criança.

“Se a infância foi, por exemplo, de muitos exageros no sentido de superproteção, pode fazer com que a pessoa, ao crescer, não se sinta apta para fazer algumas coisas. Já se foi uma infância de falta de zelo e cuidado, a pessoa pode sair em busca de uma atenção externa, gerando a dependência emocional”, afirma a psicóloga.

Segundo ela, há diversos fatores que podem levar alguém a se tornar um dependente emocional. Porém, todos eles estão intimamente ligados não apenas ao olhar sobre si mesmo, mas também ao entendimento do papel que as outras pessoas têm na sua vida.

Daniela complementa dizendo que a dependência é um sintoma do que os psicólogos tratam como a criança interior ferida. A especialista diz que, quando a infância é vivida em um ambiente com problemas, como abusos, vícios e até falta de afeto, o adulto do futuro passa a focar no exterior, associando sua autoestima a fatores externos, o que tende a gerar dependência. 

Como reconhecer a dependência emocional?

De acordo com Daniela, os principais sinais da dependência emocional são:

  • Sentimento constante de desapontamento com os relacionamentos, um após o outro, como se todos fossem sempre uma catástrofe;
  • Busca por um amor perfeito que satisfaça todas as suas carências, assim como um bebê depende da mãe;
  • Crença de que é o amor que vai resolver todos os problemas da sua vida;
  • Busca pela autoestima em coisas que estão no exterior, como bens materiais e dinheiro;
  • Mania de controle das pessoas e situações;
  • Problemas de confiança e insegurança;
  • Sensação de vazio interior, principalmente longe do objeto de desejo (ou a pessoa da qual se é dependente);
  • Ciúmes, muitas vezes de forma possessiva, e medo de ser abandonado;
  • Sentimento de que o amor tem a ver, principalmente, com a carência e a paixão;
  • Intolerância com a separação;
  • Insônia, perda de apetite, sensação de agonia, desorientação e ansiedade em casos de desentendimentos com a pessoa da qual se é dependente; 
  • Necessidade de aceitação e de se sentir amado pelos outros, o que pode levar a optar por um trabalho no qual receberá reconhecimento dos outros constantemente;
  • No caso de pessoas com filhos, é comum a busca por um reconhecimento e admiração por meio destes, como forma de substituir a carência afetiva que viveram com os pais.

Além dos sinais acima, Fernanda Moura destaca que, para identificar a dependência emocional, é necessário um processo de autoconhecimento. Para a psicóloga, é importante se questionar sobre suas ações, pensamentos e emoções e analisar qual é sua conduta com outras pessoas e qual a conduta das outras pessoas em relação a você. Assim, fica mais fácil perceber se o relacionamento caminha de forma saudável ou não.

Para as especialistas, após a identificação do problema, a terapia é um passo importante para resolvê-lo. Mais do que isso: é uma forma de o dependente emocional recuperar sua própria identidade, entender quais são os seus verdadeiros objetivos e desejos e trabalhar sua autoestima.

Fique por dentro de todas as novidades da EQL

Assine a EQL News e tenha acesso à newsletter da mulher independente emocional e financeiramente

Baixe gratuitamente a Planilha de Gastos Conscientes

Compartilhar a matéria:

×